País
de origem: Coréia do Sul
Gênero:
Ação, DramaDuração: 96 min.
Direção
e Roteiro: Lim Sang-yoon
Elenco:
So Ji-sub, Lee Mi-yeon, Kwak Do-won, Dong Jun, Lee Kyeong-yeong, Han Bo-bae.
Resumo
Ji
Hyeong-do usa terno e gravata como qualquer funcionário de empresa... exceto
que sua profissão é a de matador. Leal ao seu empregador, ele é considerado o
melhor do ramo. Até que um dia ele conhece uma mulher e resolve largar o
emprego, mesmo sabendo estar contrariando as regras da companhia. E de caçador,
Hyeong-do passa a ser a caça...
Comentário
O
drama Ghost, estrelado pelo ator So Ji-sub, fez muito sucesso em 2012, servindo
de veículo de promoção para o filme A Company Man. Para os fãs, era grande a expectativa
de rever So Ji-sub na telona, e ainda por cima repetindo parceria com o
simpático ator Kwak Do-won (o policial Kwon Hyeok-joo, de Ghost).
A
Company Man é o primeiro projeto pessoal de Lim Sang-yoon, que trabalhou como
diretor assistente nos filmes The Cut, Shadows in the Palace, e no melodrama The
Old Garden, todos de 2007. E Lim demonstra segurança e personalidade em sua
estreia como diretor e roteirista.
Ji
Hyeong-do (So Ji-sub) é um homem de fala mansa, cordial com os colegas e
subserviente aos superiores. Mas ele tem um lado frio e metódico, que justifica
sua fama de assassino brilhante. Entretanto, uma série de eventos começa a
minar, pouco a pouco, a confiança de Hyeong-do como matador.
Alguém
fez um comentário interessante sobre A Company Man e seu questionamento social
implícito sobre à obsessão das pessoas por dinheiro, sucesso e status. Concordo que há
uma pitada de crítica social, mas acho que o foco principal está na moral, na
responsabilidade e nas escolhas pessoais que fazemos.
A
única forma de sair da “companhia” é se aposentando, ou morrendo. E quando o
funcionário Jin Chae-gook resolve abandonar tudo, Hyeong-do recebe a tarefa de
perseguir e eliminar o colega. É aí que a semente da dúvida é plantada na mente
de Hyeong-do. Ao ser confrontado com Hyeong-do, Jin Chae-gook confessa que durante
anos suportou realizar um serviço tão bárbaro, apenas para poder sustentar a
família. Com a morte do filho, atropelado por um taxi, tudo perde o sentido
para ele. A princípio Hyeong-do fica confuso, pois para ele, trabalhar para a
companhia é sua única razão de viver. Compadecemos-nos com a vida vazia e
solitária que Hyeong-do leva... (sim, ele é um assassino de aluguel, mas tem o rosto de So Ji-sub, portanto nos dê um desconto)... Até o dia em que ele
conhece Yoo Mi-yeon (Lee Mi-yeon, de Love Exposure), uma costureira que luta
para sustentar sozinha os filhos. Na juventude, Yoo Mi-yeon teve uma carreira
fugaz de cantora pop, mas Hyeong-do lembra muito bem daqueles tempos. Encantado
por encontrar a mulher que fez parte de suas fantasias de adolescência, Hyeong-do
decide largar o emprego e começar uma vida nova ao lado dela. Ilusão ou ingenuidade,
seja o que for que tenha impulsionado Hyeong-do a dar este passo, o preço será
alto, pois a “companhia” não aceita cartas de demissão voluntárias.
Esta
fusão de melodrama e ação violenta e profusa me fez lembrar os bons tempos dos
filmes de ação de John Woo, estrelados pelo maravilhoso Chow Yun Fat. O
tiroteio desenfreado em A Company Man choca quem está acostumado aos filmes
coreanos, os quais dão preferência, tradicionalmente, às armas brancas e aos
golpes de artes marciais. O diretor obviamente é grande fã do cinema de Hong
Kong. E apesar das cenas de ação serem muito bem coreografadas, este acaba
sendo, na minha opinião, o ponto fraco do filme, já que o cinema coreano de ação costuma
ser muito mais inovador e transgressor do que isso.
Mesmo
assim, nada tira o mérito da diversão e do prazer de ver So Ji-sub em ação, com
sua desenvoltura corporal admirável – ele tem mesmo a postura de um lutador, é
só vê-lo em Always, onde ele interpreta um boxeador. So Ji-sub está
incrivelmente magro em A Company Man, e não mostra os músculos em nenhuma cena,
sendo assim, não precisam segurar a respiração até o final do filme, garotas.
Mas estão todas livres para usar a imaginação...