País
de origem: Coréia do Sul
Gênero: Drama, Ação, Thriller
Duração:
156 min.
Direção
e Roteiro: Na Hong-jin
Elenco:
Ha Jeong-woo, Kim Yoon-seok, Jo Seong-ha, Lee Cheol-min, Kwak Do-won, Lim
Ye-won.
Comentário
O
Mar Amarelo (Yellow Sea) é aquela porção do oceano Pacífico que divide o leste
da China da costa oeste das duas Coréias. Como consequência desta proximidade, há
muito tempo estabeleceu-se uma colônia de coreanos em território chinês, e é
daí que sai o nosso personagem principal. O sino-coreano Kim Goo-nam vive na
cidade de Yanbian, na Província de Jilin, onde trabalha como taxista. Sua mulher imigra para a Coréia do Sul, em
busca de um emprego melhor remunerado, mas os meses se passam, e Kim não tem
mais notícias dela. Desesperado, com uma pilha de dívidas que só crescem com as
tentativas frustradas de ganhar dinheiro no jogo de majong, e com uma filha
pequena para sustentar, Kim Goo-nam ainda por cima começa a ouvir boatos de que
sua esposa teria arrumado outro homem na Coréia.
Encurralado
pelos cobradores, ele acaba aceitando a missão de entrar clandestinamente na
Coréia do Sul para assassinar um homem. Kim Goo-nam não é um criminoso, muito
menos um matador de aluguel, mas na ansiedade de encontrar a esposa, ele chega
a Seul para realizar o serviço sujo. O líder de uma gangue de Yanbian, Myeon
Jeong-hak, promete que Kim receberá uma bela quantia em dinheiro, se matar
determinado sujeito e trouxer um dedo polegar como prova do feito.
Agora imagine a situação deste homem, um sujeito comum, trabalhador, pai de família, que é obrigado, de um dia para o outro, a viajar a um país estranho (embora seja coreano, ele sempre viveu na China) para matar e mutilar um homem, fria e cruamente. O desfecho da estória, pelo senso comum, é óbvio... Exceto que ninguém poderia imaginar que o instinto de sobrevivência de Kim Goo-nam seria tão forte.
O filme
inicialmente é lento e tem um tom de drama com toques de crítica social. Mas
não demora muito para o diretor Na Hong-jin mostrar a que veio. A partir do
assassinato brutal do alvo de Kim Goo-nam – o que acontece de forma
surpreendentemente diversa do planejado – uma onda de violência explode
literalmente na tela. Fugindo da polícia e dos bandidos, Kim Goo-nam
protagoniza cenas de verdadeiro terror pelas ruas escuras e geladas de Seul. As
perseguições automobilísticas são o ponto alto do filme, deixando o espectador
sem fôlego e admirado com a verdadeira coreografia orquestrada sob quatro rodas.
Outro
destaque vai para a ferocidade do gangster Myeon Jeong-hak, papel interpretado
com maestria por Kim Yoon-seok. As cenas em que Myeon enfrenta os adversários
tendo como arma um machado são inesquecíveis, de provocar calafrios. O grande
ator Kim Yoon-seok repete parceria bem sucedida com o diretor Na, depois do
elogiado e premiado thriller policial The Chaser (2008).
E a
estrela do filme, Ha Jeong-woo (1979), arrasa como sempre, em um papel que deve
ter sido incrivelmente desgastante para ele. Ha Jeong-woo (The Client) é um ator que emana
uma autoconfiança que pode passar por egocentrismo (talvez ele até o seja, vai
saber), mas não dá para negar o seu talento... Além do mais ele é um homem
belíssimo, que poderia fazer apenas papéis de sedutor, se o desejasse (ver My
Dear Enemy, 2008). E tem uma meia dúzia de filmes com ele estreando este ano,
como Berlin File, The Terror Live e Band of Thieves. Aliás, falando em homens atraentes,
uma questão divertida... Se você fosse casada com Hyeon Bin, com quem você pensaria
em traí-lo? Em Come Rain, Come Shine, a voz misteriosa ao telefone do amante de
Im Soo-jeong é a de Ha Jeong-woo... Muito apropriado, não?!
The Yellow Sea é um filme longo (156 min.), mas uma vez que a ação engrena, não se sente o tempo passar. E o cineasta Na Hong-jin é um homem talentoso e cerebral, que coloca suas ideias no papel e as filma buscando sempre a originalidade. O que me agrada neste diretor é que ele nunca coloca as cenas de ação acima da estória que está contando, ou seja, ele nunca nos faz esquecer de que o importante são os personagens, e as consequências de seus atos.
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