País:
Coréia do Sul
Gênero:
Ação, Policial, Drama
Duração:
32 (episódios)
Produção:
MBC TV
Direção:
Son Hyeong-seok, Park Seung-woo
Roteiro:
Kim Soo-eun
Elenco:
Kim Young-kwang, Lee Si-young, Kim Tae-hoon, Kim Seul-gi, Key, Choi Moo-seong,
Kim Sang-ho, Park Joo-hyeong, Kim Seon-young, Jeong Seok-young, Jeon Mi-seon, Song
Seon-mi, Park Solomon, Kim Jung-young, Ham Na-yeong.
Resumo
“A
dor da perda de um familiar é indescritível e deixa uma marca indelével em
qualquer ser humano, e, se a vingança é um prato amargo, ao menos a justiça
pode amenizar um pouco o vazio deixado pela ausência dos entes queridos”.
Comentário
Que
momento fantástico vive a TV coreana, com esta nova geração de roteiristas talentosos
e irreverentes, que estão conseguindo reescrever (literalmente) o caminho dos nossos
tão amados dramas diários.
Lookout (ou The Guardian) é apenas mais uma das
belas surpresas da temporada, ao lado de títulos como Tunnel, Suspicious Partner,
ou Forest of Secrets. O gênero
policial (englobando aqui ação, drama legal e suspense) nunca foi o ponto forte
dos dramas coreanos, o que é até estranho já que no cinema esta temática sempre
fez muito sucesso. Felizmente, com a renovação das equipes de escritores, os
dramas policiais vêm ganhando em qualidade e, consequentemente, alcançando um
maior espaço na grade de programação dos diversos canais de TV.
O
PD Son Hyeong-seok (When It´s at Night,
Two Weeks), com sua boa experiência
em thrillers, dá a sustentação perfeita ao roteiro ágil e ao mesmo tempo dramático
da roteirista novata Kim Soo-eun. Lookout
é, em essência, um drama de ação, mas este diretor sabe privilegiar o trabalho
dos atores, dando ênfase ao lado mais humano dos personagens.
Lookout é uma estória
de embate moral entre a lei (os promotores e os políticos) e a ordem (a
polícia). Se ambos têm a função de proteger o cidadão, nem sempre os nobres juramentos
destes profissionais são cumpridos. E é nestas circunstâncias que aflora o
desejo de justiça feita com as próprias mãos... Lee Si-young (Valid Love) é a detetive de polícia Jo
Soo-ji, uma profissional que se dedica com fervor a combater o crime, mesmo que
para isso tenha de negligenciar seus deveres de mãe de uma menina de sete anos.
Jo Soo-ji é mãe solteira, e apesar de adorar sua filha Yoo-na (Ham Na-yeong), é
obrigada a deixá-la a maior parte do tempo na companhia da avó (Kim Jung-young,
de Queen for Seven Days). Sua
superior, a chefe de esquadrão Lee Soon-ae (Kim Sun-young, de Shopping King Louie, Answer Me 1988) vive uma situação
semelhante, tendo de criar sozinha uma filha adolescente, que se ressente com a
ausência da mãe. Apesar do sacrifício de enfrentar a criminalidade todos os
dias, ganhar pouco, e mal ver as filhas, as policiais parecem sentir muito
orgulho do seu trabalho. Mas, infelizmente, uma tragédia familiar transforma a
vida de Jo Soo-ji em um grande pesadelo. Quando vi o drama, não fazia ideia do
que iria acontecer, portanto não sei se é adequado revelar os fatos que levam
Soo-ji a tornar-se uma foragida da justiça, sem estragar muito do impacto dos
eventos. Basta dizer que a detetive é apresentada a um grupo secreto que busca
vingar crimes cometidos contra seus familiares, e que não foram devidamente punidos
pela justiça. O tal grupo secreto foi reunido por um líder misterioso, cuja
identidade é ignorada, embora todos sigam fielmente as suas ordens. Passa-se um
ano da desaparição de Soo-ji, e ela continua no ostracismo, trabalhando com uma
dupla de hackers, Seo Bo-mi e Kong Kyeong-soo. A princípio, parece que os
jovens vivem escondidos por cometerem crimes cibernéticos, mas não é bem assim.
Soo-ji e Kyeong-soo compartilham um apartamento em um prédio abandonado, e se
comunicam com Bo-mi por câmeras de monitoramento, embora apenas ela possa
vê-los, enquanto que eles apenas a ouvem. Seo Bo-mi (Kim Seul-gi, de Splash Splash Love, Oh My Ghostess) vive trancada num apartamento, em local conhecido
apenas pelo líder misterioso. Logo ficamos sabendo que a família de Bo-mi foi
morta brutalmente durante um assalto, alguns anos atrás, e ela se isolou do
mundo, em parte devido ao trauma, mas mais por um motivo que será revelado mais
adiante. Tudo que Bo-mi deseja é punir os assassinos de seus pais e sua irmã
mais velha. Kong Kyeong-soo (Key, de Drinking
Solo, membro do grupo de kpop SHINee) tem uma personalidade alegre, e uma
autoconfiança invejável de suas habilidades de espião virtual. No entanto, seu
ar despreocupado esconde o desespero pelo desaparecimento misterioso de sua
mãe, e sua maior motivação é encontrá-la algum dia, sã e salva.
Aos
poucos a pequena equipe percebe que, por trás de uma série de missões que eles
vão cumprindo, paira a sombra de uma grande autoridade, o promotor chefe Yoon
Seung-ho (Choi Moo-sung, de Heatless City,
Answer Me 1988). Soo-ji também tem
como alvo de sua vingança o promotor Yoon, e seu filho adolescente, Si-wan (Park
Solomon, de Doctors). Como
ex-policial, ela começa a ficar inquieta por não conhecer a identidade, ou muito
menos as motivações da pessoa que está liderando suas ações. Uma noite, Soo-ji
segue o colega Kyeong-soo até uma igreja, e começa a suspeitar que o belo padre
Lee Kwan-woo (Shin Dong-wook, de Soulmates)
tem alguma ligação com o líder misterioso. Só um parêntese para felicitar a
volta do maravilhoso Shin Dong-wook às telinhas, após sete anos de uma ausência
muito sentida pelos fãs.
Enquanto
isso, Soo-ji tenta evitar ser capturada pelos próprios colegas policiais, e,
especialmente pelo promotor encarregado de seu caso, Jang Do-han (Kim
Young-kwang). Jang Do-han é um jovem promotor cuja carreira teve uma ascensão
meteórica, em parte por sua inteligência, mas muito mais por sua capacidade
inesgotável de puxar o saco dos superiores. No começo ele adula o promotor Oh Kwang-ho
(Kim Sang-ho, de TEN, Missing Nine), mas seu objetivo malicioso
é roubar sua vaga de assistente do promotor chefe Yoon.
A
única pessoa que está ao lado da detetive Soo-ji é o promotor Kim Eun-joong (o “Sr.
Covinhas” Kim Tae-hoon, de Fantastic),
amigo de longa data, um profissional ético, entre tantos corruptos que o
cercam. Pena que a inflexibilidade de Kim Eun-joong nem sempre funcione a seu
favor...
O
bom deste drama é que nenhum personagem é desperdiçado, - o elenco é
relativamente grande, mas igualmente talentoso. Lee Si-young está muito a
vontade (como era de se esperar para quem conhece seu perfil profissional e
pessoal) no papel da policial durona com os bandidos, mas amável com a família e
amigos. Jo Soo-ji despertou em mim uma simpatia enorme – sua vingança não é
cega, ela se preocupa muito com as consequências de suas ações sobre a vida dos
outros, e tem consciência de que, eventualmente, terá de pagar por seus atos
ilegais. E o mais comovente é como ela tenta se colocar na pele dos colegas, e
empatiza com o sofrimento deles, mesmo que em parte tenha motivos para sentir o
oposto, especialmente sobre o líder do grupo. Ironicamente, a sede de vingança
deste homem acaba por suavizar a ira de Soo-ji, e a faz refletir sobre o
sentido que deveria dar à sua vida.
Quem
acompanha e admira a carreira de Kim Seul-gi ficará satisfeito ao perceber como
a atriz pode brilhar em papeis mais sérios, e, apesar de eu adorar seu lado cômico,
é muito bom vê-la interpretar muito bem um personagem tão complexo e adorável
como a hacker Seo Bo-mi. E Kim Seul-gi encontrou o par perfeito no ator (e
ídolo pop) Key, com sua energia adolescente, mas sem perder o tom nas cenas
mais dramáticas.
Os
antagonistas de Lookout impressionam
e perturbam o espectador, por representarem o mal de forma tão realista. Temos
o policial que se corrompe e comete crimes brutais, pela simples ganância pelo
dinheiro, o promotor e o político que são seduzidos pelo poder, e por fim, mas
não menos assustador, o jovem que segue seus impulsos psicóticos, respaldado
pela impunidade de seus atos.
Kim
Young-kwang (Gogh, the Starry Night, D-Day, Plus Nine Boys, Hot Young
Bloods) é o ator perfeito para interpretar personagens indecifráveis como o
promotor Jang Do-han. Em Plus Nine Boys
ele tinha fama de mulherengo, mas curtia há séculos uma paixão não
correspondida pela melhor amiga. Em Man Living
at My House ele era o estranho que faz uma mulher se apaixonar por ele,
apesar de ter roubado sua herança. E em Gogh,
the Starry Night, Kim Young-kwang é o chefe carrasco que faz bater mais
forte o coração de Kwon Yuri. Mas em Lookout
Kim Young-kwang usa todo o poder de seu ar naturalmente arrogante e debochado para
encarnar o personagem mais interessante de sua carreira. Jang Do-han é um
personagem com tantas facetas, que consegue nos surpreender com suas atitudes a
cada novo episódio. Jang Do-han não é um personagem que se revela de uma hora
para outra, é como se seu rosto estivesse coberto por várias máscaras, que vão
sendo removidas, à medida que seus segredos vão sendo revelados. Mais do que
por ter sido um grande thriller, Lookout
será lembrado pela atuação gloriosa de Kim Young-kwang, que fez nascer mais um
personagem marcante na crônica dos dramas coreanos.
Oi Sam;
ResponderExcluirFinalizei Lookout ontem e fiquei feliz em ver a resenha aqui tão rapidamente.
Como você disse, estamos vivendo um tempo novo nos dramas, tantas boas supresas, tantas inovações...
Assim como você não imaginava que esse drama seria tão eletrizante e cheio de reviravoltas. Comecei a acompanhar por conta do elenco que me agradou muito inicialmente e que ao longo do drama só provou que eu estava certa: elenco afinado, cheio de química. Cada ator interpretou o personagem com tanta maestria, que nem dá pra imaginar esse drama com outro elenco que não fosse este.
Quando vi quem seria a protagonista, realmente não esperava tanto, mas me surpreendi ao ver patricinha de PlayFull Kiss, a lutadora durona de Wild Romance num papel totalmente diferente já começando o primeiro episódio causando impacto. Nunca fui muito fã de Lee Si Young, em Lookout minha opinião mudou e por vezes me vi chorando com sua interpretação,sentindo as emoções a flor da pele. Totalmente surpreendente.
Kim Young Kwang já tinha me cativado em D Day foi tão bom vê-lo em Lookout nesse personagem tão inigmatico e ao mesmo tempo tão transparente. Apesar de ver as redes sociais pegando fogo por conta da ambiguidade do personagem, eu realmente sempre achei que ele tinha um propósito maior por trás de tudo que fazia e como foi bom ver a interpretação dele indo de bobo e puxa saco ao justiceiro disfarçado que sabia de tudo e tinha tudo sob controle.... O sorriso ensaiado acompanhado pelo olhar colérico dele me dava arrepios. Como você disse, ele tinha muitas máscaras.
O enredo de Lookout ousou muito ao abordar a corrupção na política e na justiça de forma realmente crua e isso foi o que mais me prendeu, afinal os poucos dramas com essa temática que acompanhei, tinham uma visão mais "maquiada'sobre o assunto, e ver isso de um outro ângulo com mais realidade foi muito bom. A perfeição fabricada dos dramas dando lugar a vida como ela é.
Bom, o fato é que eu surtei muito com esse drama e fiquei com uma vontade de que houvesse uma continuação por que foi ótimo, final além das minhas expectativas, emfim, bom demaus.
Resenha perfeita, como sempre.
Obrigada Sam��
Oi Patrícia,
Excluirquem ainda estiver em dúvida se deve ver este drama, apenas pela minha opinião, pode ter certeza, pelo seu comentário, que é o tipo de estória que emociona muito o espectador, não é mesmo? É impossível ficar imune a Lookout, ainda mais com um desfecho tão comovente - embora eu estivesse pressentindo o que estava por vir, fiquei com o coração na mão... E lindas as cenas de bastidores das filmagens, passaram toda a energia do elenco no set!
Sobre Lee Si-young, a atriz me conquistou de vez com seu papel em Valid Love. Recomendo!
bjs,
Sam.
Acho que é unanimidade sobre Lookout, independente de quem gostou ou não do final, Lookout foi um drama incrível. Talvez merecesse um final melhor, mas mesmo assim valeu acompanhar toda trajetória do drama. Eu realmente não esperava muita coisa, depois de Missing Nine fiquei com pé atrás das produções mais "ousadas" da MBC, mas Lookout foi uma incrível surpresa. Não esperava comédia e muito menos romance, e veja só que gracinha era o Kyung Soo e Bo Mi? Ainda dava pra ser trouxa e shippar Soo Ji e o Do Han, ai Do Han... Outra coisa que não esperava era pecar tanto desejando aquele padre u-u
ResponderExcluirDias depois de assistir, eu entendi melhor o final mas ainda assim, preferia que fosse de outra maneira. As coisas ficaram muito no ar e ainda deixou aquela possibilidade de uma segunda temporada que talvez nunca vá rolar... Ainda mais agora que ela está grávida.
Insatisfações a parte, OBRIGADA LOOKOUT VOCÊ FOI INCRIVEL!
Oi Luppi,
Excluirmorri de rir com suas divagações românticas, mas ao mesmo tempo me identifiquei totalmente,ah, sonho vão mas inevitável o de querer ver um affair etre Soo-ji e Do-ha.
E Shin Dong-wook deve ser o padre mais sexy que um drama coreano já viu ;)
Lookout vai deixar saudades, mas sem Do-ha não vejo muito sentido em uma sequência...