abril 01, 2013

Nice Guy (The Innocent Man)


 
Ano: 2012
Gênero: drama, romance
Duração: 20 episódios
Produção: KBS TV

Direção: Kim Jin-won-I, Lee Na-jung
Roteiro: Lee Kyeong-hee

Elenco: Song Joong-ki, Moon Chae-won, Park Si-yeon, Kwang Soo, Lee Yo-bi, Kim Young-cheol, Lee Sang-yeob, Jin Kyeong, Woo Yong, Kim Tae-hoon.

Resumo

O jovem Kang Ma-roo não consegue perdoar a traição de sua namorada Han Jae-hee, e resolve vingar-se usando a herdeira Seo Eun-gi, que perdeu sua memória.

Comentário

Só pelo resumo da trama dá para perceber que Nice Guy carrega nas tintas melodramáticas. Lee Kyeong-hee é uma roteirista veterana, tendo escrito dramas marcantes como Sang Doo, Let's Go To School (2003), Sorry I Love You (2004) e Thank You (2007). Colocar os personagens em situações de estresse psicológico intenso – e igualmente a audiência – é a especialidade da autora.

Não posso escapar de revelar alguns pequenos ‘spoilers’ para poder comentar eventos que julgo importantes na trama, mas sem entregar o desfecho da estória, é claro.

O triângulo amoroso envolve um homem, Kang Ma-roo (Song Joong-ki) e duas mulheres, ambas belas e de personalidade marcante. Han Jae-hee (Park Si-yeon) é, para Kang Ma-roo, a lembrança de um passado doloroso de traição e abandono. E em sua sede de vingança ele irá usar a ingênua Seo Eun-gi (Moon Chae-won), mas como costuma acontecer nestes casos, o feitiço pode virar contra o feiticeiro.


É engraçado que muitos tenham criticado na época as falhas no enredo de Missing You, sendo que elas se repetem quase que igualmente em Nice Guy. Talvez o ritmo mais envolvente e o suspense tenham contado a favor do segundo, e por isso tenha gerado um interesse maior do público por Nice Guy. Ou talvez falar de paixão não seja tão simples como pareça...

Missing You e Nice Guy têm muito em comum em suas tramas... Para começar, o combustível que move os personagens, este sentimento avassalador que é a vingança. Mas em Nice Guy, embora a amnésia também seja usada como um recurso (um tanto batido) do drama, são as lembranças, boas ou más, que movem os indivíduos. Aí já está uma pista, ou quem sabe um questionamento do drama... Sem memória não há dor e sofrimento, mas também não há amor ou paixão real.

Kang Ma-roo é um rapaz pobre, mas cheio de esperanças de um futuro de felicidade, ao lado da irmãzinha Choco e da namorada de infância Han Jae-hee. Tudo parece se encaminhar bem na vida de Ma-roo. Ele é um estudante de medicina brilhante, e sua amada Jae-hee uma repórter de TV em ascensão na carreira. Até o dia em que Ma-roo assume a culpa de um crime cometido por Jae-hee. Quando Ma-roo sai da cadeia, Jae-hee não está a sua espera, mas ao invés disso casou-se com um empresário rico, poderoso e com o dobro de sua idade.

Um encontro inesperado com Han Jae-hee desperta lembranças dolorosas, reabrindo as feridas não cicatrizadas de Kang Ma-roo. A partir daí ele resolve arquitetar uma vingança contra a ex. Para poder se aproximar dela, ele seduz sua enteada, Seo Eun-gi. Eun-gi é o braço direito do pai na administração de um conglomerado empresarial. Profissionalmente, ela é muito bem sucedida (apesar das críticas do pai), mas emocionalmente, é insegura e inexperiente. Por trás de uma fachada de frieza está uma jovem carente de amor e afeto, sentimentos negados pelo pai, e perdidos com a morte da mãe. Eun-gi odeia a madrasta, por haver tomado o lugar de sua mãe e por acreditar que ela não passa de uma caça-fortunas.

A presença de Lee Sang-yeob é sempre bem vinda!

É interessante como a roteirista Lee Kyeong-hee se detém na psique dos personagens, provocando uma série de dúvidas e questionamentos sobre motivações dos mesmos. Para um psicanalista, os personagens de Nice Guy são um prato cheio. Para nós espectadores fica complicado tentar diagnosticar os personagens, com tantas neuroses acumulas sobre os mesmos ao longo do tempo. Temos o complexo de Electra de Eun-gi, e uma insegurança que não condiz com sua posição social e aparência. Aliás, algo que considerei uma falha inexplicável do roteiro foi aparecer apenas no final da trama um diálogo crucial entre Eun-gi e o pai, que esclarece muito sobre o porquê de ela ser como é.


Por outro lado, podemos acompanhar com detalhes razoáveis o desenvolvimento emocional do casal Kang Ma-roo e Jae-hee.

Kang Ma-roo, em resumo, é um bom garoto, que se desvirtuou por uma experiência trágica. Se ele será capaz de voltar a ser o jovem amoroso e cheio de ideais de outrora, é o que o drama irá revelar. Na bela abertura do drama, vemos os ponteiros de um relógio que caminham para trás... E é assim com Ma-roo, tentando recuperar algo de seu passado, mesmo intuindo que esta é uma tarefa inútil. E certamente não será uma vingança que irá fazer seu mundo voltar a ser o que foi um dia.


E Han Jae-hee é um enigma tão grande, que acho que nem ela mesma compreende bem o que quer da vida. Às vezes ela parece ser uma mulher ambiciosa e calculista... mas em seguida seus sentimentos viram um amálgama de dor, culpa, arrependimento, e saudades do amor perdido, Kang Ma-roo. Um personagem interessantíssimo, que provoca sentimentos conflituosos no espectador – raiva, desprezo, piedade e simpatia... às vezes todos juntos em uma mesma cena. Acompanhar a montanha-russa de emoções de Jae-hee é uma tarefa cansativa, tanto para os personagens que a cercam, como para nós. Park Si-yeon (Coffe House, The Scent), apesar de ter lá suas limitações como atriz, destaca-se e merece elogios por encarar um papel dos mais complexos, e que acaba ofuscando em muito os demais personagens, principalmente a rival Eun-gi (Moon Chae-won - My Fair Lady,  Arrow, the ultimate weapon). Sempre digo que uma boa estória deve ter um bom vilão, e no caso de Nice Guy, pode-se dizer que Park Si-yeon criou uma anti-heroína digna dos melhores dramas coreanos. De Miss Coréia do Sul a atriz, Park Si-yeon pode continuar a nos surpreender futuramente, desde que se dedique com seriedade à profissão.

Finalmente, eu classificaria Nice Guy como um bom drama (mas não acima da média, principalmente pelo desfecho anticlimático – veja e tire suas conclusões), divertido, com excelentes atuações, direção e produção impecáveis- gostei muito da trilha musical incidental, especialmente o tango, que imprime um clima de sensualidade e tensão às cenas, além da linda voz de Song Joong-ki, na música “Really”. Precisava ser tão perfeito, o rapaz? (suspiro) Quem é fã do ator Song Joong-ki (A Werewolf Boy, Sungkyunkwan Scandal) vai se deliciar com sua beleza pura e perfeita, e sua voz aveludada... Quem ainda não conhece o poder de sedução do rapaz, não vai resistir aos seus encantos. Ele sozinho vale cada minuto de Nice Guy. Com o perdão do trocadilho, ele não é um ‘bom cara’, mas um ‘cara incrível’!

3 comentários:

  1. Adorei The innocent man. No início é meio parado mais a medida que os episódios vão avançando o drama fica cada vez mais interessante. Eu não curto muito melodramas mas este me conquistou! Sim eu também concordo, o lado psicológico das personagens foi bastante desenvolvida. Eu também não conseguia perceber a Jae Hee, havia horas que eu odiava-a mas houve também momentos que morri de pena dela. As duas mulheres tanto a Jae Hee com a Eun Gi eram ambiciosas porém ambas, eram capazes de desistir de tudo por amor do kang Ma Roo, o que achei muito interessante.

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    Respostas
    1. Oi Maryssol,
      você tem razão, o drama conquista a gente aos poucos,
      e depois não dá mais para largar.
      obrigada pelo comentário!
      bjs,
      Sam.

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  2. Oi Alayana,
    puxa, muito obrigada pelo comentário,
    e volte mais vezes para deixar sua opinião, ok?

    bjs,
    Sam.

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