março 15, 2018

Romance (drama, 2002)




País: Coréia do Sul
Gênero: romance, drama
Duração: 16 episódios
Produção: MBC TV

Direção: Lee Dae-young
Roteiro: Bae Yoo-mi

Elenco: Kim Ha-neul, Kim Jae-won, Jung Sung-hwan, Kim Yu-mi, Moon Ji-yoon, Kim Hae-sook, Park Won-sook, Shim Yang-hong, Kim Young-gun, Han Ye-jin, Kang Rae-yun, Seo Hyeon-gi.

Resumo

Chae-won e Gwan-woo se conhecem na primavera, à sombra das cerejeiras em flor, e se apaixonam à primeira vista. Mais tarde, o jovem casal se descobre na posição de professora e aluno, e seu amor é desafiado pela oposição da família e o preconceito da sociedade.

Comentário

Romance não é um grande clássico do gênero e muito menos tem um elenco espetacular, mas, passados 16 anos, vale a pena voltar a este drama, tanto para refletir sobre seu tema polêmico, quanto sobre o destino de seus atores.

A roteirista Bae Yoo-mi (Shall We Kiss First, Twinkle, Twinkle) introduz a estória no formato de comédia romântica, mas logo em seguida cai no lugar comum do melodrama. É realmente uma pena, pois o enredo repleto de clichês faz de Romance um drama mais datado do que sua idade real, enquanto poderia ter se tornado uma referência, pelos temas interessantes que aborda, especialmente o amor “proibido” do casal protagonista. A direção burocrática do PD Lee Dae-young (Father I’ll Take Care of You) também não ajuda muito, mesmo com algumas belas paisagens primaveris ilustrando o romance de Chae-won e Gwan-woo.

No entanto, apesar de todas suas fraquezas, o drama surpreende pela ousadia ao enaltecer o romance entre uma professora e seu aluno, algo difícil de imaginar no mundo atual, governado pela intransigente patrulha do politicamente correto. É claro que, para os padrões ocidentais, um jovem de 19 anos apaixonar-se por uma mulher apenas seis anos mais velha, não chega a gerar grande polêmica. Mas na sociedade (até hoje) conservadora coreana, os romances de ‘noonas’ ainda são temas ardentes nos dramas. É verdade que neste drama há um contexto que, se não isenta, ao menos justifica a inocência das intenções do casal. Quando Choi Gwan-woo e Kim Chae-won se conhecem, ele mente sobre sua idade, e ela sobre sua profissão. Depois de se envolverem num acidente de trânsito bizarro, o casal se reencontra no festival de primavera da bucólica cidade litorânea onde Gwan-woo mora. Choi Gwan-woo se apaixona a primeira vista por Kim Chae-won, e, mesmo percebendo a diferença de idade entre os dois, não resiste ao seu ar juvenil e comportamento despreocupado. Ao ver que Gwan-woo faz parte de uma banda de rock, Chae-won presume que o rapaz é um estudante universitário, o que ele confirma, sabendo que ela sairia correndo se soubesse a verdade. Por sua parte, Chae-won acaba mentindo ser uma secretária, ao ser informada por Gwan-woo de seu desprezo profundo pela profissão de professor. E é assim que a jovem professora e o estudante secundarista se apaixonam profundamente, sem perceber a grande desilusão que sofreriam muito em breve.

E não são pequenas as adversidades que este belo casal terá de superar para viver um grande amor. Ao mudar-se para Seul, Choi Gwan-woo se matricula justamente na escola onde sua amada Kim Chae-won dá aulas de literatura. Chocada com a situação, a princípio a professora Chae-won tenta se afastar de Gwan-woo, mas é difícil resistir às investidas do rapaz. Mas o pior está por vir, quando ambos descobrem que suas famílias estão ligadas por uma trama financeira que levou à falência a empresa do pai de Gwan-woo.

Romance é um destes raros dramas em que o protagonista masculino não é um herdeiro mimado, - Choi Gwan-woo é um personagem magnífico.  Mesmo antes da morte do pai, Gwan-woo já era um rebelde, ao rejeitar o poder em nome do sonho de ser um músico. Quando a família se vê arruinada, é ele que assume a responsabilidade e trabalha incansavelmente para mantê-los unidos. Dói ver como Gwan-woo, um adolescente normal, do dia para a noite tem de se comportar como um adulto maduro, tendo todo o peso do mundo sobre seus ombros. E não é fácil suportar a depressão da mãe e a inconformidade dos irmãos com sua mudança radical de vida. Mas Gwan-woo luta bravamente para torna-se um homem respeitável, e assim, reconquistar o amor de Kim Chae-won.

Kim Jae-won (Can You Hear My Heart, Father I´ll Take Care of You, Hwajung), como o estudante Choi Gwan-woo, é simplesmente adorável, e seu talento natural parecia ser uma aposta certa de um futuro brilhante como ator. No entanto, não foi o que se viu, e embora ele siga na carreira, é de forma muito mais modesta, e o grande sucesso nunca se concretizou. É difícil saber o que aconteceu, se foi o fato de ele ter se casado muito cedo, ou apenas escolhas erradas de projetos, - o fato é que, assistindo sua belíssima atuação em Romance, é impossível não lamentar que ele não tenha brilhado mais na TV ou no cinema.

Kim Chae-won (Kim Ha-neul), felizmente, também não é uma garota mimada, talvez porque apesar da mãe, Yoon Mi-hee (a sempre divertida Park Won-sook, Dear My Friends) ser uma empresária ambiciosa, o pai, Kim Dae-geon (Shim Yang-hong, Gourmet), é um intelectual, professor universitário. Chae-won ama ser professora, e se preocupa sinceramente com o bem estar de seus alunos, mesmo que role de vez em quando uma ‘bela’ palmatória (as cenas de alunos sendo punidos fisicamente dentro da escola são triviais, mas não menos chocantes nos dias de hoje). Infelizmente, no final das contas, Chae-won se revela uma pessoa muito mais imatura que seu jovem amor, Gwan-woo. Entende-se que, para que se crie o conflito, o romance deve ser mesmo polêmico, mas não dá para acreditar que Chae-won não pudesse segurar as pontas apenas alguns meses, até que Gwan-woo atingisse a maioridade, e concluísse os estudos. Este, sem dúvida é o ponto mais frágil da estória, e que transforma a simpática Chae-won num personagem muitas vezes exasperante.


Examinando em retrospecto a carreira da atriz Kim Ha-neul, admiro e respeito cada vez mais suas escolhas de papeis, sempre inteligentes e desafiadoras. Com raras exceções (como em A Gentleman´s Dignity), Kim Ha-neul nunca se inclinou aos personagens frágeis e românticos, - mesmo a ingênua Chae-won é um personagem corajoso e passional. Ela já foi uma mulher cega (no ótimo thriller Blind), uma atriz egocêntrica em On Air, ou uma esposa infiel em On the Way to the Airport, - personagens marcantes, únicos.

Dos demais atores de Romance, apenas os mais velhos seguem em alta, como é o caso da sempre fantástica Kim Hae-sook (Judge vs Judge, My Father is Strange), aqui muito jovem e elegante,como a sofrida Lee Yeong-suk, mãe de Gwan-woo. Outro veterano sempre presente na telinha é Kim Young-gun (The Lady in Dignity, When It´s at Night), aqui no papel do pai de Eun-seok, Lee Yeong-gyoo.

Entre os jovens, Jung Sung-hwan (Only My Love), como Lee Eun-seok, o pretendente de Chae-won, consegue arruinar todas as cenas em que aparece, uma das piores atuações jamais vistas em um drama. Não tive o azar de ver se o rapaz aprendeu a atuar, mas não faço questão de tirar a dúvida. Kim Yu-mi, por outro lado, convence, como a irmã ambiciosa de Gwan-woo, Yun-hee, e lembro-me bem de sua bela participação no drama Heartless City. A atriz Han Ye-jin é Yoon Ji-soo, a chatíssima colega apaixonada por Gwan-woo. Anos depois de casar-se e ser mãe ela está de volta o com o melodrama romântico Let´s Watch the Sunset. Meu drama favorito de Ye-jin é Terroir, com o saudoso Kim Joo-hyeok.

Enfim, se Romance não é um drama imprescindível, é uma oportunidade de ver um casal encantador, e comprovar como Kim Ha-neul amadureceu para tornar-se uma atriz tão bonita quanto talentosa.

março 06, 2018

Melhores Dramas de 2017 (Parte 3)




Os gêneros menos explorados do ano, por estranho que pareça, foram os clássicos, ou seja, o drama romântico, a comédia e o épico. Dos poucos épicos que assisti, The King Loves, Ruler: Master of the Mask, My Sassy Girl, e Queen for Seven Days, o último é o único que talvez mereça ser lembrado, embora não tenha entrado na lista de meus sageuk favoritos. Because This is My First Life foi o melhor drama romântico do ano, e My Father is Strange o makjang que conseguiu arrancar mais risos e suspiros do que lágrimas...


Hospital Ship (MBC, 40 episódios)

Estou convencida de que Han Ji-won deveria investir mais em sua carreira no cinema e dar um tempo aos dramas. Depois de ver The Time We Were Not In Love e Hospital Ship, a impressão que fica é que a linda Ji-won anda meio cansada, ou pior, entediada com seu ofício. Pessoalmente, sempre preferi seu trabalho no cinema (Haeundae, As One, BA:BO), embora ela já tenha feito bons dramas (Secret Garden, The King 2Hearts, Damo).

Hospital Ship tem lá os seus charmes, como na originalidade do tema (as aventuras de uma equipe médica em um hospital barco) ou na paisagem deslumbrante (o drama foi filmado na Ilha Geole). No entanto, a direção pesada de Park Jae-bum (Missing You, A New Leaf) e a trama lenta e pouco envolvente da escritora Yoon Sun-joo (Hwang Jin-Yi, The Great King Sejong), mais famosa por dramas épicos, fazem de Hospital Ship um drama que deixa muito a desejar. Para piorar, a atuação da porção jovem do elenco carece de energia, por estranho que pareça. Han Ji-won atua, na maior parte do tempo, no piloto automático. Ela perdeu a oportunidade de aproveitar um personagem interessante, a Dra. Song Eun-jae, uma cirurgiã talentosa e ambiciosa, mas muito solitária. Trabalhando incansavelmente em um grande hospital de Seul, ela não tem tempo, ou desejo, de fazer amigos, e muito menos de casar-se. Tudo muda com uma morte súbita em sua família, e sua demissão abrupta do hospital. Abalada, ela resolve voluntariar-se para trabalhar a bordo de um hospital flutuante, que atende a população de uma bela região litorânea do país. Individualista e reservada, ela tem muita dificuldade em adaptar-se à vida em comunidade, tanto a bordo do navio hospital, como na pousada, morando com a tripulação. Pior ainda, ela parece imune ao interesse instantâneo de seus colegas médicos, jovens, bonitos e solteiros!

Kang Min-hyuk (Heirs, músico do grupo CNBlue) é o Dr. Kwak Hyun, especialista em medicina interna, um rapaz educado, carinhoso e sinceramente preocupado com seus pacientes, especialmente os mais carentes. Ele é filho do Dr. Kwak Seong (Jeong In-gi, Secret Garden), um cirurgião talentoso, que deixou a família para atender feridos em zonas de guerra, mas acabou voltando ao país após ser diagnosticado com demência.

Lee Seo-won (The Liar and His Lover) é o Dr. Kim Jae-gul, formado em Medicina Oriental, especialista em Acupuntura. Seu pai, o Dr. Kim Soo-gwon (Jeong Won-joong), diretor do hospital local, não se conforma com a escolha profissional do filho, enquanto lamenta a morte do filho mais velho, um médico cirurgião promissor. Han Hee-sook é a mãe do Dr. Jae-gul e esposa do Dr. Kim Soo-gwon. É divertido ver a atriz Park Jun-keum, que no passado foi a ‘sogra do inferno’de Han Ji-won, no drama Secret Garden, redimir-se em Hospital Ship como a desejável, embora improvável, ‘sogra dos sonhos’. Kim In-sik (Monster) é Cha Joon-young, o cirurgião dentista do hospital barco, o mais chatinho dos três, que vive reclamando por ter tido o azar de ter sido designado a este posto pelo serviço militar.

A dinâmica do grupo se mostra a princípio complicada, já que a Dra. Song tem de fazer milagres a cada situação de emergência para operar num ambiente precário. O Dr. Kwak é muito competente, mas um trauma meio ridículo o deixa paralisado, quando mais se precisa de sua ajuda. O Dr. Jae-gul, coitado, é o mais inútil, já que espetar agulhas só salva vidas em dramas de fantasia (ver Deserving of the Name), mas ao menos ele é um colírio para os olhos! O dentista Joon-young acaba sendo mais útil como assistente de enfermagem improvisado, mesmo que a contragosto. Simpáticos mesmo (e muito melhores atores) são os veteranos Kim Kwang-kyu (Save Me), como o gerente do hospital barco Choo Won-gong, e Jeong Kyeong-soon (Moon Lovers), como a enfermeira chefe Pyo Go-eun. Lamentável é a participação mais do que dispensável da atriz Wang Ji-won (Divorce Lawyer in Love), como Choi Young-eun, a ex-namorada assediadora de Kwak Hyun.


Age of Youth 2 (jtbc, 14 episódios)

A tão aguardada continuação do drama cult Age of Youth está de volta, para alegria dos fãs, com novos moradores na pousada Belle Epoque, e mistérios ainda mais intrigantes. Infelizmente, a roteirista Park Yeon-sun (Age of Youth, Alone in Love, White Christmas) resolveu seguir com a fórmula de esticar o suspense sobre o segredo do passado de um personagem quase a exaustão, acabando por diluir muito de seu impacto final, e, inevitavelmente, esfriando o interesse do espectador. Mas o PD Lee Tae-gon (Age of Youth, My Love Eun-dong) segura a onda, dando um show, como sempre, na direção de fotografia, e na condução precisa do elenco.

Um dos acertos da produção foi substituir a fraquíssima Park Hye-soo (e não me venham com a desculpa de conflito de agenda) por Ji-woo, no papel da tímida estudante de psicologia Yoo Eun-jae. Por outro lado, fez muita falta a presença energética e sexy de Ryu Hwa-young (Mad Dog), como Kang Yi-na, em participação especial nesta temporada (felizmente, muito bem aproveitada). A animação da casa fica toda concentrada na ‘pimentinha’ Song Ji-won (Park Eun-bin, de Nothing to Lose), mas sua autoindulgência faz dela uma líder pouco efetiva. Yoon Jin-myung (Han Ye-ri, de Six Flying Dragons), esta sim, deveria ser a ‘mãe’ do grupo, mas sua personalidade introvertida não se alterou, mesmo com a experiência de morar no exterior, se apaixonar, - ela ainda namora o chefe de cozinha Park Jae-wan (Yoon Park), - e conseguir um bom emprego numa agência de talentos. No momento mais dramático para as meninas, é Kang Yi-na que aparece para botar ordem na casa. A verdade é que Jin-myung tem problemas o bastante na empresa, como lidar com o aspirante a cantor pop Heimdal (An Woo-yeon, Jealousy Incarnate, um dos atores mais surpreendentes de sua geração).

Jeong Ye-eun (Han Seung-yeon, de Last Minute Romance) volta ao curso de Nutrição, enquanto se recupera a duras penas do trauma sofrido um ano antes, quando foi sequestrada pelo ex-namorado, Ko Doo-young (Ji Il-joo, de Temperature of Love). Mas ela pode dar uma nova chance ao amor, ao conhecer um garoto muito especial, o nerd Kwon Ho-chang (Lee You-jin, de Second Time Twenty Years Old). Ao contrário de Ye-eun, Eun-jae sofre muito ao levar o fora de seu primeiro amor, o colega Yoon Jong-yeol (Shin Hyun-soo, de My Golden Life, Age of Youth), e faz de tudo para reconquistar seu coração.


As meninas têm muita dificuldade em encontrar a colega de quarto ideal para substituir Kang Yi-na, e, pressionadas pela proprietária do prédio, acabam aceitando, sem pensar muito, Jo Eun (Choi A-ra), uma estudante de outra universidade. Altíssima, com um visual andrógino, Jo Eun assusta e intriga as novas colegas. No entanto, com o tempo, ambos os lados vão cedendo, e mais uma bela amizade floresce no Belle Epoque. Mas, além da misteriosa Jo Eun, um novo morador chega para mexer com a rotina das estudantes... Seo Jang-hoon (Kim Min-suk, Because This is My First Life), neto da dona do Belle Epoque, é um baixinho charmoso, que conquista a simpatia das meninas, e o coração de uma em especial.

Ji-Won, formada em jornalismo, parece viver no limbo, sem ânimo para buscar um emprego, ou arrumar o tão sonhado namorado. Para piorar tudo, lembranças perturbadoras, mas fugazes de um trauma de infância não deixam sua mente. Com a ajuda de seu fiel amigo Im Seong-won (Son Seung-won, de Age of Youth, Remember You) ela resolve investigar o motivo de seu bloqueio mental, ligado ao desaparecimento de uma amiga de infância. Infelizmente a roteirista (que já provou ter uma resistência teimosa ao romance, na temporada anterior) não cede ao apelo dos fãs do casal Ji-won-Seong-won, e nos joga apenas migalhas do que seria um dos grandes romances do ano. Mas o golpe fatal da roteirista sobre os fãs de Ji-won veio nos créditos finais do drama, de uma insensibilidade única.


School 2017 (KBS2, 16 episódios)

A KBS está de volta com uma de suas franquias de maior sucesso, o drama escolar School, em sua sétima temporada, e uma das melhores até então.

 School 2017 é um drama escolar que aborda os temas intrínsecos ao gênero: a pressão sobre desempenho dos estudantes por parte de pais e professores, as amizades, os primeiros amores, o bulling, etc. O PD Park Jin-suk (Naked Fireman) trata com muito carinho seus personagens, e dá liberdade para que os atores explorem seus papeis, sem esconder sua inexperiência, mas valorizando seu talento nato. É o caso da cantora Kim Se-jeong (membro do grupo pop Gugudan), que surpreende o espectador com sua naturalidade e simpatia.

As roteiristas Jung Chan-mi (Cheer Up!) e Kim Seung-won (Pinocchio´s Nose, drama especial) fazem um belo trabalho ao apontar vários dilemas e desafios dos adolescentes, às vésperas de tornarem-se adultos, mas sem deixar de lado as delícias e as angústias do primeiro amor. Kim Jung-hyun (Jealousy Incarnate) e Kim Se-jeong formam um dos casais mais charmosos e convincentes já vistos num drama adolescente. Assistindo o flerte ingênuo entre a irreverente Ra Eun-ho e o rebelde Hyun Tae-woon, qualquer adulto tem vontade de voltar no tempo e reviver o sentimento puro de uma primeira paixão.


The Liar and His Lover (tvN, 16 episódios)

A roteirista Kim Kyung-min adaptou para a TV coreana o mangá "Kanojo wa Uso o Aishisugiteru" de Aoki Kotomi, que já tinha virado filme no Japão em 2013. O PD Kim Jin-min (Pride and Prejudice) traz à telinha um grupo de jovens belíssimos e talentosos para falar sobre os desafios de se tornar uma celebridade pop.

Kang Han-kyeol (Lee Hyun-woo, To The Beautiful You, The Technicians) é baixista da banda Crude Play, mas quando o grupo está para assinar seu primeiro contrato com a gravadora Sole Music, ele é substituído por Seo Chan-young (Lee Seo-won, Hospital Ship), considerado um melhor instrumentista. Mas Kang Han-kyeol é um compositor genial, e acaba se tornando produtor e criador de todas as canções do Crude Play. Para dar um ar de mistério à banda, a identidade de Han-kyeol é mantida em segredo, e ele é conhecido por fãs e imprensa como “K”. Por isso, quando Han-kyeol se apaixona pela estudante e aspirante a cantora Yoon So-rim (Joy, membro grupo pop Red Velvet), não pode contar a ela que é o compositor da banda pop mais famosa do país. Quando So-rim e sua banda são revelados por Choi Jin-hyuk (Lee Jeong-jin, 9 End 2Outs), produtor da Sole Music, a verdade é revelada.

The Liar and His Lover poderia ter sido um drama genial, se tivesse optado por um tom mais realista, e nos tivesse poupado do romance açucarado do casal So-rim e Han-kyeol. Mesmo assim, o drama tem seus bons momentos, especialmente no bromance caloroso entre os músicos da banda Crude Play. O vocalista Yoo Shi-hyun (Sung Joo😍, membro do grupo pop UNIQ, Deserving of the Name), o baterista Ji In-ho (Chang Kiyoung, de Go Back Couple), o guitarrista Lee Yoon (Shin Je-min), o baixista Seo Chan-young, mais o compositor Han-kyeol salvam o drama da mesmice com sua amizade sincera, embora tão conflituosa. Ainda vale destacar a presença de uma novata de beleza deslumbrante, Hong Seo-young (Bad Families, drama especial), na pele da diva pop Chae Yoo-na,  musa de Han-kyeol.

A ala mais velha do elenco também contribui para dar mais conteúdo à trama. Park Ji-young (Save Me), como a empresária musical Yoo Hyun-jung, o veterano Choi Min-soo (Pride and Prejudice), como o músico boêmio Kang In-woo, pai de Han-kyeol e Lee Jeong-jin😍 representam com credibilidade os dilemas dos profissionais envolvidos no fabuloso, embora muitas vezes cruel mundo do entretenimento.


Strongest Deliveryman (KBS2, 16 episódios)

Um drama com uma estória muito simples, mas com um enfoque interessante sobre os desafios da juventude coreana no competitivo mercado de trabalho atual. O roteirista Lee Jeong-woo-III (The Joseon Shooter, Comrades) e o PD Jeon Woo-sung (The Fugitive of Joseon), talvez por seu histórico de dramas épicos, tem uma mão meio pesada para a comédia, mas ao menos o elenco se esforça para dar charme aos personagens. Choi Gang-soo (Ko Gyung-pyo, de Chicago Tipewriter, Answer Me 1988) pula de um emprego para outro, fazendo tele-entregas em restaurantes, - sua verdadeira motivação é encontrar a mãe que o abandonou há muitos anos. Mas ele acaba se estabelecendo em um pequeno restaurante de comida chinesa, administrado pelo cozinheiro Jang Dong-soo (Jo Hee-bong, de Tunnel, Falsify) e a gerente Soon-ae (Lee Min-young, de Fermentation Family). A amizade com a colega Lee Dan-a (Chae Soo-bin, de I´m Not a Robot, Moonlight Drawn By Clowds), dá um novo sentido a sua vida, e o faz sonhar com um futuro melhor. O mesmo vale para o casal de herdeiros mimados Oh Jin-gyu (Kim Sun-ho, de Two Cops, Chief Kim) e Lee Ji-yoon (Go Won-hee, The Stars Are Shining), que aprendem a valorizar o trabalho e as amizades verdadeiras, ao conhecerem Choi Gang-soo e Lee Dan-a.

Strongest Deliveryman está longe de ser um drama brilhante, mas conquista a simpatia do espectador com seus personagens sonhadores, que lutam bravamente por um lugar ao sol.


Girls´ Generation 1979 (KBS2, 8 episódios)

Baseado no romance “Lingerie Girls' Generation” de Kim Yong-hee, o drama foi adaptado por Yoon Kyung-ah (Brain, Ms. Perfect), e dirigido por Hong Seok-ku (Ms. Perfect). Girls´ Generation 1979 se passa nos conturbados anos setenta, em plena ditadura militar na Coréia do Sul. Na tranquila cidade de Daegu, um grupo de jovens adolescentes descobre os prazeres e as dores do primeiro amor.

O título original do romance “Lingerie Girls' Generation” faz referência ao atelier de costura de roupas íntimas de propriedade dos pais da protagonista do drama, a romântica Lee Jung-hee (Bona, The Best Hit, membro do grupo pop WJSN). Para quem curtiu a franquia “Answer Me...”, Girls´ Generation 1979 é um drama imperdível, uma produção que reproduz com capricho o ambiente de um período não tão distante da história, mas estranho ao mundo tecnológico (e impessoal) de hoje. É pelos olhos da adolescente Lee Jung-hee (interpretada com muita sensibilidade pela cantora pop Bona) que relembramos o quão doce e ao mesmo tempo dolorosa é esta fase da vida. É comovente ver o amadurecimento rápido destes jovens, forçados a enfrentar uma realidade que se choca brutalmente com a inocência natural de sua idade. Muito mais que um drama adolescente, Girls´ Generation 1979 é um retrato fiel e ao mesmo tempo poético de uma geração.


Chief Kim (KBS2, 20 episódios)

O roteirista Park Jae-bum (Good Doctor, God´s Quiz) e os diretores Lee Jae-hoon (Page Turner) e Choi Yoon-suk (Assembly) apresentam a ‘comédia de escritório’ Chief Kim (ou Good Manager), estrelada por Namgung Min (Girl Who Sees Smells).

Namgung Min (que vem se afastando com sucesso do estigma de papéis marcantes de vilões) encarna o irreverente gerente de finanças Kim Sung-ryong. Experiente na administração de bens ilícitos de gerentes do crime, Kim Sung-ryong tem a oportunidade de trabalhar para uma das maiores empresas do país, a TQ Company. No entanto, de posse dos números do departamento de contabilidade da companhia, ele descobre que nem sempre os negócios legais estão imunes à corrupção e às relações obscuras.

Os funcionários do departamento de contabilidade, chefiados pelo simpático Choo Nam-ho (Kim Won-hae, de While You Were Sleeping) desconfiam a princípio das motivações de Kim Sung-ryong, mas ele acaba não apenas conquistando sua confiança, mas liderando-os numa verdadeira revolução dentro da TQ Company.

Nam Sang-mi (Gourmet, The Joseon Shooter) é a subgerente Yoon Ha-kyung, que se torna a principal aliada de Kim Sung-ryong na batalha contra o jovem diretor Seo Yool (Lee Joon-ho, Twenty, membro do grupo pop 2PM). Se a linha romântica do drama não se concretiza, ao menos podemos nos divertir com o bromance ‘antagônico’ memorável entre Namgung Min e Lee Joon-ho.
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