outubro 18, 2012

The Divine Weapon (filme, 2008)


País de origem: Coréia do Sul
Gênero: aventura, guerra, drama
Duração: 134 min.

Produção: KnJ Entertainment
Direção: Kim Yoo-jin
Roteiro: Lee Man-hee

Elenco: Jeong Jae-yeong, Han Eun-jeong, Ahn Seong-gi, Heo Joon-ho.

Resumo

Durante o reinado de Sejong, a Dinastia Joseon (1392-1910) foi a personificação do estado perfeito. Para a dinastia Ming chinesa, o poder imperial aspirante, Joseon se apresentava como um obstáculo à sua expansão territorial. A China exigia submissão e interferia nos assuntos internos de Joseon. Enquanto isso, o reino também sofria com as ameaças constantes dos bárbaros do norte. Irritado com a interferência dos chineses, o rei Sejong desenvolve secretamente o “Lançador de Flechas Fantasma”, uma arma que ele planejava usar para retomar o território de Joseon e sua supremacia. Mas quando os chineses descobrem o plano, o imperador Ming tenta interrompê-lo com força, desencadeando uma onda de violência.

Comentário

The Divine Weapon, um filme com orçamento de U$ 10 milhões (grande para os padrões coreanos) procura dramatizar a história e a política que cercou o primeiro sistema mundial de foguete de multilançamento, inventado na Era Joseon, sob o reinado de Sejong (1418-1450), no esforço de enfrentar a China com maior autonomia.
 

O filme é dirigido por Kim Yoo-jin (1950), mais conhecido pelo melodrama A Promise (1998), estrelando Jeon Do-yeon. O roteirista Lee Man-hee tem sido parceiro constante do diretor Kim em seus projetos cinematográficos, mas também é conhecido pelo drama Lovers (2006), e pelo filme 71-Into de Fire (2009).

The Divine Weapon tem no elenco o veterano ator Ahn Seong-gi (Unbowed, 2011) – que acaba de ganhar uma estrela na calçada da fama em Hollywood - como o rei Sejong, Jeong Jae-yeong, como um contrabandista, e Han Eun-jeong (The Lawyers of the Great Republic Korea, drama), como a filha de um inventor de armas de guerra. Complementando o elenco, o grande ator Heo Joon-ho (Moss, 2010), como o general Chang-kang.

Fazer ficção histórica é sempre arriscado – e pode dar muito errado, como no caso do filme Gabi, comentado recentemente por aqui. Mas este felizmente não é o caso de The Divine Weapon, que mistura com sabedoria política e aventura com romance, e uma pitada saudável de humor.

O resultado é uma recriação detalhada de uma época de grande tensão geopolítica (embora o conflito sino-coreano tenha se dado um século antes do retratado) em que o pequeno reino de Joseon luta como Davi, contra o gigante Golias que era o império Ming.


O rei Sejong contrata um engenheiro brilhante (uma espécie de Da Vinci coreano) para desenvolver uma arma de guerra sofisticada e extremamente potente para combater seus inimigos – os chineses e os bárbaros. Quando os chineses descobrem o plano vão à caça do inventor de armas, que acaba morrendo. Resta apenas sua filha, Hong-ri, para resguardar o projeto secreto do rei.

Os chineses têm bons motivos para temer a arma inovadora, que além de disparar múltiplas flechas ao mesmo tempo, carrega explosivos mortais. A arma (Daesingijeon) era capaz de disparar flechas que voavam por 2 km antes de explodir crateras de até 30 cm de profundidade. Este impressionante aparato da engenharia bélica foi criado por volta de 1500, para afugentar tanto os invasores do norte como os piratas japoneses – seu projeto é reconhecido pela Federação Astronáutica como o mais antigo do gênero.

Embora estes fatos históricos reais sejam realmente marcantes, o protagonista desta trama não é o rei ou o seu inventor genial. O destino do reino acaba nas mãos de um contrabandista chamado Seol-ju. Seol-ju é filho de um fabricante de pólvora, e por isso é escolhido pelo rei para dar continuidade ao projeto secreto. Acontece que Seol-ju tem de abrigar Hong-ri, e ajudá-la na construção da arma de guerra. Hong-ri, uma mulher bonita e inteligente não gosta nada dos modos grosseiros do mercador Seol-ju, mas a convivência acaba por despertar sentimentos mais profundos no casal.


Apesar de filmes de guerra em geral serem pesados e dramáticos, The Divine Weapon consegue suavizar o tema com personagens simpáticos, dando espaço para algumas boas risadas e até um pouco de romance enternecedor. Ou seja, é um filme para agradar a todos os públicos (a partir dos 15 anos, por causa das cenas de violência). Para quem gostou de filmes como Arrow, the Ultimate Weapon, ou quer ver Jeong Jae-yeong em um romance histórico (muito sexy, de cabelos longos), The Divine Weapon é uma boa pedida para uma sessão pipoca.

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