julho 28, 2017

O Futuro Casal Perfeito dos Dramas (versão 2017)



Já faz um tempo que escrevi uma postagem (aqui) onde me propunha a imaginar alguns atores e atrizes que ainda não haviam se encontrado na telinha, mas que fariam, eventualmente, o par romântico ideal... Infelizmente, até hoje, nenhuma de minhas sugestões tornou-se realidade, nem mesmo a tão esperada reunião entre Yoon Eun-hye e Hyeon Bin. O tempo passou, novas caras surgiram, e ficou ainda mais divertido tentar adivinhar quem será o casal perfeito do próximo drama romântico...



O casal que poderia estar no topo da minha lista de “desejáveis” é Park Bo-young e Lee Je-hoon. Estes dois atores tem muito em comum: jovens, bem sucedidos no cinema, e há pouco tempo também na TV. Ambos têm um charme meio ‘geek’, que os faz parecer mais acessíveis e simpáticos ao público do que outros atores de sua geração. Acho mais possível que o casal se encontre no cinema, do que na TV. Na verdade, é difícil imaginar um ator que resista aos encantos da adorável Park Bo-young... 


... Mas dá para fantasiar com algumas alternativas: Kang Dong-won (mas acho que só seria possível no cinema), Byeon Yo-han, Yoon Shi-yoon, ou ainda Yoon Yeon-seok. Seria interessante ver um reencontro de Bo-young com Song Joong-ki (A Werewolf Boy), só que desta vez numa comédia romântica. O mesmo vale para Kim Young-kwang, seu antagonista em Hot Young Bloods.


Por falar em Kim Young-kwang, apesar de sua dedicação “calorosa” às protagonistas, acho que o ator ainda está para encontrar sua cara metade em um drama romântico. Uma atriz que aprendeu recentemente a atuar (oops!), Yoo In-na, faria um belo par com o rapaz. 


A atriz Lee Seong-kyeong, combinaria muito bem, ao menos fisicamente (por sua altura), com o ator. Com Seo Hyeon-jin, faria o par perfeito numa comédia romântica!


Park Mi-young e Seo In-guk já se encontraram em editoriais de moda, e fazem uma dupla espetacular. Park Mi-young é uma atriz que parece ter uma personalidade cálida e amorosa, e, talvez por isso, costuma ter uma ótima “química” com seus atores coadjuvantes. Ela teve sucesso contracenando com atores um pouco mais jovens, como Ji Chang-wook, ou Yoo Seung-ho, mas acho que ela poderia arriscar sem medo uma parceria com um ator mais velho. Um par que nunca imaginaria funcionando, mas que mostrou ter um belo potencial (embora não tenha se concretizado na ficção) foi o de Park Mi-young com Kim Myeong-min, no drama A New Leaf


Este drama me fez querer ver a atriz num drama romântico com algum ator um pouco mais velho que ela (que tem 30 anos). Quem sabe poderia ser Lee Sang-yoon, Sin Ha-gyoon ou Lee Jeong-jin.


Meu drama romântico favorito até hoje é TheCity Hall, pois o amor maduro do casal Kim Seon-a e Cha Seung-won é insuperável! Mas nem por isso deixo de sonhar em ver o querido Cha Seung-won em um novo melodrama, mas teria de ser uma atriz sexy e madura... 


... Ele faria um belo par com a elegante Kim Hee-ae, ou ainda com Kim Seong-ryeong, cujo senso de humor e irreverência que tem tudo a ver com Cha Seung-won. Kim Hyeon-joo, uma atriz tão bonita quanto simpática, faria um par maravilhoso com o ator.


Lee Joon-ki é um ator fantástico, um verdadeiro cavalheiro, mas, em minha opinião ainda não encontrou a atriz ideal como par romântico (ao menos nos dramas, porque na vida real ele teve mais sorte, né?). Aos 35 anos de idade, está na hora de o ator apostar em papel mais “adulto”, quem sabe, com um drama romântico contracenando com uma atriz da mesma idade, ou um pouco mais velha. Cada vez mais os produtores impõem atrizes mais novinhas a Lee Joon-ki, e o resultado tem sido, sinceramente, constrangedor. 


Há tempos que penso que seria muito bom ver este ator, com sua postura pessoal tão serena, contracenar com uma atriz poderosa, tipo Kim Ha-neul, Lee Bo-young, Hwang Jeong-eum, ou ainda, Jeong Yoo-mi (Discovery of Romance).


Gong Hyo-jin é uma das atrizes mais complicadas na hora planejar um ‘omiai’ fictício, já que ela é famosa por pender mais pra o lado dos coadjuvantes do que do protagonista. Jang Hyeok e Cha Seung-woo são apenas dois exemplos de atores super charmosos que falharam miseravelmente em conquistar o coração da atriz, ao menos na telinha. Gong Hyo-jin tem uma ‘vibe’ meio hippie/rebelde, que combinaria melhor com um ator mais cool, tipo Kim Jae-wook, ou Eom Tae-woong.


... Ou atores um pouco mais jovens, como Yoo Ah-in, ou Kim Jae-joong. Lee-Dong-wook também seria uma escolha interessante – ele foi o par surpreendentemente perfeito para outra ‘descolada’, a atriz Jeong Ryeo-won (Bubblegum).

É um exercício divertido e de possibilidades infinitas este de “casamenteira” de personagens de dramas... Pena que o que conta mesmo na seleção de elenco é a agenda dos atores, e a pressão de suas agências... Por outro lado, os atores e atrizes têm nos surpreendido mais com seus romances reais, do que com os fictícios, não é mesmo?

julho 20, 2017

Fight My Way (drama, 2017)




País: Coréia do Sul
Gênero: Drama, Romance, Comédia
Duração: 16 episódios
Produção: KBS2 TV

Direção: Lee Na-jeong, Kim Dong-hwi
Roteiro: Lim Sang-choon

Elenco: Kim Ji-won, Park Seo-joon, Song Ha-yoon, Ahn Jae-hong, Kim Seong-oh, Jin Hee-kyeong, Jo Eun-yoo, Son Byung-ho, Choi Woo-sik, Kwak Dong-hyeon, Pyo Ye-jin, Kwak Si-yang, Lee Jung-eun, Jeon Bae-su, Kim Gun-woo, Lee Elijah.

Resumo

Quatro amigos de infância batalham para sobreviver em empregos medíocres, sem deixar de sonhar com um futuro melhor...

Comentário

Onde está a tvN quando precisamos de dramas que contem estórias de gente como a gente? Se o caro leitor, como eu, curtiu a franquia “Answer Me...” deve sentir falta de dramas que retratem a vida como ela é, mas com aquela pitada de humor e irreverência, para não deixar o tema tão pesado, não é mesmo? Sendo assim, foi um grande prazer assistir este belo drama chamado Fight My Way, que revela mais um novo roteirista, Lim Sang-choon (Be Proud, Beck´s Back). O drama é dirigido pela jovem PD Lee Na-jeong (Oh My Venus, Nice Guy), em parceria com Kim Dong-hwi (A World Without Simpaty).

Com uma fusão muito inteligente de comédia romântica e drama social, Fight My Way conta a estória de dois casais de amigos, Ko Dong-man e Choi Ae-ra, Baek Seol-hee e Kim Joo-man. Os quatro se conheceram na infância, numa pequena cidade litorânea e, adultos, foram morar juntos na capital. Num condomínio antigo de subúrbio, eles compartilham as alegrias e tristezas de uma vida independente, mas de muitos sacrifícios.     


Ko Dong-man (Park Seo-joon, de The Beauty Inside, Witch´s Love) queria muito ser lutador de taekwondo, mas, ao perder a luta que o alçaria à carreira olímpica, desistiu do sonho de ser um atleta de elite. Sem formação universitária, ele tem um emprego nada glamouroso, numa empresa de dedetização. 


Sua melhor amiga, Choi Ae-ra (Kim Ji-won, de Descendants of the Sun, The Heirs), também não teve sorte, e o desejo de ser uma apresentadora de TV nunca foi realizado. Ae-ra trabalha na recepção de um shopping center, e, apesar do salário minguado, ainda ajuda o namorado Kim Moo-gi (Kwak Dong-hyeon, de Moonlight Drawn By Clowds), que não trabalha, com a desculpa de estar estudando para um concurso público. O ator Kwak Dong-hyeon faz uma participação especial muito rápida, mas divertidíssima. O pai de Ae-ra, Choi Chun-gab (Jeon Bae-su, Forest of Secrets), pescador, dono de um restaurante modesto, foi abandonado pela mulher, e criou a filha sozinho.


Baek Seol-hee e Kim Joo-man namoram firme há seis anos. Apesar de Seol-hee morar com a amiga Ae-ra, passa mais tempo no apartamento de Joo-man, num relacionamento praticamente de casados. Aliás, o sonho de Seol-hee (Song Ha-yoon, de The Whistleblower, Sweden Laundry), funcionária de telemarketing, é ser mãe e dona-de-casa. Um desejo que pode parecer modesto, mas é o direito de cada um escolher seu caminho para a felicidade. Joo-man (Ahn Jae-hong, de Answer Me 1988), por outro lado, é gerente de uma empresa de vendas online, e trabalha duro para ser promovido, e poder ter um salário mais digno. A mãe de Seol-hee, Geum-bok (a sempre simpática Lee Jung-eun, de Oh My Ghostess) gosta do genro, mas sabe que a família dele não trata sua filha com o devido respeito. Uma jovem aprendiz, Jang Ye-jin (Pyo Ye-jin), começa a assediar Joo-man, e Seol-hee, que trabalha na mesma empresa, percebe que o noivo não se esforça o bastante para rejeitá-la. A partir daí o longo relacionamento do casal, que parecia tão sólido, entra em crise.


Hwang Jang-ho (Kim Seong-oh, de Warm and Cozy), ex-treinador de Ko Dong-man, o convida para assistir uma luta de MMA. Dong-man fica chocado ao ver que o astro da luta é Kim Tak-soo (Kim Gun-woo), seu antigo rival no ringue. Ao ver a fama que Tak-soo alcançou, Dong-man se dá conta de que perdeu anos lamentando os erros do passado, enquanto poderia estar lutando, e ganhando muito dinheiro com isso! Sou fã do ator Kim Seong-oh, que está realmente fantástico no papel do treinador/cozinheiro que é o maior entusiasta do discípulo Dong-man. Son Byeong-ho também rouba a cena no papel de Ko Hyeong-sik, o pai severo de Dong-man.


Enquanto isso, Ae-ra é cortejada por um ex-colega de escola de Joo-man, o médico Park Moo-bin (participação especial de Choi Woo-sik, de Train to Busan). O novo interesse romântico de Ae-ra desperta o ciúmes de Dong-man, que finalmente se dá conta de seus verdadeiros sentimentos por ela. Mas a coisa esquenta mesmo quando a ex-namorada de Dong-man, Park Hye-ran (Lee Elijah, The Return of Hwang Geum-bok), recém-divorciada, quer reatar com o rapaz.


Hwang Bok-hee (Jin Hee-kyeong, de Mom) é a nova dona do condomínio, uma mulher bonita, mas misteriosa, que está sempre de olho nas idas e vindas de Ae-ra e sua turma. O filho da Sra. Bok-hee, Kim Nam-il (participação especial de Kwak Si-yang, de Chicago Tipewriter, Second to Last Love), estranhamente, também gosta de implicar com Ae-ra, cada vez que cruza com ela.


É divertido acompanhar a evolução do casal Ae-ra e Dong-man, de companheiros de travessuras na infância, a jovens adultos que apoiam um ao outro nos bons e maus momentos, até, inevitavelmente, se apaixonarem. E foi muito engenhosa a tática do roteirista de apresentar os episódios mais memoráveis da infância do casal, em flashbacks, no final de cada episódio. 


Depois de presenciar a atuação impactante de Park Seo-joon (e a transformação sensacional de seu físico), fica combinado que ele deve se dedicar exclusivamente a papeis pouco convencionais, e dar adeus aos herdeiros mimados, ou executivos esnobes.


O casal Seol-hee e Joo-man também conquistou a simpatia da audiência, pela abordagem delicada e realista dada ao seu relacionamento, reforçada pelas belíssimas atuações de Song Ha-yoon e Ahn Jae-hong (que tem uma carreira mais prolífica no cinema).


Fight My Way é uma tragicomédia suburbana, com personagens encantadores, que vivem sua realidade trivial como se estivessem dentro de um grande épico...

julho 11, 2017

Lookout (drama, 2017)




País: Coréia do Sul
Gênero: Ação, Policial, Drama
Duração: 32 (episódios)
Produção: MBC TV

Direção: Son Hyeong-seok, Park Seung-woo
Roteiro: Kim Soo-eun

Elenco: Kim Young-kwang, Lee Si-young, Kim Tae-hoon, Kim Seul-gi, Key, Choi Moo-seong, Kim Sang-ho, Park Joo-hyeong, Kim Seon-young, Jeong Seok-young, Jeon Mi-seon, Song Seon-mi, Park Solomon, Kim Jung-young, Ham Na-yeong.

Resumo

“A dor da perda de um familiar é indescritível e deixa uma marca indelével em qualquer ser humano, e, se a vingança é um prato amargo, ao menos a justiça pode amenizar um pouco o vazio deixado pela ausência dos entes queridos”.

Comentário

Que momento fantástico vive a TV coreana, com esta nova geração de roteiristas talentosos e irreverentes, que estão conseguindo reescrever (literalmente) o caminho dos nossos tão amados dramas diários.

Lookout (ou The Guardian) é apenas mais uma das belas surpresas da temporada, ao lado de títulos como Tunnel, Suspicious Partner, ou Forest of Secrets. O gênero policial (englobando aqui ação, drama legal e suspense) nunca foi o ponto forte dos dramas coreanos, o que é até estranho já que no cinema esta temática sempre fez muito sucesso. Felizmente, com a renovação das equipes de escritores, os dramas policiais vêm ganhando em qualidade e, consequentemente, alcançando um maior espaço na grade de programação dos diversos canais de TV.

O PD Son Hyeong-seok (When It´s at Night, Two Weeks), com sua boa experiência em thrillers, dá a sustentação perfeita ao roteiro ágil e ao mesmo tempo dramático da roteirista novata Kim Soo-eun. Lookout é, em essência, um drama de ação, mas este diretor sabe privilegiar o trabalho dos atores, dando ênfase ao lado mais humano dos personagens.

Lookout é uma estória de embate moral entre a lei (os promotores e os políticos) e a ordem (a polícia). Se ambos têm a função de proteger o cidadão, nem sempre os nobres juramentos destes profissionais são cumpridos. E é nestas circunstâncias que aflora o desejo de justiça feita com as próprias mãos... Lee Si-young (Valid Love) é a detetive de polícia Jo Soo-ji, uma profissional que se dedica com fervor a combater o crime, mesmo que para isso tenha de negligenciar seus deveres de mãe de uma menina de sete anos. Jo Soo-ji é mãe solteira, e apesar de adorar sua filha Yoo-na (Ham Na-yeong), é obrigada a deixá-la a maior parte do tempo na companhia da avó (Kim Jung-young, de Queen for Seven Days). Sua superior, a chefe de esquadrão Lee Soon-ae (Kim Sun-young, de Shopping King Louie, Answer Me 1988) vive uma situação semelhante, tendo de criar sozinha uma filha adolescente, que se ressente com a ausência da mãe. Apesar do sacrifício de enfrentar a criminalidade todos os dias, ganhar pouco, e mal ver as filhas, as policiais parecem sentir muito orgulho do seu trabalho. Mas, infelizmente, uma tragédia familiar transforma a vida de Jo Soo-ji em um grande pesadelo. Quando vi o drama, não fazia ideia do que iria acontecer, portanto não sei se é adequado revelar os fatos que levam Soo-ji a tornar-se uma foragida da justiça, sem estragar muito do impacto dos eventos. Basta dizer que a detetive é apresentada a um grupo secreto que busca vingar crimes cometidos contra seus familiares, e que não foram devidamente punidos pela justiça. O tal grupo secreto foi reunido por um líder misterioso, cuja identidade é ignorada, embora todos sigam fielmente as suas ordens. Passa-se um ano da desaparição de Soo-ji, e ela continua no ostracismo, trabalhando com uma dupla de hackers, Seo Bo-mi e Kong Kyeong-soo. A princípio, parece que os jovens vivem escondidos por cometerem crimes cibernéticos, mas não é bem assim. Soo-ji e Kyeong-soo compartilham um apartamento em um prédio abandonado, e se comunicam com Bo-mi por câmeras de monitoramento, embora apenas ela possa vê-los, enquanto que eles apenas a ouvem. Seo Bo-mi (Kim Seul-gi, de Splash Splash Love, Oh My Ghostess) vive trancada num apartamento, em local conhecido apenas pelo líder misterioso. Logo ficamos sabendo que a família de Bo-mi foi morta brutalmente durante um assalto, alguns anos atrás, e ela se isolou do mundo, em parte devido ao trauma, mas mais por um motivo que será revelado mais adiante. Tudo que Bo-mi deseja é punir os assassinos de seus pais e sua irmã mais velha. Kong Kyeong-soo (Key, de Drinking Solo, membro do grupo de kpop SHINee) tem uma personalidade alegre, e uma autoconfiança invejável de suas habilidades de espião virtual. No entanto, seu ar despreocupado esconde o desespero pelo desaparecimento misterioso de sua mãe, e sua maior motivação é encontrá-la algum dia, sã e salva.

Aos poucos a pequena equipe percebe que, por trás de uma série de missões que eles vão cumprindo, paira a sombra de uma grande autoridade, o promotor chefe Yoon Seung-ho (Choi Moo-sung, de Heatless City, Answer Me 1988). Soo-ji também tem como alvo de sua vingança o promotor Yoon, e seu filho adolescente, Si-wan (Park Solomon, de Doctors). Como ex-policial, ela começa a ficar inquieta por não conhecer a identidade, ou muito menos as motivações da pessoa que está liderando suas ações. Uma noite, Soo-ji segue o colega Kyeong-soo até uma igreja, e começa a suspeitar que o belo padre Lee Kwan-woo (Shin Dong-wook, de Soulmates) tem alguma ligação com o líder misterioso. Só um parêntese para felicitar a volta do maravilhoso Shin Dong-wook às telinhas, após sete anos de uma ausência muito sentida pelos fãs.

Enquanto isso, Soo-ji tenta evitar ser capturada pelos próprios colegas policiais, e, especialmente pelo promotor encarregado de seu caso, Jang Do-han (Kim Young-kwang). Jang Do-han é um jovem promotor cuja carreira teve uma ascensão meteórica, em parte por sua inteligência, mas muito mais por sua capacidade inesgotável de puxar o saco dos superiores. No começo ele adula o promotor Oh Kwang-ho (Kim Sang-ho, de TEN, Missing Nine), mas seu objetivo malicioso é roubar sua vaga de assistente do promotor chefe Yoon.

A única pessoa que está ao lado da detetive Soo-ji é o promotor Kim Eun-joong (o “Sr. Covinhas” Kim Tae-hoon, de Fantastic), amigo de longa data, um profissional ético, entre tantos corruptos que o cercam. Pena que a inflexibilidade de Kim Eun-joong nem sempre funcione a seu favor...

O bom deste drama é que nenhum personagem é desperdiçado, - o elenco é relativamente grande, mas igualmente talentoso. Lee Si-young está muito a vontade (como era de se esperar para quem conhece seu perfil profissional e pessoal) no papel da policial durona com os bandidos, mas amável com a família e amigos. Jo Soo-ji despertou em mim uma simpatia enorme – sua vingança não é cega, ela se preocupa muito com as consequências de suas ações sobre a vida dos outros, e tem consciência de que, eventualmente, terá de pagar por seus atos ilegais. E o mais comovente é como ela tenta se colocar na pele dos colegas, e empatiza com o sofrimento deles, mesmo que em parte tenha motivos para sentir o oposto, especialmente sobre o líder do grupo. Ironicamente, a sede de vingança deste homem acaba por suavizar a ira de Soo-ji, e a faz refletir sobre o sentido que deveria dar à sua vida.

Quem acompanha e admira a carreira de Kim Seul-gi ficará satisfeito ao perceber como a atriz pode brilhar em papeis mais sérios, e, apesar de eu adorar seu lado cômico, é muito bom vê-la interpretar muito bem um personagem tão complexo e adorável como a hacker Seo Bo-mi. E Kim Seul-gi encontrou o par perfeito no ator (e ídolo pop) Key, com sua energia adolescente, mas sem perder o tom nas cenas mais dramáticas.

Os antagonistas de Lookout impressionam e perturbam o espectador, por representarem o mal de forma tão realista. Temos o policial que se corrompe e comete crimes brutais, pela simples ganância pelo dinheiro, o promotor e o político que são seduzidos pelo poder, e por fim, mas não menos assustador, o jovem que segue seus impulsos psicóticos, respaldado pela impunidade de seus atos.

Kim Young-kwang (Gogh, the Starry Night, D-Day, Plus Nine Boys, Hot Young Bloods) é o ator perfeito para interpretar personagens indecifráveis como o promotor Jang Do-han. Em Plus Nine Boys ele tinha fama de mulherengo, mas curtia há séculos uma paixão não correspondida pela melhor amiga. Em Man Living at My House ele era o estranho que faz uma mulher se apaixonar por ele, apesar de ter roubado sua herança. E em Gogh, the Starry Night, Kim Young-kwang é o chefe carrasco que faz bater mais forte o coração de Kwon Yuri. Mas em Lookout Kim Young-kwang usa todo o poder de seu ar naturalmente arrogante e debochado para encarnar o personagem mais interessante de sua carreira. Jang Do-han é um personagem com tantas facetas, que consegue nos surpreender com suas atitudes a cada novo episódio. Jang Do-han não é um personagem que se revela de uma hora para outra, é como se seu rosto estivesse coberto por várias máscaras, que vão sendo removidas, à medida que seus segredos vão sendo revelados. Mais do que por ter sido um grande thriller, Lookout será lembrado pela atuação gloriosa de Kim Young-kwang, que fez nascer mais um personagem marcante na crônica dos dramas coreanos.
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