Seguindo com a lista dos dramas mais significativos do ano (para mim, é claro), falemos de thrillers, sageuks e as últimas surpresas da temporada...
Assembly (KBS, 20 episódios), Jeong Jae-young, Song Yoon-a e Taecyeon.
Assembly
é um drama político excepcional, tanto por sua trama robusta e envolvente, como
pela presença inédita de um dos maiores atores do cinema coreano, o fantástico
Jeong Jae-young.
Apesar
da tvN levar o mérito de inovação, os canais abertos tradicionais procuraram
manter o frescor temático, com um leque de estórias interessantes para todos os
tipos de público. Os dramas Assembly
(KBS) e The Village: Acchiara´s Secret (SBS)
são dois exemplos do esforço meritório de duas grandes redes de TV em
apresentar produtos diferenciados, embora a resposta do público tenha sido
francamente decepcionante. Os embates políticos entre Jeong Jae-young e Jang
Hyeon-seong foram dramáticos e estimulantes... Mas memorável mesmo é o encontro
explosivo entre Jeong Jae-young e Song Yoon-a, um ‘quase’ casal perfeito...
Quem sabe numa próxima oportunidade...
The Village:
Achiara´s Secret
(SBS, 16 episódios), com Moon Geun-young, Yook Seong-jae, On Joo-wan, Kim
Min-jae.
Tome
nota de dois nomes: Park Eun-seok e Choi Jae-woong. O Segredo de Acchiara foi o
drama mais prolífico em termos de revelação de novos talentos (talvez com
exceção apenas de Six Flying Dragons).
Os fãs (que não são poucos) de Moon Geun-young (Painter of the Wind) devem ter ficado chateados
com a aparição apagada da atriz, diante de tantas atuações marcantes do resto
do elenco. Na verdade, em uma entrevista muito esclarecedora, o PD Lee Yong-suk
revelou que Moon Geun-young entendeu que seu personagem iria repartir sua
importância com muitos outros na trama. Moon Geun-young é experiente o bastante
para saber dar espaço, com elegância, para seus colegas brilharem. E não há
como negar que este drama foi dominado por duas atrizes: Sin Eun-kyeong (Oh My Ghostess) e Han Hee-jin (Scholar Who Walks the Night). Yook
Seong-jae e Kim Min-jae também formaram uma dupla adorável, e quase mereciam um
spin off só para eles. Outro ator
fantástico que acabou um tanto ofuscado foi On Joo-wan (Punch), mas sua atuação não poderia ser mais correta, com o
material que lhe foi presenteado. Por falar em presente, quem ganhou a sorte
grande, no final das contas, foi o desconhecido (até então) Choi Jae-woong.
Ator de teatro e musicais, Choi Jae-woong foi o único a aceitar o desafio
(outros atores convidados rejeitaram o convite) de encarnar o misterioso
travesti conhecido apenas como ‘ahjussi’. Outro ator que deixou uma ótima
impressão foi Park Eun-seok, no papel do torturado professor de artes plásticas
Nam Geon-woo.
The Village:
Achiara´s Secret
tem referências tão amplas como o filme “O Silêncio dos Inocentes”, ou a série
Cult “Twin Peaks”. Da ambientação, à trilha sonora, da direção com toques
cinematográficos, ao elenco impecável, Achiara´s Secret merece estar no Top 5
dos melhores dramas do ano, e entre as melhores de todos os tempos.
Bubblegum (tvN), com Lee Dong-wook, Jeong Ryeo-won e Lee Jong-hyuk.
Bubblegum (tvN), com Lee Dong-wook, Jeong Ryeo-won e Lee Jong-hyuk.
Bubblegum foi o melhor
presente de fim de ano que um fã de dramas poderia pedir. A tvN surpreende mais
uma vez com este drama romântico, divulgado sem estardalhaço, como mais uma de
suas belas produções indie. Até aqui,
Oh My Ghostess estava no topo da minha
lista de comédias românticas do ano, e de melhor casal, mas com a estreia de Bubblegum, tive de mudar de opinião.
Mesmo quem não simpatiza com Lee Dong-wook, se assistir Bubblegum, terá de admitir
a atuação brilhante do rapaz. Há tantas cenas cruciais em que as espressões
faciais do ator dizem mais do que mil palavras... É impressionante o quanto Lee Dong-wook evoluiu como ator, e o quanto este drama (e a influência direta do PD
Kim Byeong-soo e da roteirista Lee Mi-na-I) foi importante em sua carreira. Lee
Dong-wook e Jeong Ryeo-won formam um casal tão real, tão convincente, que nos
apaixonamos por eles, e por sua emocionante estória de amor. Ah, e o beijo
‘bubblegum’ é o mais sexy do ano!
Oh My Venus (KBS, 16 episódios) com So Ji-sub, Shin Min-a.
Oh My Venus (KBS, 16 episódios) com So Ji-sub, Shin Min-a.
Ainda
não cansou de estórias românticas? Depois de Oh My Ghostess, She Was
Pretty, Warm And Cozy, Twenty Again, ainda sobrou espaço para
uma boa comédia romântica, e provavelmente com o casal mais bonito do ano, So Ji-sub e Shin Min-a. Oh My Venus
começou morno, previsível, mas o clima vem esquentando entre a advogada
gordinha Joo-eun (uma vez conhecida como Venus de Daeju) e o personal
trainer/chaebol Yeong-ho. Shin Min-a (Arang
and the Magistrate) está encantadora como sempre, mas quem rouba a cena é So
Ji-sub (A Company Man) com sua beleza etérea
e seu olhar sofredor que desperta instintos não confessáveis na mulherada.
Tanta beleza deveria dar cadeia!
Hidden Identity (tvN, 16 episódios), com Kim Beom, Park Seong-woong, Kim Tae-hoon.
Hidden Identity (tvN, 16 episódios), com Kim Beom, Park Seong-woong, Kim Tae-hoon.
Um
drama para fãs incondicionais de Kim Beom (eu preferia ouvi-lo cantar de novo,
ou atuar numa comédia romântica).
Quem
curte um bom drama policial, ou thriller teve poucas opções este ano, mas cada emissora
ofereceu ao menos um título interessante. A tvN já produziu dramas policiais melhores
que Hidden Identity, mas eu curti
está série, mais pelo elenco do que pela trama. Kim Beom é um policial
traumatizado com o assassinato brutal da noiva, e busca vingança a qualquer preço.
Seus parceiros bem que tentam acalmar sua ira, mas, como diz o ditado, a
vingança é cega... Destaque para o charmoso Park Seong-woong, que acaba de
voltar à telinha com um papel bem diferente, no drama Remember: war of the son.
Mrs. Cop (SBS, 18 episódios), com Kim Hee-ae, Kim Min-jong, Son Ho-jun, Lee Da-hee.
Mrs. Cop (SBS, 18 episódios), com Kim Hee-ae, Kim Min-jong, Son Ho-jun, Lee Da-hee.
Mrs. Cop foi sem
dúvida o melhor drama policial do ano, tanto que a SBS está pensando seriamente
numa nova temporada para muito em breve. Enquanto isso, ficamos com a lembrança
da unidade especial de combate ao crime chefiada pela durona Choi Yeong-jin, -
mais um papel memorável da atriz Kim Hee-ae (Midas). Numa mistura interessante de drama policial e familiar, Mrs. Cop mostra as dificuldades que uma
mulher enfrenta para conciliar a carreira exigente de policial com a de mãe
solteira.
Last (jTBC, 16 episódios), com Yoon Kye-sang, Lee Beom-soo.
Last (jTBC, 16 episódios), com Yoon Kye-sang, Lee Beom-soo.
Apesar
da expectativa com a adaptação do webtoon Awl,
fiquei muito mais satisfeita com a versão live
action do manhwa Last (de Kang Hyeong-gyu),
muito bem adaptada pelo roteirista Han Ji-Hoon (Time Between Dog and Wolf). A direção, a cargo de Jo Nam-gook (The Chaser) é impecável, e o carinho e
respeito com os atores e seus respectivos personagens é visível. Yoon Kye-sang (The Greatest Love) e Lee Beom-soo (Triangle) brilham em um duelo de forças
(e egos), apoiados por suas respectivas “gangues” de atores igualmente geniais.
Se você quer fazer seu namorado gostar de dramas, uma boa dica é apresentá-lo a
Last – ele vai querer mais!
Awl (jTBC), com
Ji Hyun-woo e Ahn Nae-sang.
Um
drama belíssimo, mas para um público muito restrito, que curta quadrinhos cult, dramas com temas político/sociais,
como Misaeng, ou Last. Muitos esperavam ver algo no nível de Misaeng, mas Awl, apesar
de totalmente recomendável, não tem o apelo emocional do já cultuado Incomplete Life. Awl conta várias estórias individuais de vida, dentro de uma
estória de luta coletiva por direitos trabalhistas, numa Coréia do Sul que
estava engatinhando na democracia, nos anos noventa, após anos de uma ditadura
brutal. Grandes atuações de Ji Hyun-woo (que evoluiu absurdamente como ator, de
uma atuação apática em Queen In-hyun's
Man, até seu retorno do período de serviço militar) e Ahn Nae-sang (Splendid Politics).
Missing Noir M (OCN, 10 episódios), com Kim Kang-woo e Park Hee-soon.
Missing Noir M (OCN, 10 episódios), com Kim Kang-woo e Park Hee-soon.
Os
dramas policiais da OCN são sempre estilosos, embora nem sempre tão bem
resolvidos em termos de roteiro e produção final. Missing Noir M tem um visual cinematográfico (que lembra o
fantástico TEN), e um elenco bacana,
encabeçado pelo bonitão Kim Kang-woo. Apesar de o drama policial ser meu gênero
favorito, junto com a comédia romântica, Missing
Noir M pecou muito com um roteiro arrastado e com mistérios demais, que
acabaram não resolvidos, deixando uma frustração desagradável no espectador. O
pior é que não há notícias de uma segunda temporada, e assim, como no saudoso TEN, ficaremos na eterna expectativa de
ver a resolução de seus maiores mistérios.
D-Day (jTBC, 20 episódios), com Kim Young-kwang, Jeong So-min e Ha Seok-jin, Kim Sang-ho, Lee Kyeong-yeong, Cha In-pyo.
D-Day (jTBC, 20 episódios), com Kim Young-kwang, Jeong So-min e Ha Seok-jin, Kim Sang-ho, Lee Kyeong-yeong, Cha In-pyo.
O
ano de 2015 não foi feliz para quem aprecia um bom drama médico, mas pelo menos
D-Day surgiu para suprir em parte
esta carência. D-Day foi um de meus
dramas favoritos do ano, apesar de alguns pequenos defeitos, - o maior talvez
tenha sido a duração da trama, que se beneficiaria muito de uma redução no
número de episódios de 20 para 16. Mas, apesar de um certo congestionamento na
trama, D-Day contava com personagens
tão queridos, atores tão carismáticos como Kim Young-kwang, Jeong So-min ou Kim
Sang-ho, que os episódios passavam voando. Mas certamente Kim Young-kwang é a
grande revelação desta estória que mistura com sabedoria thriller catástrofe
com drama médico. O médico Kim Young-kwang e o bombeiro Kim Sang-ho são os
grandes heróis anônimos, que ajudam a reerguer uma cidade atingida por um
terremoto devastador. Neste drama Kim Young-kwang graduou-se definitivamente
como protagonista de dramas. É muito bom ver surgir uma nova e talentosíssima geração
de atores coreanos!
Hwajung (MBC, 50 episódios), com Kim In-yeong, Lee Yeon-hee, Seo Kang-joon, Cha Seung-won.
Hwajung (MBC, 50 episódios), com Kim In-yeong, Lee Yeon-hee, Seo Kang-joon, Cha Seung-won.
Hwajung,
ou Splendid Politics é criação da talentosa roteirista Kim In-yeong (The Woman
Who Still Wants to Marry). Nem bem concluiu o drama Unkind Women, e Kim
In-yeong aceitou trabalhar pela primeira vez no roteiro de um sageuk. Acontece
que não basta ter talento para escrever dramas, quando se trata de dramas
épicos o autor precisa de múltiplas habilidades: conhecimento histórico,
facilidade em criar cenas de ação e suspense, e especialmente, criar diálogos
adaptados ao período. A roteirista já provou seu talento para criar belas estórias
contemporâneas, mas, por sua inexperiência com o gênero épico, teria sido
interessante uma parceria com um segundo roteirista, que fosse encarregado de
desenvolver as cenas de ação. Mesmo assim, para quem curte os dramas sageuk, e
é fã de Cha Seung-won, vale a pena dar uma chance à Hwajung. Graças ao belo
elenco, e à produção caprichada, acabei desfrutando deste drama, mas sem pressa
de chegar ao final de seus 50 episódios.
Scholar Who Walks the Night (MBC, 20 episódios), com Lee Jeong-ki, Lee Yoo-bi, Lee Soo-hyeok.
Scholar Who Walks the Night (MBC, 20 episódios), com Lee Jeong-ki, Lee Yoo-bi, Lee Soo-hyeok.
Diferentemente
do drama épico tradicional, ocasionalmente os dramas coreanos inspiram-se nos
filmes e dramas chineses que misturam mitologia local e fantasia, para criar
estórias fantásticas, repletas de romance e ação. Scholar Who Walks the Night é mais um drama inspirado em um webtoon
de sucesso, e procura seguir o estilo e o ritmo característico das estórias em
quadrinhos. Lee Jeong-ki, sempre muito confortável em papeis em dramas épicos,
resolveu embarcar nesta aventura, talvez pensando poder repetir o sucesso de Arang and the Magistrate, e de The Joseon Gunman. Só que, infelizmente,
não foi o caso. As fãs adolescentes parecem ter ficado satisfeitas com o
resultado, mas, francamente, Scholar Who Walks the Night é um desastre, e Lee
Jeong-ki merecia um material de maior qualidade. Sentindo que o drama
naufragava vergonhosamente, o ator ainda tentou salvar a produção trazendo às
pressas o escritor Lee Jeong-woo-III (The
Joseon Gunman) para dar um ‘up’ no roteiro, mas, àquela altura o estrago
estava feito. Foi difícil não abandonar Scholar... a meio caminho, - apenas o
respeito e a admiração pela atuação brilhante de Lee Jeong-ki me fizeram chegar
ao fim deste que foi o drama mais absurdamente ruim do ano – mesmo com tanto
empenho de seu jovem elenco. Uma pena...
Six Flying Dragons (SBS, 50 episódios), com Kim Myeong-min, Yoo Ah-in, Shin Se-kyung, Byun Yo-han, Yoon Gyoon-sang, Jeong Yoo-min.
Six Flying Dragons (SBS, 50 episódios), com Kim Myeong-min, Yoo Ah-in, Shin Se-kyung, Byun Yo-han, Yoon Gyoon-sang, Jeong Yoo-min.
O
drama que chegou para salvar a boa fama dos dramas épicos coreanos foi o
maravilhoso e já clássico Six Flying Dragons. Aconteça o que acontecer até o
final desta estória, os Seis Dragões Voadores já conquistaram os fãs do gênero. Não é todo dia que se tem a oportunidade de ver um elenco tão
superior em uma única produção. O mesmo prazer que senti com cada personagem no
drama Misaeng, repetiu-se com Six Flying
Dragons. Do carisma dos veteranos - Kim Myeong-min, Cheon Ho-jin, Park
Hyeok-kwon, – aos novos talentos - Yoo Ah-in, Shin Se-kyung, Byun Yo-han, - Six Flying Dragons tem todos elementos
que compõe um drama épico de primeira qualidade. É uma alegria ver Kim Myeong-min
de volta ao sageuk, 11 anos após seu inesquecível papel em Immortal Admiral Yi
Sun-shin (2004). E é uma sorte ter como protagonista o jovem ator
mais badalado (e premiado) do momento, Yoo Ah-in. Recém vindo de dois grandes
sucessos no cinema, - The Throne, no
qual interpreta o famoso príncipe Sado, e de Veteran (de Ryoo Seung-wan) como um chaebol mau caráter, Yoo Ah-in
está afiadíssimo como ator. Não há desculpas para deixar de ver este drama
belíssimo, seja pelo romantismo épico, ou pelas exuberantes coreografias de
luta - Six Flying Dragons é o drama
do ano.