agosto 26, 2013

Good Doctor (drama, 2013)


País de origem:Coréia do Sul
Gênero: drama médico
Episódios: 20
Produção: KBS2

Direção: Ki Min-soo
Roteiro: Park Jae-beom-I

Elenco: Joo Won, Moon Chae-won, Joo Sang-wook, Kim Min-seo, Cheon Ho-jin, Kwak Do-won, Na Young-hee, Jo Hee-bong, Lee Ki-yeol.

Resumo

Quando criança, Park Shi-on tem a sorte de conhecer o Dr. Choi Woo-seok, que diagnostica seu autismo e, além disso, descobre uma mente brilhante. O Dr. Choi torna-se protetor e mentor de Shi-on, ajudando-o a formar-se em medicina. Mas não é nada fácil para o rapaz adaptar-se ao ambiente competitivo de um hospital universitário... Park Shi-on possui um cérebro privilegiado, mas um desenvolvimento emocional de uma criança, o que gera muitos conflitos, sem falar em preconceito por parte de colegas e pacientes. Mas, com o apoio da Dra. Cha Yoon-seo, e do cirurgião Kim Do-han, o jovem Shi-on talvez possa realizar seu sonho de ser um pediatra.



Comentário
 
O jovem (e gato) roteirista Park Jae-beom-I parece gostar do gênero médico, já que seu único trabalho anterior como escritor foi o drama God´s Quiz, uma espécie de CSI coreano, produção da OCN TV, e que teve duas temporadas. Agora o roteirista volta ao tema médico, mas num tom bem mais melodramático. Aliás, pelo clima romântico e lacrimoso da estória, eu poderia jurar que o roteiro era assinado por uma mulher. E Park Jae-beom-I repete a parceria de sucesso do drama God´s Quiz com o diretor Ki Min-soo (Bachelor´s Vegetable Store).
 
 
O cenário principal deste drama é o departamento pediátrico de um hospital universitário de Seul. Como em todo drama médico, a trama se divide entre os casos médicos, e as intrigas internas pelo poder. E é em meio a uma batalha muito suja entre os administradores do hospital que Park Shi-on (Joo Won) chega do interior, para começar sua residência médica. Shi-on teve uma infância muito pobre e, com o desaparecimento dos pais, acabou sendo criado pelo Dr. Choi Woo-seok (Cheon Ho-jin), que desde cedo reconheceu sua capacidade intelectual, apesar do desenvolvimento emocional lento, fruto do autismo. Quando Shi-on perde o irmão mais velho em um acidente, faz uma promessa a si mesmo de tornar-se um médico pediatra, para poder salvar a vida de outras crianças.
 
 
No hospital, Shi-on é hostilizado por muitos, mas protegido por outros, especialmente pela Dra. Cha Yoon-seo (Moon Chae-won), uma mulher de caráter forte e um tanto impetuoso, mas ao mesmo tempo uma pessoa extremamente gentil. O Dr. Kim Do-han (Joo Sang-wook), cirurgião chefe da ala pediátrica, a princípio rejeita a contratação de Park Shi-on, mas é convencido pelo Dr. Choi, que além de seu mentor, é diretor do hospital, a tutorar o jovem em sua residência médica. O Dr. Kim Do-han não tem interesse algum na área administrativa do hospital, apesar de sua noiva, Yoo Chae-kyung (Kim Min-seo) tentar convencê-lo do contrário. Yoo Chae-kyung é uma mulher ambiciosa, cujo objetivo principal é livrar-se de sua madrasta Lee Hyuk-pil (Lee Ki-yeol), responsável pela fundação que sustenta o hospital. O vice-presidente administrativo do hospital, Kang Hyun-tae (Kwak Do-won), também tem sua agenda própria para assumir o hospital, derrubando o diretor atual, o Dr. Choi Woo-seok.
 
 
Na verdade, a parte mais chata da estória são as maquinações dos “vilões”, com planos para lá de malignos que, no fim das contas, parecem um tanto forçados. Afinal, por mais que um hospital seja uma empresa, deixar que uma instituição médica sofra abalos de ordem ética e profissional não resulta em algo bom para ninguém. É claro que a administração atual tem sua culpa, com a contratação de profissionais baseada mais em indicações pessoais, do que na qualidade dos currículos. Como consequência, um médico sério como Kim Do-ha tem de aguentar um chefe medíocre como o Dr. Go Choong-man (Jo Hee-bong), chefe do departamento de pediatria. Enfim, este ângulo mais político da administração hospitalar já foi abordado de forma mais eficiente por outros dramas, como o brilhante Brain.
 
 
Quem conseguir superar esta parte da trama pode desfrutar de personagens muito interessantes, especialmente o triângulo central, Park Shi-on, Cha Yoon-seo e Kim Do-ha. O charme destes três personagens é suficiente para garantir o interesse do espectador que goste de dramas médicos. Muitos devem ter se surpreendido com a ótima atuação de Joo Won (Bridal Mask), não que ele não seja um bom ator, mas não é fácil encarar este tipo de personagem sem cair em uma fórmula caricata. Entretanto, Joo Won encarna o jovem autista Park Shin-on de forma verossímil e muito empática. Park shi-on comete erros no hospital, mas as pessoas se apressam em afirmar que é por culpa de sua condição, e não pelo fato de ele ser apenas um estudante. É nestas situações que percebemos que o preconceito fala mais alto, já que médicos experientes também cometem erros muitas vezes graves, e que acabam sendo relevados pela diretoria do hospital.
 
 
Moon Chae-won (Nice Guy), charmosa como sempre, é a Dra. Cha Yoon-seo, uma jovem completamente dedicada ao trabalho, e que nutre uma paixão secreta pelo Dr. Kim, desde os tempos de estudante de medicina. Com sua bondade e simpatia, ela é a primeira a acolher Park Shi-on como seu pupilo, e um pouco como um irmão mais novo.
 
 
Surpreendentemente, o ator Joo Sang-wook (TEN) ficou com o personagem mais complexo da trama, o Dr. Kim Do-han. Apesar de ser um cirurgião brilhante, Kim Do-han não é um homem vaidoso ou ambicioso. Seu noivado com a intragável Yoo Chae-kyung parece andar mais pela inércia, do que por paixão ou interesse político. Kim Do-han é um tanto brusco com os colegas e alunos, não por mau caráter, mas por excesso de zelo profissional. Além disso, seu ar melancólico está ligado à perda do irmão mais novo, e a uma culpa não superada. Ele parece corresponder ao interesse da Dra. Cha, mas talvez tenha medo de romper a barreira profissional que os separa. Ou apenas tenha medo de entregar-se a um amor verdadeiro.
 
 
Para mim, Joo Sang-wook é o grande (e ótimo) motivo para encarar este melodrama. E a possibilidade de vê-lo envolvido romanticamente com Moon Chae-won é o que basta para me manter ligada em Good Doctor ao longo dos próximos episódios.

agosto 15, 2013

Two Weeks (drama, 2013)



País de origem: Coréia do Sul
Gênero: Thriller, Ação, Drama
Duração: 16 episódios
Produção: MBC TV

Direção: Son Hyeong-seok
Roteiro: So Hyeon-kyeong

Elenco: Lee Joon-ki, Kim So-yeon, Ryoo Soo-yeong, Park Ha-seon, Kim Hye-ok, Jo Min-ki, Lee Chae-mi, Yoon Hee-seok, Eom Hyo-seop, Jung In-ki.

Resumo

Jang Tae-san é um mero peão do mundo do crime, levando uma vida inútil e solitária... Até descobrir ser o pai de uma menina de oito anos e, logo depois, ser é acusado de um assassinato brutal. Ele terá de correr contra o tempo para provar sua inocência, e poder salvar a vida da filha doente.
 


Comentário (spoilers!)

Apesar das várias estreias simultâneas de dramas nos últimos dias, a expectativa de ver Two Weeks, com Lee Joon-ki, era grande, ao menos para as fãs do rapaz. Lee Joon-ki, apesar de jovem, tem uma carreira sólida e de respeito, tendo tido a sorte de escolher sempre bons projetos, tanto no cinema quanto na TV (sem contar sua bela carreira musical).

Two Weeks é um drama que agrada e surpreende desde a primeira cena e, se continuar neste ritmo, já pode ser considerado um dos melhores do ano. Com elenco sólido e roteiro afiado, Two Weeks tem tudo para cativar os fãs de estórias de ação, mas sem abrir mão dos aspectos mais humanos dos personagens. A produção conta com gente experiente, como So Hyeon-kyeong, roteirista do maior hit de 2012, My Daughter Seo-yeong, também autora do drama sobrenatural 49 Days, e Son Hyeong-seok diretor de When It´s at Night (2008) e Personal Taste (2010).

É impressionante a perfeição com que Lee Joon-ki encarna o personagem Jang Tae-san. A princípio Tae-san parece ser um grande canalha, um bandido da pior espécie. Mas logo percebemos que o comportamento agressivo de Tae-san não é natural, mas apenas uma forma de ele se proteger de um mundo violento e opressivo.

 
E quando Tae-san reencontra Seo In-hye (Park Ha-seon), o grande amor de sua vida, a máscara cai, e vemos que ele não passa de um jovem assustado e solitário. Entretanto, maior choque mesmo para Tae-san é descobrir que tem uma filha, fato que In-hye escondeu dele por oito anos. Neste período, Tae-san esteve por duas vezes na cadeia (como bode expiatório de crimes cometidos por seu chefe, o empresário e mafioso Moon Il-seok), fato que o afastou de In-hye... Até que a jovem é obrigada a revelar a existência da filha, a pequena Soo-jin (Lee Chae-mi).

 
Acontece que Soo-jin tem leucemia, e sua única chance de sobreviver à doença é um transplante de medula óssea, e seu pai biológico seria um doador em potencial. Tae-san aceita fazer o teste de compatibilidade e o resultado é positivo.

 
In-hye exige que Tae-san mantenha-se afastado da filha que, segundo ela, não sabe de sua existência. Além disso, In-hye está noiva do detetive de polícia Im Seung- woo (Ryoo Soo-yeong), que trata Soo-jin como se fosse sua filha.



Jo Seo-hee (Kim Hye-ok, em um papel bem diferente da costumeira ‘mãe chata’) é uma congressista amada pelo povo por suas atividades filantrópicas, mas que esconde intenções muito diversas do que se esperaria de alguém em sua posição social.


Moon Il-seok (Jo Min-ki) é um empresário poderoso, mas também um mafioso perigosamente psicótico. Por causa dele, a vida de Tae-san vira um inferno, quando o chefe arma uma cilada que leva o jovem a ser caçado por polícia e bandidos.


Park Jae-kyeong (Kim So-yeon) é uma promotora de justiça obcecada em provar a ligação criminosa entre Moon Il-seok e a senadora Jo Seo-hee. Kim So-yeon (Doctor Champ) está muito divertida, como uma promotora encarnada no trabalho, e nada feminina.


Junto do drama médico Good Doctor, e da trama sobrenatural Who Are You, Two Weeks é uma das grandes estreias da temporada. Imperdível!

agosto 09, 2013

I Hear Your Voice (drama, 2013)



País de origem: Coréia do Sul
Gênero: Drama, Thriller, Fantasia
Duração: 18 episódios
Produção: SBS TV

Direção: Jo Soo-won
Roteiro: Park Hye-ryeon

Elenco: Lee Bo-young, Lee Jong-suk, Yoon Sang-hyun, Lee Da-hee, Kim Kwang-gyu,Jung Dong-hwan, Kim Hae-sook, Jung Woong-in, Kim Ga-eun, Yoon Joo-sang, Choi Sung-joon, Kim Byung-ok, Park Doo-shik.

Resumo

I Hear Your Voice conta a estória de Jang Hye-sung, uma defensora pública que conhece Park Soo-ha, um jovem que tem a habilidade de ler a mente das pessoas. Com a ajuda dele, e do colega advogado Cha Kwan-woo, ela irá defender os pobres e oprimidos... Mas com a volta de um assassino que marcou suas vidas no passado, o perigo estará à espreita...


Comentário (com spoilers!)

O drama I Hear Your Voice foi o grande sucesso da temporada na TV coreana, tendo inclusive estendidos seus 16 episódios originais para um total de 18 (aliás, o drama poderia tranquilamente ter durado 20 episódios, como é comum no gênero drama, e imagino que isto não tenha ocorrido por uma questão de agenda dos atores).

O sucesso do drama é atribuído especialmente aos protagonistas Lee Bo-young, como a advogada Jang Hye-sung, e Lee Jong-suk, como Park Soo-ha, o jovem com poderes paranormais. Com uma mistura arriscada de gêneros ( um suspense dramático, com toques de fantasia, romance e até comédia), em mãos menos experientes, I Hear Your Voice poderia ter sido um grande fiasco. Felizmente, o resultado foi dos mais interessantes, e a experiência plenamente satisfatória para os espectadores. A roteirista Park Hye-ryeon fez um excelente trabalho, considerando-se seus projetos anteriores, não tão marcantes, como Dream High (2011), ou Stranger Than Paradise (2006).


Apesar do mix de gêneros, a trama segue o esquema normal dos dramas de TV; o frescor e a novidade podem ser atribuídos à personalidade espontânea da personagem central. Jang Hye-sung é uma mulher de caráter brutalmente honesto, sem papas na língua, como poucas vezes visto nos dramas coreanos. Por maiores que sejam suas aflições, ela nunca assume o papel de vítima, encarando seus problemas de frente. Muitas vezes sua independência é encarada como teimosia e frieza por seus colegas, o que em parte é verdade. Acontece que Jang Hye-sung teve uma infância e adolescência difíceis, tendo sido criada pela mãe, uma mulher pobre, mas batalhadora. Aliás, o temperamento orgulhoso de Hye-sung foi herdado da mãe, Eo Choon-shim (interpretada pela fantástica atriz Kim Hae-sook). Dois eventos dramáticos irão afetar a vida da adolescente Hye-sung (intrepretada por Kim So-hyun). O primeiro é ser acusada injustamente de ferir a colega de escola Seo Do-yeon, filha do juiz Seo Dae-seok. Como consequência, Hye-sung e a mãe são expulsas da casa do juiz, onde Eo Choon-shim trabalhava há anos como empregada. O segundo evento é um homicídio brutal presenciado por Hye-sung e Do-yeon. No momento de testemunhar o crime, apenas Hye-sung comparece no tribunal, enfurecendo o assassino, que jura vingança à jovem garota. Mas ao menos Hye-sung tem o consolo de ter a gratidão do garotinho Park Soo-ha, filho da vítima.


Os anos se passam e nos encontramos com a personagem Jang Hye-sung adulta, formada em direito. Sua mãe agora é dona de um pequeno restaurante de frango frito e, apesar de ter orgulho da filha, vive pressionando para que ela consiga um bom emprego, ou desista da carreira e se case. Jang Hye-sung não demonstra muito entusiasmo com a profissão, mas resolve candidatar-se a uma vaga na defensoria pública. Para sua própria surpresa, ela acaba contratada, juntamente com o advogado Cha Kwan Woo (Yoon Sang-hyun), um ex-policial com um coração de ouro. Cha Kwan Woo é o extremo oposto da colega Jang Hye-sung: entusiasmado, idealista e educado com seus superiores.


Park Soo-ha, o garotinho que viu seu pai ser morto brutalmente, tornou-se um jovem inteligente, mas muito solitário. Abandonado à própria sorte pelo tio, e único parente vivo, Soo-ha frequenta o estudo secundário, como qualquer adolesce normal, mas esconde um segredo... Desde a trágica morte do pai, Soo-ha adquire o poder de ler a mente das pessoas, uma habilidade que é mais um tormento do que uma bênção em sua vida, por ser algo que não pode ser controlado. Park Soo-ha nunca se esqueceu da garota que ajudou a prender o assassino de seu pai e, por isso, passou muito tempo tentando encontrá-la. Jang Hye-sung é sua benfeitora, e seu primeiro amor...


Quando finalmente Park Soo-ha consegue reencontrar Jang Hye-sung, uma sombra maléfica se aproxima dos dois. Min Joon-gook (Jung Woong-in, em uma caracterização assustadora), o assassino do pai de Soo-ha, deixa a prisão, e vai atrás de Hye-sung e Soo-ha, em busca de vingança.


O fator mais interessante deste drama é a dinâmica entre os personagens, que evolui de forma muito inesperada ao longo do tempo. No princípio a advogada Jang Hye-sung parece entusiasmada com a possibilidade de um relacionamento sério com o colega Cha Kwan Woo. Pouco interessada na carreira profissional, Hye-sung vê o casamento como uma alternativa muito cômoda. Entretanto, as coisas mudam com o surgimento de Park Soo-ha, que passa a ajudá-la no tribunal, com sua habilidade única de descobrir a verdade na mente das pessoas. A partir daí, Cha Kwan Woo deixa de ser um interesse romântico para Hye-sun (embora ele não deixe de gostar dela), mas passa a ter um papel fundamental como mentor profissional para ela. É graças a Cha Kwan Woo que Hye-sun aprende a respeitar e lutar pelos direitos de seus clientes diante da justiça.


A relação entre a advogada e Soo-ha também tem uma trajetória surpreendente, e muito romântica. No começo, o jovem Soo-ha é apenas alguém que Hye-sun pode usar para ganhar facilmente seus casos no tribunal; até que ela descobre que Park Soo-ha é o garotinho que ela salvou da morte há dez anos. Sua ligação se fortalece com o surgimento de Min Joon-gook, que passou todo este tempo na prisão, maquinando sua vingança. Soo-ha fará de tudo para proteger Hye-sun do bandido, inclusive arriscar sua própria vida.


Sobre o par Lee Bo-young e Lee Jong-suk, tenho minhas restrições (muito pessoais). Os espectadores amaram o casal Hye-sung e Soo-ha, e torceram fervorosamente para que eles tivessem um final feliz. E realmente, eles formaram um casal dos mais adoráveis, mas... Quando percebi que a estória seguiria por este caminho, fiquei um tanto incomodada. Mais um drama em que uma mulher madura, profissionalmente estabelecida, se apaixona por um jovem, muito lindo, mas muito imaturo. Nada a ver com o preconceito quanto à idade, mas qualquer psicólogo diria, neste caso, que o personagem Park Soo-ha vê na advogada Jang Hye-su a mãe (e a família) que ele nunca teve. A estória poderia tranquilamente ter se desenvolvido sem o envolvimento romântico entre os dois; seria mais natural e verossímil. Neste ponto, podemos dizer que IHYV não foi inovador, mas seguiu à risca a cartilha dos dramas românticos. O desfecho acabou sendo agradável para todos, já que a expectativa e o medo de uma grande tragédia eram grandes. Para mim, IHYV é um drama altamente recomendável, mas não entra para a lista dos melhores que já assisti (mas está sim entre os melhores do ano!).

Apesar de eu ser fã de Yoon Sang-hyun e Lee Jong-suk (que já haviam trabalhado juntos no drama Secret Garden), se tem alguém que merece destaque por sua atuação é a atriz Lee Bo-young (My Daughter Seo-yeong, 2012). A energia e principalmente a credibilidade que a atriz imprime ao personagem são dignas de todos os elogios (e prêmios) possíveis. Lee Bo-young é uma atriz que merece ser aplaudida e seguiremos de perto seus futuros projetos (após seu casamento com o ator Ji Sung, em setembro).

agosto 05, 2013

Final de Heartless City (drama, 2013)



Vários dramas tiveram seus desfechos mais ou menos satisfatórios, ao longo das últimas semanas... E muitas novas estórias estão chegando para abrir a nova temporada, com muitas expectativas positivas. Temos Two Weeks, com Lee Joon-ki, The Master´s Sun, com So Ji-sub, The Good Doctor, com Joo Won, entre outros.

Heartless City, uma saga dramática e envolvente (alguns spoilers são inevitáveis, fica aqui o alerta).
 


Se no gênero da comédia romântica está implícito o final feliz, no drama a conclusão pode nos surpreender, para o bem ou para o mal. Já nos dramas policiais as casualidades são esperadas, embora muitas vezes possam chocar ou entristecer o espectador. Desde o princípio Heartless City deu pistas de que seria um drama com desfecho trágico, embora houvesse esperança de que pudesse trazer alguma redenção aos seus (anti) heróis. Quem está familiarizado com filmes e dramas coreanos já sabe que os bandidos, mesmo quando protagonizam uma trama, quase sempre são punidos por seus atos ilícitos (ao contrário da cultura norte-americana, onde os bandidos muitas vezes são idolatrados, tanto na ficção quanto na vida real). Sendo assim, não havia como esperar algo diferente em Heartless City.


O protagonista principal é um policial infiltrado em uma organização criminosa, e embora seu objetivo inicial seja o mais nobre possível, no final, os pecados cometidos por ele não podem ser expiados. É difícil imaginar uma situação mais dramática para um personagem, a de justificar a prática do mal, em nome da justiça. E Jeong Si-hyeon é um dos personagens mais complexos e carismáticos que já surgiu no mundo dos dramas. O ator Jeong Kyeong-ho dá vida, de forma brilhante, ao policial Jeong Si-hyeon, que ficou conhecido no meio do crime como o ‘filho do doutor’, ou apenas ‘Doc’, para os íntimos.

 
Jeong Si-hyeon é um jovem cujo destino era óbvio... Filho de prostituta morta por overdose de drogas, ele vai parar em um orfanato e acaba sendo ‘resgatado’ dali para viver o resto da vida na escola do crime. Até que um policial surge em sua vida, como uma espécie de fada madrinha, que pode lhe trazer uma nova perspectiva de felicidade. Só que, uma vez vestido o uniforme de graduação na academia de polícia, a tarefa de Jeong Si-hyeon é voltar para a criminalidade, como um agente infiltrado. Enfim, parece que o destino do rapaz foi mesmo traçado quando ele nasceu, e mesmo com muitos desvios, não havia como fugir dele.


Heartless City tem outros personagens fantásticos, especialmente no lado do ‘mal’. Figuras como o Escama (o ator Kim Byeong-ok, que parece não conseguir se livrar do uniforme de presidiário), Method Kim (Kim Min-Sang), um bandido com sete vidas, ou Kim Hyeon-soo (o gatíssimo Yoon Hyeon-min), o 'bromance' de Doc.


Mas quem brilha mesmo é o casal Lee Jin-sook (Kim Yoo-mi) e Moon Deok-bae (Choi Mo-seong). Lee Jin-sook deseja abandonar a prostituição, ao conhecer e se apaixonar pelo policial Min Hong-gi (Son Chang-min). Mas o sonho de casar-se com ele não acontece, e Lee Jin-sook acaba se tornando uma poderosa cafetina, e parceira de Doc no tráfico de drogas. A atriz Kim Yoo-mi tem um papel importante na estória, como mãe postiça e mais tarde parceira de negócios de Jeong Si-hyeon. Desiludida com o amor, ela deposita suas últimas esperanças em um relacionamento amoroso com Jeong Si-hyeon, mesmo sabendo que, no fundo, é algo impossível de acontecer. A atenção de Doc para com Lee Jin-sook é como a de um noivo apaixonado, ele a mima e a enche de presentes caros, mas nunca passa disso. Jin-sook faz parte de seu passado, de sua infância, e por isso ele tenta protegê-la, temendo o dia em que sua verdadeira identidade será revelada. Apesar de ter consciência de que é um policial, Doc tem afeto pelas pessoas com as quais vem convivendo há mais de dez anos e que, no final das contas, são sua única família. E mal sabe ele que Moon Deok-bae, que um dia foi seu mentor, e hoje é seu inimigo, passa por um dilema semelhante.

 


 

Moon Deok-bae, vulgo Safari, também esconde seus segredos, incluindo uma paixão não correspondida por sua antiga amiga Jin-sook. O ator Choi Mo-seong, com seu visual exótico e sotaque característico de Busan, rouba a cena cada vez que aparece. Às vezes debochado, em outras filosófico, Safari é um personagem imprevisível não apenas para o espectador, mas para os demais personagens do drama. Ele distribui conselhos com a mesma agilidade com que espeta os inimigos com sua faca afiada. Dava para escrever um livro de autoajuda apenas com suas frases lapidares e seus conselhos de vida. Safari poderia ter sido o pai que Doc nunca teve, se tivesse escolhido o caminho do bem.


Apesar de um início promissor, o personagem Yoon Soo-min (Nam Gyoo-ri) não vingou. Não que a atriz Nam Gyoo-ri tenha desempenhado mal o seu papel, muito pelo contrário... Mas com tantos personagens fortes, e tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, a motivação do personagem Soo-min foi se esgotando. A própria equipe de polícia acabou meio perdida, com os conflitos se estabelecendo entre os traficantes... O detetive Ji Hyeong-min, coitado, acaba como um mero assistente de Doc, o homem que ele passou boa parte da estória perseguindo e jurando matar. O ator Lee Jae-yoon-I não deve ter ficado muito satisfeito com seu personagem, que tem muitos músculos, mas pouco cérebro.



Mas os holofotes estão voltados mesmo é para o ator Jeong Kyeong-ho... E, ahhh, a câmera ama Jeong Kyeong-ho! E como poderia ser diferente? O ator consegue a proeza de parecer frágil e indefeso como um garotinho de 15 anos, quando veste um jeans e deixa seus cabelos caídos sobre a testa. No instante seguinte, com um terno impecável e cabelos penteados em um topete, ele parece mais alto e mais forte, e pronto para o combate. Apesar dos atos abomináveis que comete, Jeong Si-hyeon é uma espécie de Hamlet do submundo do crime, lutando contra a sociedade que lhe roubou a infância.
 
Entendo que até mesmo para o roteirista e os produtores tenha sido difícil dizer adeus a um personagem tão querido e carismático como Jeong Si-hyeon... E a última imagem  do drama deixa uma dúvida no ar que, para mim, se traduz mais em um desejo do que na realidade de que Jeong Si-hyeon esteja em algum lugar, finalmente desfrutando da liberdade de ser feliz.


Gênero: drama, policial
Duração: 20 episódios
Produção: JTBC
Direção: Lee Jeong-hyo, Jang Yong-woo
Roteiro: Yoo Seong-yeol
Elenco: Jeong Kyeong-ho, Lee Jae-yoon-I, Nam Gyoo-ri, Kim Yoo-mi, Son Chang-min, Choi Mo-seong, Kim Byeong-ok, Ko Na-eun, Yoon Hyeon-min.
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