junho 03, 2014

Princess Hours (drama, 2006)


Título Alternativo: Goong
País: Coréia do Sul
Gênero: Romance, Drama
Produção: MBC
Duração: 24 episódios

Direção: Hwang In-roi

Roteiro: In Eun-ah, baseado no manhwa de Park So-hee

Elenco: Yoon Eun-hye, Joo Ji-hoon, Kim Jeong-hoon, Song Ji-hyo

Resumo

O que acontece quando uma simples adolescente é obrigada a casar-se com um príncipe herdeiro? Chae-kyeong e Lee Shin veem seus sonhos de juventude desvanecer-se em nome da sucessão do trono e da preservação da tradição real... Haverá um final feliz, como nos contos de fadas, para o jovem casal?

Comentário (com spoilers)

Princess Hours (ou Goong – Palácio) cria um universo alternativo no qual a Coréia moderna é uma monarquia constitucional, semelhante a reinados europeus atuais. A monarquia segue em paz, mas a preocupação com a saúde frágil do rei Lee Hyeon faz com que os planos sucessórios sejam apressados. E a primeira providência é casar o príncipe Lee Shin (Joo Ji-hoon), para garantir que ele herde a coroa. Mas quem seria a melhor candidata a princesa herdeira? Ao contrário das expectativas populares, a eleita não é uma jovem de sangue azul, nem mesmo a filha de algum magnata... A escolhida é Shin Chae-kyeong (Yoon Eun-hye), estudante do ensino médio, que mora com o pai, desempregado, a mãe, corretora de seguros, e o irmão caçula.

Tudo começou há muitos anos, quando o então rei, o avô do príncipe Lee Shin, nutria uma amizade profunda por seu secretário pessoal, o avô de Chae-kyeong. Como forma de gratidão, o rei prometeu dar a mão em casamento de seu futuro neto herdeiro à neta do secretário. Assim, por causa deste antigo pacto, Chae-kyeong se transforma em uma cinderela moderna, mesmo que a contragosto. Sim, pois Chae-kyeong conhece muito bem o príncipe Shin, seu colega de escola, e, apesar de achá-lo bonito (como todas as meninas da escola) não tem ilusões românticas sobre ele. Chae-kyeong inclusive flagrou uma conversa em que o príncipe declarava seu amor e pedia em casamento a colega de aula, Min Hyo-rin (Song Ji-hyo). Hyo-rin não leva a sério a proposta de Lee Shin, e sugere que eles esperem até a conclusão dos estudos universitários para pensar em casamento.


Quando Lee Shin é informado sobre os planos da realeza de casá-lo com uma plebeia, obviamente fica contrariado, mas resolve aceitar seu destino. Chae-kyeong, por outro lado, fica chocada e revoltada com a possibilidade de um casamento arranjado, ainda mais sabendo que seu futuro noivo gosta de outra garota. Mesmo conscientes de que a filha é jovem demais para assumir um compromisso tão sério, os pais de Chae-kyeong se veem impelidos a entregar sua mão em casamento, em troca da quitação de uma dívida que pode deixá-los sem ter onde morar. É um gesto nada nobre da parte da família Shin, obrigar a filha adolescente a casar-se com um estranho, mas, por outro lado, eles a amam e pensam estar fazendo o melhor para o futuro dela. É claro que nós estamos falando de um drama romântico, e que na vida real existem muitos casos de princesas infelizes com casamentos arranjados.

Finalmente Shin Chae-kyeong e Lee Shin se casam, com pompa e circunstância, e vão viver no palácio. Chae-kyeong tem dificuldade em adaptar-se à disciplina rígida da corte, sem contar com o aborrecimento de incontáveis aulas de etiqueta e tudo que envolve a tradição milenar coreana. O temperamento alegre e extrovertido de Chae-kyeong contrasta com o de seu jovem marido, sério e às vezes melancólico. No entanto, o tempo e a convivência teriam o poder de fazer este casal jovem e bonito se apaixonar... Se não fosse pela súbita aparição de dois personagens dispostos a interferir na felicidade do casal.


Até a morte do pai, o rei Lee Soo, Lee Yool (Kim Jeong-hoon) era o príncipe herdeiro. Quando Lee Soo falece em um acidente de carro, o trono é transferido para o irmão, Lee Hyeon, e o filho deste, Lee Shin, passa a ser o primeiro na sucessão da coroa. E com isso Lee Yool e sua mãe, Hye Jung-goong (Shim Hye-jin), são obrigados a deixar o palácio e exilar-se na Inglaterra. Mas a mãe de Yool nunca se conformou com este destino, e volta à Coréia com a intenção de restaurar o título do filho de príncipe herdeiro. Só que os planos ambiciosos de Hye Jung-goong se veem ameaçados quando o filho se apaixona pela princesa Shin Chae-kyeong.

Pode-se dizer que Default Princess Hours é um melodrama disfarçado de comédia romântica adolescente. Isto porque, apesar de alguns momentos divertidos, sempre protagonizados pela ‘princesa rebelde’ Chae-kyeong, o clima melancólico e o ritmo lento dos melodramas predomina. Para evitar a decepção dos que esperam assistir uma comédia romântica bem levinha, é bom avisar: muitas lágrimas são derramadas, muitos corações são partidos e muitas traições são arquitetadas dentro do palácio.


Mas, então, vale a pena investir seu tempo nos longos 24 episódios deste drama? Sim, por vários motivos, sendo o principal, o adorável casal Yoon Eun-hye e Joo Ji-hoon. Para os fãs de Yoon Eun-hye (Lie to Me, Missing You) é impossível perder mais uma atuação fantástica da atriz, aqui em início de carreira, mas já em pleno domínio de seu personagem. Carisma, encanto e naturalidade são apenas algumas das qualidades desta bela atriz. E o que podemos dizer Joo Ji-hoon (The Devil, Medical Top Team), que com seus 1,87 m de altura, e sua beleza altiva, nasceu para ser príncipe. Joo Ji-hoon encara um papel principal, mesmo inexperiente (Goong é seu primeiro trabalho como ator profissional) com uma naturalidade impressionante. E o príncipe Shin não é um personagem tão fácil quanto parece, pois seu caráter melancólico e muitas vezes frio e ríspido poderia despertar antipatia, se interpretado pelo ator errado.

Princess Hours é uma adaptação para a TV de uma HQ digital coreana (manhwa) e talvez isto explique, embora não justifique o caráter unidimensional da maioria dos personagens. Sinceramente, tenho grandes restrições ao trabalho da roteirista deste drama. In Eun-ah não tem uma carreira das mais brilhantes, e o fato de Princess Hours ser seu maior sucesso até hoje não conta muito a seu favor. Em seu último trabalho, o drama Marry Me, Mary! (2010), a audiência despencou, e ela acabou sendo afastada, e substituída pela roteirista Go Bong Hwang.

Nas mãos de um roteirista mais hábil e experiente, personagens secundários como Hyo-rin, o primeiro amor de Lee Shin, ou o príncipe Yool poderiam ter sido melhor aproveitados, ao invés de se tornarem meros empecilhos para o amor do casal central. A bailarina Hyo-rin é consistentemente chata ao longo de todo o drama, mas o príncipe Yool, lamentavelmente, passa de adorável a intragável, para decepção de quem torceu por um final feliz para o rapaz. Antes ele tivesse encarnado um grande vilão, do que aguentar seu ar constante de vítima. O personagem do príncipe Yool deveria ser o oposto de seu primo Lee Shin... Yool deveria ser alegre, descontraído, charmoso... E ele até apresenta algum espírito a princípio, quando faz amizade com Chae-kyeong na escola. Mas, quanto se apaixona por ela, seu comportamento se torna cada vez mais imaturo e vingativo. Meus parabéns à roteirista por ter conseguido criar um caso raro de interesse romântico secundário que não desperta simpatia alguma da audiência. Coitadinho do Kim Jeong-hoon, mas sua atuação fraquinha também não ajudou em nada... Mas para ser justa com Kim Jeong-hoon, eu gostei bastante de seu papel no drama I Need Romance.

Se Princess Hours pudesse ser refeito como uma comédia romântica, centrada na encantadora Chae-kyeong e seu dilema de cinderela moderna, seria simplesmente perfeito. Mesmo assim, o drama foi um mega sucesso de audiência, e tornou-se um clássico, lembrado até hoje por quem acompanhou o romance entre o príncipe Lee Shin e a plebeia Chae-kyeong.

2 comentários:

  1. Oi Alayana,

    eu também queria ver a Yoon Eun-hye em uma boa comédia romântica, mas há uma grande chance de ela estar no melodrama da SBS "Temptation", como esposa de Kwon Sang-woo. Sinceramente, não gostei da notícia...

    Obrigada por seu divertido depoimento sobre Goong, um drama encantador, né? Pena que a planejada continuação nunca aconteceu... E para quem não sabe, "Goong S" não é uma continuação, mas uma nova estória sobre um reinado fictício.

    bjs,
    Sam.

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  2. Desde que vi a Eun Hye em Coffe Prince virei fã e comecei a ver todos os trabalhos dela, ainda tá na minha lista Hong e I miss you.

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