outubro 23, 2012

Finais de Dramas


Nas últimas semanas, vários dramas deram adeus, alguns deixando saudades, outros nem tanto...

É uma tristeza que o tempo seja tão curto – o ano está acabando! – e tenha sido impossível acompanhar todas as tramas desta temporada. No meu caso, os dramas japoneses acabaram escanteados pelos coreanos neste semestre. Mas tudo bem, eles sempre estarão lá, a espera de uma oportunidade de serem descobertos – aliás, vários dramas nipônicos tiveram problemas com atraso ou desistência nas traduções, o que me fez abandonar algumas boas séries pelo caminho.


Já que estamos falando sobre os dramas japoneses, comecemos por Sprout, um melodrama juvenil que teve um total de 12 episódios. Um grupo de belos adolescente, vivendo com intensidade o primeiro amor. Um romance de verão, com fotografia etérea, um trilha sonora moderninha (o som delicioso do Grouplove por si só faz recomendar este drama). Não há muita estória, é mais um recorte da vida de um grupo de jovens muito normais, em uma pequena cidade japonesa – mas a estória poderia se passar em qualquer lugar do mundo, afinal, as alegrias e as dores de um primeiro amor são iguais em qualquer língua. Lá pela metade do drama, perdido o impacto inicial da beleza dos atores e da cenografia, a coisa fica meio repetitiva, e só resta a curiosidade em saber quem fica com quem (embora não seja tão difícil assim de se adivinhar). Mas Sprout é um drama que agrada tanto aos olhos quanto ao coração, pois é impossível não despertar lembranças ternas de uma primeira paixão, em quem já foi adolescente um dia. Assista e depois corra atrás das músicas do Grouplove.


Rich Man, Poor Woman foi o grande hit da temporada na TV japonesa, graças ao casal de atores Ishihara Satomi e Oguri Shun. Com 11 episódios, Rich Man, Poor Woman deixou mais saudades do ubersexy Oguri Shun do que do drama em si. É claro que o par Ishihara Satomi e Oguri Shun deu muito que falar, mas a trama não foi das mais originais – me fez lembrar muito o malfadado Tsuki No Koibito, com Kimutaku. Rich Man, Poor Woman é encantador quando o casal Hyuga Toru e Natsui Makoto está junto em cena, mas o interesse diminui muito nas demais situações. Para quem está familiarizado com os ‘doramas’ japoneses não chega a ser uma surpresa a falta de cenas mais ‘calientes’, mas neste caso, com um casal tão lindo foi uma pena a produção não ter sido um pouquinho mais ousada. Por isso, eu diria que RMPW é recomendado para iniciadas nos doramas japoneses, e para as fãs loucas por Oguri Shun (hoje em dia um respeitável senhor casado, não se esqueçam). Ponto positivo para a música de abertura, a super fofa “Hikari e” de Miwa.


To the Beautiful You, como já era esperado, não se atreveu a inovar ou muito menos a superar o original japonês, Hana Kimi. Como nas versões Disney dos contos de fada, o drama escolar To the Beautiful You é mais reluzente, mais espetacular, mas muito menos impactante que o material que o inspirou. Por outro lado, os projetos da SBS TV devem ser respeitados pela qualidade dos profisionais neles envolvidos! Mesmo tendo visto as versões anteriores, e sabendo que as surpresas serão zero, o drama é diversão acima da média. Como já comentei aqui, ainda recomendo fortemente que assistam a uma das versões japonesas da estória, mas sem desmerecer o trabalho dos atores e a produção de To the Beautiful You.


O melhor drama médico da temporada (houve outro?), Golden Time, vai deixar boas lembranças nos fãs do gênero. É o tipo de drama que poderia tranquilamente se estender por mais uns meses, ou até mesmo ter uma segunda temporada. GT certamente vai estar entre os meus ‘top 10’ do ano. Um drama à primeira vista incrivelmente simples, mas talvez esta seja a sua maior qualidade, não tentar inovar, mas passar o máximo de realismo para o espectador. Ao contrário do drama Brain, que se concentrava principalmente nos médicos e em suas ambições pessoais, o personagem principal de Golden Time é o hospital. A preocupação é mostrar os sacrifícios pessoais e profissionais de uma equipe médica por seus pacientes. Um diretor excepcional este de GT, que conduziu o elenco como uma grande orquestra, afinada e melodiosa até o final de seus 20 maravilhosos episódios. Imperdível!


Panda and the Hedgehog foi um daqueles dramas da TV a cabo coreana (Channel A), que deve ter passado batido para muita gente, não sem razão. Uma trama fraquinha, atores medianos, mas que teve seus encantos ao longo de curtos 16 episódios. O que me fez conferir o drama foi o tema da gastronomia, e realmente, os cupcakes e os macarones preparados na cozinha do chef Go Seung-ji são uma atração à parte. Mas confesso que se não fosse pelo elenco masculino, teria largado o drama no primeiro episódio. Graças à presença dos atores Lee Dong-hae (Attack on the Pin-Up Boys) e Choi Jin-hyeok (I Need Romance), o drama pôde superar suas muitas deficiências de roteiro e elenco coadjuvante. Me desculpem os fãs da atriz Yoon Seung-ah, mas sua interpretação neste drama em particular não foi das mais entusiasmantes. Acho que a própria produção percebeu que o drama crescia muito mais nas cenas em que a dupla masculina contracenava, do que nas cenas românticas entre o casal central (Dong-hae e Seung-ah). Como já aconteceu em muitos outros dramas, o ‘bromance’ floresceu e despertou mais interesse no público – tanto que a pobre Panda acabou quase esquecida nos episódios finais. Para quem teve coragem de acompanhar este drama até o final, ao menos foi agraciado com um belo desfecho, romântico, emotivo e alegre, tudo ao mesmo tempo. Um drama açucarado, do início ao fim.
 


Um drama que misturou de forma surpreendente romance, suspense, sobrenatural e drama histórico, Arang and the Magistrate foi provavelmente o drama mais ousado da temporada. Mais um para entrar na lista dos meus favoritos de 2012, Arang and the Magistrate é um drama diferenciado em termos artísticos. Sem medo de seguir um ritmo mais lento, com o objetivo claro de desenvolver bem a trama e os personagens, a roteirista Jeong Yoon-jeong (Chosun Police) criou um drama excepcional. E o mérito pela qualidade de Arang and… deve de ser compartilhado com Kim Sang-ho-I (Soul, Can You Hear My Heart) que se revelou um diretor extremante criativo e seguro. A princípio me preocupou muito o elenco tão reduzido, mas isso acabou se revelando uma vantagem, já que a roteista pôde dar vida e dimensão aos personagens. E claro que ajudou muito o talento coletivo do elenco. O par romântico, Lee Joon-ki e Sin Min-ah, está presente lado a lado em boa parte das cenas, e se a relação entre os dois não fosse natural e envolvente, o drama perderia toda a sua graça. Felizmente, Arang (Min-ah) e o Magistrado (Joon-ki) formaram um dos casais mais adoráveis da história dos dramas, e serão lembrados com carinho por quem acompanhou sua bela e misteriosa jornada. Foram 20 episódios (MBC TV) que passaram voando… E Lee Joon-ki arrasa cantando “One Day” para a trilha musical de Arang and the Magistrate.

Um comentário:

  1. Você escreve muito bem, adorei seus comentários. Parabéns ^^

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