setembro 09, 2014

The Face Reader (filme, 2013)


País: Coréia do Sul
Gênero: épico, drama
Duração: 139 min.

Direção: Han Jae-rim
Roteiro: Kim Dong-hyeok

Elenco: Song Kang-ho, Lee Jeong-jae, Baek Yoon-sik, Jo Jeong-seok, Lee Jong-suk, Kim Hye-soo, Kim Tae-woo, Chae Sang-woo.

Resumo

Em um período politicamente atribulado da Era Joseon, Nae-kyung é um intelectual que fica famoso por sua habilidade em ler a sorte no rosto das pessoas. Contratado pelo rei Moonjong para descobrir o mandante de um assassinato na corte, ele passa a ser temido e odiado por muitos nobres. A partir daí, Nae-kyung enfrentará as consequências de ser testemunha direta na luta pelo poder em seu país.

Comentário

No gênero épico, The Face Reader foi a terceira maior bilheteria da história na Coréia, ao menos até a metade de 2014. Não é difícil entender o motivo do sucesso do filme, pois sua produção obviamente almejou um público mais jovem, mais afeito ao cinema de puro entretenimento. The Face Reader é um filme que pode agradar até mesmo ao público que não costuma ver filmes épicos, por vários motivos... A combinação de caras famosas, como Song Kang-ho, Lee Jeong-jae e Lee Jong-suk, e uma trama que mistura aventura, com pitadas de sátira e, é claro, um clássico final dramático, resulta em um filme, se não essencial, muito agradável de assistir.

O roteiro, obviamente, faz muitas concessões à história real do trágico destino do rei Sejo, no ano 1455 da Era Joseon. No entanto, a mensagem que fica é verdadeira, pois a riqueza, a sabedoria e o poder eram bens dos quais apenas uma pequena elite poderia desfrutar. E imagine um homem que possua, além da sabedoria dos livros, o poder de ler o passado e o futuro no rosto de qualquer pessoa – este homem certamente é o mais perigoso de todos...


Song Kang-Ho (em seu primeiro papel em um filme épico) é Nae-Kyung, um intelectual que foi exilado e leva uma vida de extrema pobreza junto ao cunhado Paeng-Hun (Jo Jeong-seok) e o filho Jin-Hyeong (Lee Jong-Suk). Nae-Kyung usa suas habilidades de leitura fisionômica para ganhar uns trocados, mas seu filho, que sonha com uma vida mais digna, não aprova as atividades do pai. Jin-Hyeong, contra a vontade do pai, mas com a ajuda escondida do tio Paeng-Hun resolve partir para a capital, para tentar a carreira no funcionalismo público.

Como vidente, Nae-Kyung não é um mero farsante – ele é capaz de desvendar o perfil psicológico completo de uma pessoa, apenas estudando suas expressões faciais. E estudando a personalidade do sujeito, ele consegue aferir seus atos passados e futuros. As habilidades de Nae-Kyung não passam despercebidas à poderosa gisaeng Yeon-Hong (Kim Hye-Soo). A cafetina visita Nae-Kyung e o convida a trabalhar para ela em Hanyang (a antiga Seul). Assim, Nae-Kyung e o cunhado Paeng-Hun partem para a capital, na esperança de ganhar muito dinheiro. E realmente, em pouco tempo a fama de Nae-Kyung se espalha pela cidade, e formam-se filas em frente ao estabelecimento de Yeon-Hong, para consultas sobre o futuro com o leitor de faces. Só que a verdadeira intenção de Yeon-Hong é explorar o talento de Nae-Kyung e lucrar sozinha com a clientela. Enquanto isso, Kim Jong-Seo (Baek Yoon-Sik), o ministro mais poderoso do governo, resolve contratar Nae-Kyung para trabalhar na seleção dos candidatos a cargos públicos. A sorte de Nae-Kyung parece finalmente mudar para melhor, mas a proximidade com o poder traz mais riscos do que benefícios a ele e seus familiares.


The Face Reader tem um enredo divertido, repleto de suspense e aventura, mas o destaque maior vai para o elenco. Han Jae-rim (diretor e roteirista) não se sobressai especialmente como cineasta, mas é impecável na condução do elenco. É claro que tudo fica mais fácil quando se trabalha com atores do calibre de Song Kang-ho (Snowpiercer, The Host), ou Lee Jeong-jae (The Thieves, Il Mare). O ator Song Kang-ho está fantástico, como sempre, e é incrível que, com uma carreira artística tão longa e variada, este seja seu primeiro papel em um drama épico. Fora Song Kang-ho, os atores que mais me impressionaram com suas atuações potentes foram Jo Jeong-seok e Lee Jeong-jae. O belo e usualmente suave Lee Jeong-jae transforma seu personagem, o Príncipe Su Yang, em uma figura que transpira maldade por todos os poros, mas sem cair no caricato. Grande ator! (e gatíssimo, fazer o que?). Agora, quem rouba a cena mesmo é outro lindão, o ator Jo Jeong-seok, mais conhecido por seus papéis românticos em dramas como King 2 Heart, ou You Are the Best Lee Soon-shin. Este ator me impressionou desde a primeira vez que o vi, em um papel secundário, no filme Architecture 101. No papel do simplório Paeng-heon ele parece muito mais velho e experiente do que é na verdade como ator. Um talento natural, que já recebeu muitos prêmios, e certamente muitos outros virão... Aliás, ao acompanhar a carreira de certos atores apenas na TV, nos desacostumamos a vê-los em papéis mais desafiadores. Mas, contraditoriamente, Lee Jong-suk, que vem se destacando nos dramas, decepciona um pouco no papel de Jin-hyeong. Se eu estivesse vendo Lee Jong-suk pela primeira vez, diria que ele é um belo rapaz, e um ator mediano. Mas, o fato é que Lee Jong-suk é um ator talentosíssimo, que terá muitas oportunidades de brilhar tanto no cinema quanto já brilha na TV. E um filme com ele que já está dando o que falar é Hot Young Bloods, em que contracena com Park Bo-young. Certamente veremos e comentaremos esta futura estreia.

Falta destacar a participação mais do que especial de Kim Tae-woo, como o Rei Munjong (visto recentemente no drama God´s Gift, como o marido de Lee Bo-young), de Chae Sang-woo (The Suspicious Housekeeper), como o príncipe herdeiro Danjong, e da atriz Kim Hye-soo, como a gisaeng Yeon-hong, todos complementando muito bem o elenco deste ótimo filme. Imperdível!

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