País:
Coréia do Sul
Gênero:
Suspense, Policial, DramaDuração: 16 episódios
Produção: tvN
Direção:
Kim Won-suk
Roteiro:
Kim Eun-hee
Elenco:
Lee Je-hoon, Kim Hye-soo, Jo Jin-woong, Jang Hyeon-seong.
Resumo
O
policial Park Hae-young encontra um walkie-talkie antigo que, misteriosamente,
recebe sinais do passado. É assim que ele se comunica com o detetive Lee Jae-han,
e os dois se unem para resolver casos de polícia. No entanto, eles logo
descobrirão que alterar eventos do passado pode trazer graves consequências
para suas vidas.
Comentário
Park
Hae-young (Lee Je-hoon) é um oficial de polícia especialista em traçar perfis
de criminosos. O jovem policial não conta com a simpatia dos colegas, por sua
postura fria e distante. Na verdade, Hae-young é, contraditoriamente, um
policial que não confia na polícia. Dois eventos distintos, mas marcantes na
vida de Hae-young o tornaram reticente com a lei. Então, por que ele escolheu
esta carreira? Isso ficará claro ao longo da estória...
O
drama começa com Park Hae-young tendo um encontro com um repórter, que contrata
seus serviços para fazer o perfil de celebridades envolvidas num escândalo (um
triângulo amoroso envolvendo os atores Siwan, Kang So-ra e Byeon Yo-han – uma
piadinha carinhosa do diretor com o elenco de Misaeng). Hae-young acaba sendo detido pela detetive Cha Soo-hyeon
(Kim Hye-soo), sob suspeita de ser um ‘stalker’. Já na delegacia, esclarecida a
confusão, Hae-young sai irritado por ter recebido uma reprimenda. É noite em
frente à delegacia, e Hae-young houve uma voz abafada chamando por ele. A voz
vem de um antigo walkie-talkie, e é o detetive Lee Jae-han (Jo Jin-woong) – (fique
atento, pois esta primeira ligação é importante para entender o desfecho da
trama). A princípio nenhum dois se dá conta do que se passa, mas aos poucos
percebem que, enquanto um fala de 2016, o outro se encontra no ano 2000 (e em
seguida, regredindo ainda mais no tempo). A partir daí eles se unem para tentar
resolver crimes pretéritos e atuais. Com os conhecimentos de Hae-young sobre casos
policiais não resolvidos, e as informações presenciais do detetive Jae-han nas
ocorrências, eles tentar corrigir os erros do passado. Só que aos poucos eles percebem
que mudar o passado trás consequências nem sempre bem vindas a quem vive no
presente.
Ao
ajudar a chefe de equipe Cha Soo-hyeon num antigo caso não resolvido do
desaparecimento de uma criança, Park Hae-young chama a atenção das autoridades
superiores, que dão ao casal a tarefa de investigar crimes graves arquivados
(os chamados arquivos mortos). Soo-hyeon traz para o novo esquadrão seus
colegas de confiança Kim Gye-cheol (Kim Won-hae, de The Whistleblower), um detetive muito resmungão, mas fiel, e Jeong
Heon-gi (Lee Yoo-joon), um técnico forense.
Park
Hae-young, obviamente, não conta a ninguém sobre suas conversas com o detetive
Lee Jae-han, e de como sua ajuda é essencial para desvendar os casos mais
complicados da história criminal do país. Só que Hae-young não sabe que sua
chefe, Soo-hyeon, foi colega de Jae-han, no início de sua carreira, e era
perdidamente apaixonada por ele. Passados 15 anos do desaparecimento misterioso
de Jae-han, Soo-hyeon ainda sofre com a ausência do amado.
Signal é mais um
roteiro brilhantemente arquitetado por Kim Eun-hee, autora de dramas
impactantes como Sign, Ghost, e 3 Days. O mais interessante de se observar é como o trabalho da
escritora vem evoluindo ao longo do tempo. Impressionou-me a capacidade da autora em
criar uma trama de “viagem no tempo” sem cair nos clichês típicos do gênero. Se
a ideia de fazer os personagens se comunicarem através de épocas distintas não
é exatamente original, as soluções encontradas pela escritora Kim são muito
criativas e únicas. Problemas como o paradoxo temporal, e a consequente criação
de universos paralelos me pareceram bem resolvidos com o artifício dos
personagens viajarem indiretamente no tempo. No instante em que Park Hae-young,
no presente, começa a comunicar-se e a trocar informações com o detetive Lee Jae-han,
a história vai sendo alterada. No entanto, e é aí que está o ‘pulo do gato’,
nenhum dos dois perde a consciência destas alterações, ou seja, eles conseguem
viver duas ou mais realidades alternativas. Park Hae-young é um viajante do
tempo que não usa uma ‘máquina do tempo’ clássica, seu transporte é simplesmente
a consciência plena das alterações que provoca, no tempo e no espaço. Eu sei, é
uma loucura, mas faz todo o sentido na estória. E é a única forma de explicar
por que ele não se esquece do passado, mesmo quando este alterou completamente
sua vida (exceto no último e impactante evento – que não deve ser revelado
aqui!).
Vendo este drama, e como Kim Eun-hee vem amadurecendo como escritora, não pude evitar a comparação com sua colega Kim Eun-sook, que vem alcançando uma popularidade absurda com o drama Descendants of the Sun. É conhecida do público a admiração mútua entre as escritoras, mas, analisando friamente seus últimos dramas, não posso deixar de perceber que enquanto Kim Eun-hee se preocupa em criar roteiros de qualidade, Kim Eun-sook tem priorizado o sucesso imediato. Ora, é claro que uma coisa não precisa excluir a outra, mas foi-se o tempo em que Kim Eun-sook era admirada por dramas como The City Hall, ou Secret Garden. E não venha alguém querer me dizer que The Heirs, ou este último projeto, Descendants of the Sun, têm o mesmo nível de qualidade de seus primeiros dramas. Não é com leviandade que opino sobre o assunto, já que Kim Eun-sook sempre foi minha roteirista preferida.
Voltando
a Signal, um dos únicos ‘defeitos’
dos roteiros de Kim Eun-hee era a debilidade de seus personagens femininos,
nunca tão bem desenvolvidos ou interessantes. Mas até este problema ela
conseguiu superar em Signal, ao criar
uma protagonista fantástica, a detetive Cha Soo-hyeon. É claro que ajudou muito
o fato de a personagem ser interpretada por uma atriz maravilhosa como Kim Hye-soo
(The Face Reader, The Thieves). Cha Soo-hyeon foge
completamente do estereótipo da policial durona, sem sentimentos. No presente a
conhecemos como uma chefe de esquadrão muito encarnada no trabalho, pouco
preocupada com a própria aparência, e com uma vida afetiva nula. Mas aos poucos
descobrimos que ela tem muitos sentimentos represados, ocultos por um passado
traumático, que envolve a perda de seu grande amor. Este lado mais romântico da
estória é inesperado, mas muito bem vindo!
Falando
em atores, que elenco incrível o de Signal.
Nota-se que a produção foi muito criteriosa ao escolher os atores, quase todos profissionais
experientes no cinema e na TV. Contracenando com a bela Kim Hye-soo, temos a
fantástica dupla Lee Je-hoon e Jo Jin-woong. Vi dois filmes recentemente com Jo
Jin-woong, A Hard Day (2014) e Assassination (2015), e embora ele faça
o papel de assassino nas duas películas, são duas interpretações completamente
distintas e igualmente brilhantes. E não posso esquecer sua bela participação
nos dramas sageuk Chuno e Tree With Deep Roots. Lee Je-hoon, por
outro lado, até Signal estava à
espera de um grande retorno à TV, depois da fria recepção ao drama Secret Door. Conhecido por uma carreira
sólida no cinema, com filmes com The Front Line, e Architecture 101, Lee
Je-hoon vem aí com uma estreia promissora, Phantom
Detective. Se eu fosse o ator, me apegava à tvN, pois a chance de participar
de projetos criativos na TV é muito maior neste canal!
Tem
tanto a se comentar sobre Signal, uma
produção cuja qualidade está diretamente ligada a um nome: Kim Won-suk. O que
mais me espanta na carreira deste diretor, é ele não ter se aventurado ainda no
cinema, com todo o talento já comprovado em dramas como Misaeng, ou Sungkyunkwan
Scandal. Mas ao menos o público de TV sai ganhando, ao poder desfrutar de
um profissional apaixonado pela arte de contar estórias. Quem assistiu Misaeng, incluindo o especial sobre a
produção do drama, pôde ter a exata noção sobre a dedicação quase obsessiva de Kim
Won-suk com os mais ínfimos detalhes: cenário, trilha sonora, vestuário, nada
escapa do olhar de águia do diretor. Mas o que mais me agrada no PD Kim é seu
apreço pelos atores. Quem pode esquecer a emoção que ele conseguiu arrancar do
inexperiente Siwan (Triangle), e
demais atores, no drama Misaeng?
A
sacada mais genial do PD Kim em Signal
foi proporcionar ao espectador uma percepção mais imediata do tempo, dividindo o
passado e o presente apenas mudando a lente das câmeras... No passado, temos a
sensação de estar vendo um filme em 35 mm,(com as imagens ‘esticadas’ e a
fotografia em tons mornos), enquanto que no presente, temos a imagem
límpida e clara da alta definição (em cores mais frias, azuladas). A trilha
sonora do passado também é distinta, com uma música incidental que lembra os
filmes policiais dos anos 70. Cenário e figurino, que vão dos anos 80 até 2016,
também são reproduzidos nos mínimos detalhes. Fico cansada só de pensar no trabalho
de pré-produção do drama. Mas para o PD Kim deve ter sido uma diversão!
Já
tem se especulado sobre a sequência de Signal,
já que o final deixa esta possibilidade em aberto... Não sei se será possível
reunir mais uma vez um elenco tão ocupado (especialmente com projetos de
cinema), mas seria incrível ver esta turma junta para mais aventuras. Se
porventura acontecer, estarei mais do que pronta a acompanhá-los!
Oi Sam, tudo bem?
ResponderExcluirEu amo historias de viagem no tempo, então quando li sobre o o novo drama da tvn, muito amor por esse canal, já fiquei de antena ligada para sua estreia. E foi amor a primeira cena, e semanas de desespero, aguardando os próximos capítulos, a muito um drama não me segurava com tanta força. O elenco estava afiadíssimo, estou apaixonadíssima por Jo Jin-woong que ator espetacular. Eu me apaixonei por Jae-han, chorei com ele, rir com ele, torci desesperadamente por ele, e por seu final feliz. Cara, eu detestei Descendants of the Sun, não conseguir ver o primeiro capitulo inteiro, The Heirs foi outra decepção, e eu fui ver tão empolgada, sabendo que era a mesma escritora de Secret Garden, um dos dramas que eu mais gosto. Eu venho fugindo de Misaeng a tanto tempo que não sei mais o que fazer, eu li tantas criticas incríveis desse drama e criei tanta expectativas, que tenho medo de odia-lo. Suspiro.
Voltando a Signal, me sentir um pouco órfão de bons dramas quando o mesmo terminou, e com o final decepcionante de Cheese in the Trap, os outros dramas que se iniciaram parecem tão "rasos" em comparação. Mais um suspiro.
Agora para terminar, como sempre seus comentários estão incríveis, e olhar que fazer uma resenhar de Signal, sem encher o texto de spoiler não é pra qualquer um, parabéns! Você é uma escritora maravilhosa, sou sua fã!!
Bjos e até o próximo post!!!
Oi Fran,
Excluirque bom que você viu o drama, muito obrigada por compartilhar sua opinião com a gente!
Sabe que também me deu um vazio enorme depois de ver Signal. Duvido que apareça algo melhor este ano... Mas sempre há coisas boas para se ver (a tvN smepre consegue nos surpreender, não é mesmo?). Eu vi o primeiro ep. de Pied Piper e fiquei muito bem impressionada com a produção e o elenco. O papel de negociador egocêntrico caiu como uma luva para Sin Ha-gyoon.
Nem vou tocar no assunto Descendants... pois não quero ser jurada de morte, rarará!
Só vou ter de puxar sua orelha por não ter visto ainda Misaeng! Acho muito difícil não gostar do drama, especialmente pelo elenco tão carismático. E o final foi um dos mais bonitos que já vi, emocionante!
Obrigada por suas palavras sempre tão carinhosas,
bjs,
e até a próxima!
Sam.
Oi Sam.
ResponderExcluirRealmente vou pegar carona no que a Fran disse:Você escreve muitoooo!!!
Bom esse será mais um da minha lista que voce acrescenta através de suas sedutoras resenhas.Acabei de ver o chinês Love Me If You Dare(que drama!!!) e agora estou partindo para ver Siren,que você resenhou uns dias atrás.
No fim vim aqui novamente agradecer por suas tão boas e honestas resenhas...Obrigada.
Aliás se voce ainda nao viu Love Me If You Dare,dê uma espiada.Seria o máximo poder saber sua opinião aqui.
Abraços.
Oi Patrícia,
Excluirmuito obrigada pelas palavras de incentivo, são sempre bem vindas, viu?!
e obrigada pela dica, já foi anotada! Só não sei quando terei tempo, pois este ano os dramas estão bombando! E estou correndo atrás de alguns filmes do ano passado (as legendas estão demorando mais a aparecer).
Não esqueça de deixar sua opinião sobre o dorama Siren, se for vê-lo, ok?
bjs,
Sam.
A propósito em relação a Descendants se eu fosse falar estaria morta junto com as duas ,Sam e Fran.
ResponderExcluirSeria assim:Aqui descansam Sam,Fran e Patty por ousarem falar de Descendants....Kkkk.Fui!!!!
Dizem que toda a celebridade que se preze não vive sem "anti fãs", né? Mas falando sério, eu ainda tenho esperança que a roteirista Kim Eun-sook volte aos bons tempos de Secret Garden... E vou assistir este drama até o fim, para poder ter argumentos ao colocá-lo na minha lista de piores do ano.
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