País:
Coréia do Sul
Gênero:
DramaDuração: 127 min.
Direção
e Roteiro: Hong Sang-soo
Elenco: Kim Seung-woo, Ko Hyeon-jeong, Song Seon-mi, Kim Tae-woo, Jeong Chan, Lee Ki-woo.
Resumo
Um cineasta de nome Joong-rae prepara seu próximo
filme, mas é incapaz de finalizar o roteiro do mesmo. Ele implora ao amigo Chang-wook,
que vá viajar com ele, mas esse hesita já que tinha outros planos com a
namorada, a compositora Moon-sook. Finalmente, Chang-wook leva a namorada junto,
e eles viajam para a costa oeste, até a bela praia de Shinduri. Lá, Joong-rae começa
a flertar descaradamente com Moon-sook. A garota, uma fã dos filmes do diretor,
não esconde seu interesse. Mas ela vai acabar descobrindo que paixão e amor são
conceitos muito vagos na mente de Joong-rae.
Comentário
Algum desavisado que não conheça o trabalho do
cineasta Hong Sang-soo pode se deixar
enganar pelos cartazes de promoção do filme. Por isso é bom avisar, essa não é
uma comédia romântica! Se há pitadas de comédia, são ácidas demais para os
corações ingênuos. O diretor e roteirista Hong costuma retratar seus personagens
masculinos, repetidamente, como figuras emocionalmente fracas, homens que
tentam seduzir jovens ingênuas com sua filosofia de botequim e seu status de
produtores artísticos.
Antes de ver Woman on the Beach eu já tinha ouvido
falar muito do filme, considerado uma obra ‘cult’ do cinema coreano. Do ponto
de vista feminino, assistir Woman on the Beach (bem como os demais filmes desse
autor) é como ver um filme de ação – ou qualquer desses filmes voltados para o
público masculino – é interessante pela curiosidade em (tentar) entender o que se
passa na mente deles. As jovenzinhas vão ficar chocadas, as mais
experientes vão murmurar “já vi isso, já estive lá”.
Joong-rae (Kim Seung-woo) é um cineasta que
desfruta de certa fama, é um homem charmoso, que encanta jovens como Moon-sook
(Ko Hyeon-jeong), ou simplesmente atrai mulheres mais velhas como Sun-hee. Mas
sua superficialidade emocional e egoísmo apagam qualquer traço de simpatia ou
atração que desperte inicialmente. A compositora Moon-sook, por outro lado, não
desperta grande empatia no público feminino, por sua ingenuidade e insistência
em tentar fazer Joong-rae amá-la a qualquer custo. Fica mais do que óbvio quem
vai sair ferido nessa estória.
Sinceramente, da metade para o final do filme (que
se beneficiaria muito de uma edição mais enxuta) comecei a ficar incomodada e a
me questionar sobre as intenções do diretor Hong. Ele queria mesmo retratar
Joong-rae como um idiota memorável? Será Joong-rae um alter-ego do autor do
filme? Será que a crueza dos personagens é uma tentativa de se aproximar ao
máximo da realidade? É bem provável, e na verdade, é esse o ponto mais positivo
– e como os filmes de Hong devem ser encarados. Não como fábulas, mas como
recortes da vida real (da vida dele?). O diretor Hong tem um caráter muito
hermético, não gosta de falar sobre suas obras, ou sobre o sentido delas. Por
entrevistas que li, ele tem um método de criação semelhante ao do diretor chinês Wong Kar Wai (In the Mood for Love), ao não se basear em um roteiro fechado. Ele diz
que gosta de se deixar levar pela intuição e o acaso, modificando o roteiro à
medida que filma (bom para ele, nem tanto para os atores). Talvez seja por isso
que muitos críticos de cinema norte-americanos rotulem seu trabalho como amadorístico,
enquanto os franceses sejam apaixonados por ele. Por sinal, Hong teve seu
último filme, In Another Country, entre os concorrentes ao Festival Internacional
de Cannes. O filme tem no papel principal a atriz francesa Isabelle Ruppert.
Hong Sang-soo, diretor e roteirista (1960): Oki´s
Movie (2010), Ha Ha Ha (2009), Tale of Cinema (2005).
Kim Seung-woo, ator (1969): Miss Ripley (drama, 2011),
71-Into the Fire (2009), Athena (drama, 2010).
Ko Hyeon-jeong, atriz (1971): Daemul (drama,
2010), Actresses (2009).
Lee Ki-woo, ator (1981): Flower Boy Ramyen Shop (drama,
2011), Lost and Found (2008).
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