Um filme de ação que se desenrola com velocidade, estilo e substância.
País: Coréia do Sul
Duração: 101 min.
Gênero: ação, suspense, policial
Direção: Ahn Kwon-tae, Kwak Gyeong-taek
Roteiro: Kim Dong-woo
Elenco: Han Seok-kyu, Cha Seung-won, Song Yeong-chang, Lee Byeong-joon, Jeong In-ji, Kim Ji-seok-I, Son Byeong-wook, Lim Seong-gyoo, Lee Jae-goo.
Comentário
Dois grandes atores coreanos, Han Seok-kyu e Cha Seung-won se reúnem em Eye for an Eye, num verdadeiro embate de titãs.
Crimes (quase) perfeitos e perseguições de gato e rato se desenrolam num estilo tradicional, mas com o toque picante do cinema coreano.
O filme vale especialmente para ver um Han Seok-kyu (Deep Rooted Tree) bem diferente, com seus cabelos prateados, combinando com os ternos cinza Hermes, no papel de um detetive aparentemente educado, mas de língua afiada, sempre mascando chiclete (tentando curar o vício do cigarro) e que fica obcecado em fechar seu último caso antes de deixar o cargo.
O veterano detetive Baek está para se demitir, sonhando com uma vida mais tranquila e lucrativa como homem de negócios. Mas ele tem de adiar seu desejo quando 1,8 bilhões de won são roubados de um carro forte em plena luz do dia e logo em seguida 600 kg de ouro de importação ilegal desaparece de um aeroporto, sob as barbas da equipe de Baek. Alguém, astutamente, assumiu a identidade do Cap. Baek, o que representa um grande golpe no ego do policial.
No dia seguinte aos roubos, Baek receber um pacote, um maço de dinheiro, assinado “de e para Baek”. Esse gesto ‘amigável’ vem do líder e mentor dos crimes em pessoa, Ahn Hyun-min (Cha). Esse homem misterioso e de inteligência excepcional passa a perna em Baek, além de elaborar seus planos de forma impecável. Para botar mais lenha na fogueira, Ahn tem a petulância de deixar pistas gritantes e até mesmo de aparecer na frente de Baek, sem medo de ser pego. Logo, Baek se dá conta de que está sendo usado como isca para o grande plano de Ahn, de atacar um inimigo maior.
Ao contrário dos bons, mas muitas vezes convencionais filmes da ação de Hollywood, Eye for na Eye, tem aquele toque único do cinema coreano. O drama humano por detrás dos personagens os torna empáticos e nos faz ficar na expectativa sobre o que será deles.
Embora aqui Ahn seja o ‘bandido’, Baek, que não se controla ao usar a violência para atingir os seus fins, parece, em algumas ocasiões, muito mais desprezível. E Ahn, com sua obcessão ‘hamletiana’, desperta um entendimento e uma simpatia inevitáveis nos espectadores.
Destaque para o ator Lee Byung-joon (Secret Garden, drama, 2010), que disfarça sua profunda voz de barítono, no papel de "Antonio", um empresário - de dia, e travesti à noite - que fala num tom agudo e desfila num visual de ‘perua’ impecável. O personagem composto por ele se torna um contraponto sutil e hilário aos dois atores principais.
É claro que o diretor se aproveita muito bem do perfil elegante de Cha Seung-won (que já foi modelo), que desfila pelas cenas em ternos de corte impecável, e com o sorriso debochado que é marca registrada ator. Mas não dá para desmerecer a grande atuação de Cha, sempre intenso e suave na mesma medida. Irresistível!
O filme foi dirigido a quatro mãos: Ahn Kwon-tae (My Brother, 2004), que foi diretor assistente de Kwak Gyeong-ta no seu grande ‘hit’ Friend (2001), rodou a primeira metade de Eye for an Eye, antes de seu mentor assumir a cadeira de diretor. O resultado foi um filme repleto de cenas inspiradas nas estórias em quadrinhos, com a tela dividida ao meio, além de muita ação e perseguições automobilísticas, do início ao fim.
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