País de origem: Coréia do Sul
Gênero: drama, suspense
Duração: 20 episódios
Produção: KBS2 TV
Direção:
Park Chan-hong
Roteiro:
Kim Jee-woo
Elenco:
Eom Tae-woong, Joo Jin-hoon, Sin Min-ah.
Resumo
Adolescente
rebelde, de família rica, Kang Oh-su protagoniza um evento trágico ao matar
acidentalmente um colega de escola. Os anos se passam, e Kang Oh-su é agora um
detetive de polícia honesto e dedicado ao trabalho de perseguir os malfeitores.
Até que uma série de assassinatos ligados a pessoas próximas a Oh-su revelam-se
mais do que mera coincidência... Com a ajuda da jovem Seo Hae-in e de seus
poderes mediúnicos, ele tentará prender o manipulador por detrás destes crimes.
Comentário
The
Devil pode ser considerado um drama surpreendente, ao menos para quem conhece
bem os dramas coreanos. Tanto por abordar temas místicos e sobrenaturais, como
pelo ritmo lento e melancólico, The Devil tornou-se um drama ‘cult’ entre os
fãs do gênero. Misturando tarologia e fé cristã, The Devil aborda a luta entre
o bem e o mal, e as consequências do ódio e vingança na mente humana.
Como costuma acontecer em qualquer cultura, religiões diferentes das praticadas localmente atraem as pessoas por seu mistério e exotismo. É o caso, por exemplo, do fascínio que a religião católica parece exercer sobre os japoneses – vide a quantidade de anjos e demônios que habitam mangás, animes e dramas nipônicos. E o fato da fé cristã estar muito mais presente na cultura sul coreana talvez explique o menor interesse no tema. Especulações a parte, o fato é que The Devil tem um clima que lembra muito certos dramas japoneses do gênero. Até mesmo o ator Joo Ji-hoon, com sua figura longilínea e seu rosto delicado, parece ter saído direto de um mangá... Mas o personagem que interpreta tem um ar angelical que esconde uma alma torturada e vingativa...
Joo
Jin-hoon é Oh Seung-ha, que aparenta ser um advogado de bom coração, ao
procurar sempre defender os pobres e marginalizados. Mas apesar de sua imagem gentil
e generosa, o jovem vive apenas com o objetivo de vingar-se do homem que
destruiu sua família.
E
este homem é Kang Oh-su (Eom Tae-woong). Quando jovem, Oh-su comportava-se como
um delinquente na escola, um modo de chamar a atenção do pai, um político e
empresário ambicioso, que não dava atenção e carinho aos filhos. O resultado
trágico foi Oh-su causar a morte, mesmo que acidental, do colega Tae Hoon, ao
esfaqueá-lo em uma briga.
A
mãe e o irmão caçula de Tae-hoon, Tae-seung, não se
conformam com o fato de Oh-su ser inocentado pela justiça, sob alegação de
autodefesa. E ao morrer em um acidente de carro, pouco tempo depois, ela deixa Tae
Seung sozinho no mundo.
Traumatizado com os eventos da adolescência, Oh-su evita
o contato pessoal com o pai o máximo que pode, embora se dê bem com o irmão
mais velho, que trabalha na administração dos negócios da família. Oh-su é um
detetive de polícia que tem paixão pelo trabalho, e é respeitado pelo chefe e
colegas, apesar de seu temperamento explosivo.
Ao receber uma carta de tarô misteriosamente ligada a o assassinato de um advogado de sua família, Kang Oh-su busca a ajuda de uma especialista no assunto, a jovem Seo Hae-in (Sin Min-ah).
Seo
Hae-in trabalha como bibliotecária, é uma garota meiga e honesta, que mora com
a mãe que é surda. Sua melhor amiga é dona de um café onde os clientes podem
ter sua sorte lida nas cartas de tarô. Com seus dotes artísticos, Hae-in pinta
as delicadas figuras místicas das cartas de tarô que são vendidas no local.
Quando
Oh-su começa a receber as cartas de tarô, pintadas a mão pela garota, fica
sabendo pelo chefe de polícia que ela possui um dom especial. Ao tocar em
certos objetos, Hae-in tem visões sobre as pessoas relacionadas aos mesmos. É
por isso que o detetive Oh-su resolve pedir a ajuda de Hae-in para tentar
desvendar os crimes que estão atingindo as pessoas mais próximas a ele.
Ao mesmo tempo em que começa a onda de assassinatos, aparece em cena o advogado Oh Seung-ha. O jovem advogado, assim como o detetive Oh-su, se encanta com a bela Hae-in e, embora ninguém tenha coragem de expressar seus sentimentos, um triângulo amoroso se estabelece, naturalmente.
The
Devil, como já mencionei, tem um ritmo lento, que pode frustrar aqueles que
esperem um drama mais ágil. Mas quem gostar de uma trama de suspense com um
forte apelo poético e dramático irá satisfazer-se muito com o resultado. Em
minha opinião os dois pontos fortes do drama são o elenco e os diálogos. Tanto Eom
Tae-woong (Cyrano Agency, Doctor Champ, Architecture 101) como Joo Jin-hoon (Princess Hours, Antique, The Naked Kitchen, Five Fingers) se apoiam muito no charme pessoal, para compensar
suas deficiências como atores, mas neste drama em especial, os dois investem
muito em seus papéis, buscando sempre uma atuação discreta e ao mesmo tempo
empática. E Sin Min-ah está encantadora como sempre (A Bittersweet Life, The Beast and the Beauty, Arang and the Magistrate). Aliás, vale conferir Sin
Min-ah e Joo Jin-hoon juntos mais uma vez e ‘soltando faíscas’ no filme The Naked Kitchen.
Quanto
à construção da trama e os diálogos, é agradável ver como a roteirista (do drama Revenge (2005) ao futuro Shark (2013), Kim Jee-woo vem repetindo parceria com o diretor Park em todos os seus projetos) procurou
humanizar os personagens, ou seja, mostrar que a dualidade bem/mal está dentro
de todos nós. E cabe a nós escolher que lado vai predominar e vencer. É a
eterna luta entre o céu e o inferno, o bem e o mal, a luz e as trevas. As
portas do inferno belamente criadas pelo gênio da escultura, Rodin, são um símbolo
poderoso do eterno drama humano que é enfrentar as consequências de seu lado
mais obscuro. Acho que a moral da estória é que nem sempre a penitência e a
reparação são suficientes para pagar nossos pecados.
Onde assistir este dorama
ResponderExcluirTô na metade da versão japonesa... Pqp que roteiro 😱😱😱😱 acredito que a versão original deva ter se aprofundado mais em cada personagem, então deve ser ótima tbm,já vou assistir bem seguida 👏👏👏
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