País:
Coréia do Sul
Gênero:
drama políticoDuração: 19 episódios
Produção: SBS
Direção:
Park Myung-woo
Roteiro:
Park Kyung-soo
Elenco:
Kim Rae-won, Cho Jae-hyun, Kim Ah-joong, Choi Myoung-gil, Seo Ji-hye, On
Joo-wan, Park Hyuk-kwon, Kim Eun-soo, Lee ki-young, Kim Ji-young, Jeong Dong-hwan,
Lee Han-wi, Song Ok-suk, Lee Young-eun.
Resumo
Park
Jung-hwan é o promotor que lidera a equipe de investigação contra a corrupção
federal de seu país. Para chegar a este cargo importante, Park comprometeu
seriamente tanto sua ética pessoal, quanto profissional. Quando descobre que
tem um tumor cerebral, e que lhe resta pouco tempo de vida, ele tenta corrigir
seus erros passados. Para isso, Park precisa demover do cargo seu mentor, o chefe
da promotoria pública federal Lee Tae-joon, bem como a ministra Yoon
Ji-sook.
Comentário
Punch foi um dos
grandes dramas de 2014, uma excelente trama política, com doses equilibradas de
suspense e drama pessoal. Após o sucesso com o drama The Chaser (2012), o roteirista Park Kyung-soo (Empire of Gold, The Legend) volta à SBS com mais um thriller eletrizante, desta vez
envolvendo as disputas pelo poder entre o executivo e o judiciário,
representados respectivamente pela ministra da justiça Yoon Ji-sook (Choi
Myoung-gil), e pelo chefe da promotoria federal Lee Tae-joon (Cho Jae-hyun). No
centro do fogo cruzado entre estes dois personagens para lá de ambiciosos está
o promotor Park Jung-hwan (Kim Rae-won).
Park
Jung-hwan desviou-se do caminho da justiça em nome do poder e da fortuna
ilícita, no momento em que conheceu Lee Tae-joon, há sete anos. Esta escolha
custou-lhe não apenas a honra, mas seu casamento, e o respeito de colegas e
superiores. Shin Ha-Gyung (Kim Ah-joong) é uma promotora séria e incorruptível,
que não se conforma em ver o ex-marido usar o poder da justiça como moeda de
troca com empresários e políticos influentes. Ela só não rompeu todos os laços
com Park Jung-hwan por causa da filha, a adorável Ye-rin (Kim Ji-young).
Enquanto Park Jung-hwan serve incondicionalmente a Lee Tae-joon, Shin Ha-Gyung
apoia a ministra Yoon Ji-sook, inimiga política declarada do chefe da
promotoria.
A
situação fica ainda mais tensa quando o irmão de Lee Tae-joon, o empresário Lee
Tae-sub (Lee ki-young) é investigado pela morte de um ex-empregado. Apesar de
ser a única testemunha do crime, Shin Ha-Gyung é falsamente acusada de assassinato,
e é presa. Quando Park Jung-hwan descobre que seu chefe tramou para incriminar
sua ex-mulher, sente-se profundamente traído por este. É em meio a este dilema
que Park Jung-hwan descobre estar muito doente, com um tumor cerebral incurável.
Sabendo que tem pouco tempo de vida, ele decide confrontar o chefe, livrar Shin
Ha-Gyung da cadeia, e tentar salvar o pouco de honra que lhe resta.
A
trama de Punch lembra muito o estilo
dos dramas da roteirista Kim Eun-hee, como Sign,
ou Ghost. Portanto, para quem gosta de
dramas policiais, ou thrillers, Punch
é altamente recomendável. Mas acima de uma boa estória, está um grande elenco,
e a direção segura de Park Myung-woo (Fashion
King, Princess Ja Myung Go).
O
ator Kim Rae-won já havia perdido bastante peso para interpretar um gangster no
filme Gangnam Blues (2015), e para interpretar
o promotor à beira da morte em Punch,
emagreceu ainda mais, o que lhe deu um aspecto assustadoramente frágil, ainda
mais para um homem de porte físico saudável, com seus 1,83 m de altura. Quem
viu Kim Rae-won recém-saído do exército, no drama A Thousand Day´s Promise (2011), não pode deixar de se espantar com
a transformação pela qual passou ultimamente. Com este visual ultrarrealista, e
uma atuação visceral, do início ao fim, Kim Rae-won construiu um personagem
inesquecível... O promotor Park Jung-hwan é um homem que vai do céu ao inferno,
na luta por sua redenção, e pelo perdão de sua amada família.
A
trama de Punch é muito bem elaborada,
e no final de cada episódio há sempre um momento de suspense, que leva a uma consequente
reviravolta. A tensão é tão grande que, sinceramente, eu não conseguia assistir
mais de um episódio por vez... E boa parte da culpa é a dos “vilões”, que vão
crescendo em número e armando mais e mais artimanhas para destruir nosso
anti-herói, Park Jung-hwan. Cho Jae-hyun (Jeong
DoJeon), como o promotor chefe Lee Tae-joon traz toda a sua bagagem de ator
(cinema e TV) para criar um personagem odioso, mas incrivelmente humano. A
amizade entre Lee Tae-joon e Park Jung-hwan é natural e verdadeira, até o
último instante, embora não possa ser superada pela ambição e pelo desejo de
vingança.
Se
Lee Tae-joon é o vilão que você adora odiar, a ministra da justiça Yoon Ji-sook
é um personagem bem mais complexo, que a princípio nos encanta, e
progressivamente vai tornando-se mais e mais assustador. Choi Myoung-gil (Marry Him If You Dare) também aproveita
muito bem a oportunidade de explorar o papel da megalomaníaca Yoon Ji-sook, até
as últimas consequências. E (spoiler!) o pior é que Yoon Ji-sook arrasta
consigo para “o lado do mal” o jovem promotor Lee Ho-sung (On Joo-won), que é
tentado pelo poder, como foi anteriormente seu colega Park Jung-hwan.
Punch é o tipo de
drama que me agrada especialmente, por dar tempo o bastante para que todos os
personagens, por menores que sejam, tenham seu momento de aparecer e contar sua
estória. Os promotores também tem um papel de destaque na trama: o eterno
vassalo de Lee Tae-joon, Jo Gang-jae (Park Hyuk-kwon, sempre brilhante, por
menor que seja o seu papel), a ambiciosa Choi Yeon-jin (a bela Seo Ji-hye), e o
honorável promotor sênior Jung Gook-hyun (Kim Eun-soo), todos participam
ativamente dos acontecimentos e tornam a estória mais rica e cativante.
Para
não dizer que tudo gira em torno da política e do poder, os momentos de carinho
e afeto entre Park Jung-hwan e sua filha Ye-rin são dos mais tocantes, de levar
às lágrimas mesmo... E embora não tenha restado muito tempo para romance, Kim
Rae-won e Kim Ah-joong formam um par belíssimo, e seria um prazer vê-los algum
dia, juntos, em um drama romântico... Fica a dica!