País:
Coréia do Sul
Gênero:
épico, dramaDuração: 139 min.
Direção:
Han Jae-rim
Roteiro:
Kim Dong-hyeok
Elenco:
Song Kang-ho, Lee Jeong-jae, Baek Yoon-sik, Jo Jeong-seok, Lee Jong-suk, Kim
Hye-soo, Kim Tae-woo, Chae Sang-woo.
Resumo
Em
um período politicamente atribulado da Era Joseon, Nae-kyung é um intelectual
que fica famoso por sua habilidade em ler a sorte no rosto das pessoas.
Contratado pelo rei Moonjong para descobrir o mandante de um assassinato na
corte, ele passa a ser temido e odiado por muitos nobres. A partir daí, Nae-kyung
enfrentará as consequências de ser testemunha direta na luta pelo poder em seu
país.
Comentário
No
gênero épico, The Face Reader foi a
terceira maior bilheteria da história na Coréia, ao menos até a metade de 2014.
Não é difícil entender o motivo do sucesso do filme, pois sua produção
obviamente almejou um público mais jovem, mais afeito ao cinema de puro entretenimento.
The Face Reader é um filme que pode
agradar até mesmo ao público que não costuma ver filmes épicos, por vários
motivos... A combinação de caras famosas, como Song Kang-ho, Lee Jeong-jae e Lee
Jong-suk, e uma trama que mistura aventura, com pitadas de sátira e, é claro,
um clássico final dramático, resulta em um filme, se não essencial, muito agradável
de assistir.
O
roteiro, obviamente, faz muitas concessões à história real do trágico destino
do rei Sejo, no ano 1455 da Era Joseon. No entanto, a mensagem que fica é
verdadeira, pois a riqueza, a sabedoria e o poder eram bens dos quais apenas
uma pequena elite poderia desfrutar. E imagine um homem que possua, além da sabedoria
dos livros, o poder de ler o passado e o futuro no rosto de qualquer pessoa –
este homem certamente é o mais perigoso de todos...
Song
Kang-Ho (em seu primeiro papel em um filme épico) é Nae-Kyung, um intelectual que
foi exilado e leva uma vida de extrema pobreza junto ao cunhado Paeng-Hun (Jo Jeong-seok) e o filho Jin-Hyeong (Lee Jong-Suk). Nae-Kyung usa suas habilidades
de leitura fisionômica para ganhar uns trocados, mas seu filho, que sonha com
uma vida mais digna, não aprova as atividades do pai. Jin-Hyeong, contra a
vontade do pai, mas com a ajuda escondida do tio Paeng-Hun resolve partir para
a capital, para tentar a carreira no funcionalismo público.
Como
vidente, Nae-Kyung não é um mero farsante – ele é capaz de desvendar o perfil
psicológico completo de uma pessoa, apenas estudando suas expressões faciais. E
estudando a personalidade do sujeito, ele consegue aferir seus atos passados e
futuros. As habilidades de Nae-Kyung não passam despercebidas à poderosa gisaeng
Yeon-Hong (Kim Hye-Soo). A cafetina visita Nae-Kyung e o convida a trabalhar
para ela em Hanyang (a antiga Seul). Assim, Nae-Kyung e o cunhado Paeng-Hun
partem para a capital, na esperança de ganhar muito dinheiro. E realmente, em
pouco tempo a fama de Nae-Kyung se espalha pela cidade, e formam-se filas em
frente ao estabelecimento de Yeon-Hong, para consultas sobre o futuro com o
leitor de faces. Só que a verdadeira intenção de Yeon-Hong é explorar o talento
de Nae-Kyung e lucrar sozinha com a clientela. Enquanto isso, Kim Jong-Seo (Baek
Yoon-Sik), o ministro mais poderoso do governo, resolve contratar Nae-Kyung para
trabalhar na seleção dos candidatos a cargos públicos. A sorte de Nae-Kyung
parece finalmente mudar para melhor, mas a proximidade com o poder traz mais
riscos do que benefícios a ele e seus familiares.
The Face
Reader
tem um enredo divertido, repleto de suspense e aventura, mas o destaque maior
vai para o elenco. Han Jae-rim (diretor e roteirista) não se sobressai
especialmente como cineasta, mas é impecável na condução do elenco. É claro que
tudo fica mais fácil quando se trabalha com atores do calibre de Song Kang-ho (Snowpiercer, The Host), ou Lee Jeong-jae (The Thieves, Il Mare). O ator Song
Kang-ho está fantástico, como sempre, e é incrível que, com uma carreira artística
tão longa e variada, este seja seu primeiro papel em um drama épico. Fora Song
Kang-ho, os atores que mais me impressionaram com suas atuações potentes foram Jo
Jeong-seok e Lee Jeong-jae. O belo e usualmente suave Lee Jeong-jae transforma
seu personagem, o Príncipe Su Yang, em uma figura que transpira maldade por
todos os poros, mas sem cair no caricato. Grande ator! (e gatíssimo, fazer o
que?). Agora, quem rouba a cena mesmo é outro lindão, o ator Jo Jeong-seok,
mais conhecido por seus papéis românticos em dramas como King 2 Heart, ou You Are
the Best Lee Soon-shin. Este ator me impressionou desde a primeira vez que o
vi, em um papel secundário, no filme Architecture 101. No papel do simplório Paeng-heon
ele parece muito mais velho e experiente do que é na verdade como ator. Um
talento natural, que já recebeu muitos prêmios, e certamente muitos outros virão...
Aliás, ao acompanhar a carreira de certos atores apenas na TV, nos desacostumamos
a vê-los em papéis mais desafiadores. Mas, contraditoriamente, Lee Jong-suk,
que vem se destacando nos dramas, decepciona um pouco no papel de Jin-hyeong.
Se eu estivesse vendo Lee Jong-suk pela primeira vez, diria que ele é um belo
rapaz, e um ator mediano. Mas, o fato é que Lee Jong-suk é um ator
talentosíssimo, que terá muitas oportunidades de brilhar tanto no cinema quanto
já brilha na TV. E um filme com ele que já está dando o que falar é Hot Young
Bloods, em que contracena com Park Bo-young. Certamente
veremos e comentaremos esta futura estreia.
Falta destacar a participação mais do que especial de Kim Tae-woo, como o
Rei Munjong (visto recentemente no drama God´s Gift, como o marido de Lee Bo-young), de Chae Sang-woo (The Suspicious Housekeeper), como o príncipe
herdeiro Danjong, e da atriz Kim Hye-soo, como a gisaeng Yeon-hong, todos complementando muito bem o elenco deste ótimo filme. Imperdível!
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