março 29, 2016

Mood of the Day (filme, 2016)


País: Coréia do Sul
Gênero: Comédia Romântica
Duração: 103 min.

Direção: Jo Kyoo-jang
Roteiro: Min So-yeon, Jo Kyu-jang

Elenco: Moon Chae-won, Yoo Yeon-seok, Jo Jae-yoon, Park Min-woo, Kim Seul-gi, Lee Yeon-doo, Lee Eon-jeong, In Gyo-jin.


Resumo


Bae Soo-jeong encontra Kim Jae-hyeon a bordo de um trem, e não gosta nada das cantadas ousadas do rapaz. Mas, chegando à Busan, ela é obrigada a acompanhar Jae-hyeon na busca de um cliente importante.

Comentário

Gostaria de saber por que hoje em dia é tão difícil encontrar uma boa comédia romântica (de qualquer nacionalidade) no cinema. É por isso que fico tão ridiculamente feliz quando aparece qualquer filme do gênero, por mais fraquinho que seja... Mood of the Day não é nenhuma obra prima, mas tem qualidades o bastante para agradar aqueles que sentem falta de romances clássicos. Sem piadas masculinas grosseiras, ou melodrama exagerado, Mood of the Day tem o ritmo ligeiro dos bons e velhos “road movies” românticos.

E ao contrário do que dizem algumas críticas mal humoradas ao filme, os personagens são interessantes, e a trama é muito divertida, embora, é verdade, um tanto superficial. E somando os atores bonitos e simpáticos, a paisagem espetacular e uma trilha musical envolvente, Mood of the Day sem dúvidas acaba saindo no lucro.


Bae Soo-jeong (Moon Chae-won) mora em Seul, e tem de pegar um trem expresso até a cidade litorânea de Busan, para fazer uma apresentação de um novo produto de sua empresa. A bordo do trem, senta-se ao seu lado um jovem bonito, mas muito abusado, que lhe faz de cara uma proposta de dormirem juntos naquela noite. Seu nome é Kim Jae-hyeon (Yoo Yeon-seok), um agente de atletas profissionais. Apesar da rejeição imediata (e com razão) da jovem, Jae-hyeon não parece ofendido ou preocupado. Percebe-se que ele é do tipo que joga as cantadas sem muita preocupação com seu resultado. Ele apenas se diverte com a irritação da parceira de viagem... Até que o trem sofre uma pane súbita e eles são forçados a sair do vagão. No meio do campo, Jae-hyeon sugere que os dois caminhem até encontrar outro meio de transporte. A partir daí eles acabam vivendo uma pequena aventura até o seu destino, e se conhecendo muito melhor.


É difícil resistir ao charme e beleza etérea de Moon Chae-won, que sabe explorar muito bem seus atributos femininos sem cair na armadilha de ser melosa. Tenho acompanhado a carreira da atriz, desde os tempos de papeis secundários na TV, como em My Fair Lady (2009), passando por filmes importantes, como Arrow, the Ultimate Weapon (2011), ou os drama mais recentes, Good Doctor (2013) e Goodbye Mr. Black (2016). A verdade é que Moon Chae-won (apesar de tão jovem, com apenas 29 anos) tem sido muito inteligente na escolha de seus projetos, e tomara que ela arrume tempo para dedicar-se mais ao cinema.


Yoo Yeon-seok, por outro lado, apesar da carreira prolífica no cinema, tem potencial para amadurecer muito mais como ator. O ar másculo, combinado ao eterno ar de moleque (aos quase 32 anos) são o principal atrativo do ator. Yoo Yeon-seok tem uma carreira admirável, procurando sempre papéis diferentes e desafiadores, especialmente no cinema. Da estreia no cultuado Old Boy (2003), aos mais recentes A Werewolf Boy (2012), e The Wistleblower (2014), o ator vem construindo uma carreira discreta, mas muito respeitável. E se ele voltar aos dramas, que seja num projeto mais interessante que o sofrível Warm and Cozy (2015).


Jo Kyoo-jang (A Camel Doesn´t Leave Desert) faz um trabalho muito competente na direção, enfatizando não apenas a beleza da paisagem de Busan, como a do casal Moon Chae-won e Yoo Yeon-seok. A roteirista Min So-yeon não foi tão bem sucedida aqui quanto no melodrama Architecture 101 (2012), mas soube cumprir à risca os preceitos da comédia romântica clássica americana. Enfim, Mood of the Day é uma boa sugestão para uma sessão de cinema em uma noite chuvosa de sábado.

março 21, 2016

Twenty (filme, 2014)


País: Coréia do Sul
Gênero: Comédia
Duração: 115 min.

Direção e Roteiro: Lee Byeong-heon-I

Elenco: Kim Woo-bin, Junho, Kang Ha-neul, Jeong So-min, Lee Yoo-bi, Min Hyo-rin.

Resumo

Três amigos de infância chegam aos 20 anos repletos de dúvidas e desafios de vida...

Comentário

Twenty tem um elenco de sonho para qualquer garota que é fã de dramas coreanos, por isso imagino que o filme tenha atraído um grande público feminino... Mas, não duvido que para elas a decepção tenha sido tão grande quanto à expectativa... Twenty é um bom filme, mas sua alma muito masculina pode provocar perplexidade e até certa revolta nas meninas mais ingênuas e românticas. Já os rapazes podem se divertir muito e certamente se identificar com muitas das situações vividas pelos personagens centrais.

Lee Byeong-heon-I, é o jovem diretor (The Cravings) e roteirista (Love Forecast, Sunny - 2010, Speedy Scandal) por trás desta comédia, por vezes divertida, outras agridoce, que tenta acompanhar a passagem da adolescência para a idade adulta de três amigos inseparáveis.


Chi-ho (Kim Woo-bin), Dong-woo (Junho) e Gyung-jae (Kang Ha-neul) foram amigos e colegas de escola por muitos anos. Agora eles têm 20 anos, e é tempo de dizer adeus à diversão despreocupada e pensar no futuro pela frente... E cada um dos rapazes tem seu jeito de lidar com as novas responsabilidades de adulto.


Gyung-jae é o único dos três que conseguiu entrar na universidade. Ele planeja trabalhar em uma grande corporação financeira. Em um clube de estudos da faculdade ele conhece Jin-joo (Min Hyo-rin - Sunny – 2010), uma formanda muito bonita e inteligente. Ingênuo e inexperiente, Gyung-jae confunde o interesse da colega com amor, e o desfecho é previsível, mas não menos doloroso de ver...


Dong-woo tem um talento nato para o desenho, e sonha em viver como quadrinista. No entanto, problemas financeiros familiares fazem com que o rapaz tenha de viver de bicos, para poder sustentar os irmãos mais novos. Sua única fã é So-hee (Lee Yoo-bi), a irmã caçula do amigo Gyung-jae.


Por fim, temos Chi-ho, que, apesar de viver uma vida confortável, é o mais sem noção do trio. Chi-ho não tem interesse em estudar, ou em qualquer tipo de trabalho. Apesar de ter uma namorada dedicada, So-min (Jung So-min - D-Day), ele não deixa de frequentar boates, atrás de mulheres bonitas. Eventualmente, ele conhece uma aspirante a atriz, Eun-hye (Jung Joo-yeon), e acaba aprendendo algumas lições valiosas sobre o amor e a vida.


Twenty não é um filme perfeito, e por ser autoral, suas falhas ficam mais evidentes e fáceis de serem apontadas. O ritmo é muito irregular, indo do meditativo ao frenético, sem as conexões devidas. E estas conexões deveriam estar exatamente na amizade entre Chi-ho, Dong-woo e Gyung-jae, mas o afastamento entre eles é cada vez maior, à medida que o tempo passa... É até natural, já que suas vidas pós-escola assumem rumos completamente distintos. Mas, por outro lado, amigos de verdade estão sempre ali, para ajudar e aconselhar nas horas mais difíceis. No final, é cada um pra cada lado, tentando resolver seus problemas... E são as garotas que acabam colocando um pouco de juízo na cabeça destes bebês grandes!


O elenco masculino merece todos os elogios possíveis, por encarnar com tanto abandono, personagens tão dolorosamente reais. Junho, com uma carreira consagrada como músico, tem pavimentado com sabedoria a nova carreira de ator, com trabalhos elogiados no cinema (Cold Eyes) e agora chegando aos dramas (Memory, tvN). Sua atuação em Twenty é sensível, e ele forma um par adorável com a sempre moleca Lee Yoo-bi (Pinocchio). Kang Ha-neul, um ator experiente, veio dos grandes palcos de musicais, mas ficou mais conhecido do grande público por dramas como Misaeng, The Heirs, ou Missing Noir M. Atualmente tem concentrado sua carreira no cinema, em papeis os mais variados (Dongju, Cést Si Bom). Apesar do ar de bom moço, Ha-neul não tem medo de aceitar desafios – visto por exemplo, por sua participação especial no drama policial Missing Noir M, onde interpreta um psicopata assustador.


Mas é Kim Woo-bin (The Heirs, Friends 2, The Con Artists) que mais me surpreendeu, com sua intrepretação demolidora do playboy Chi-ho. O ator já tinha provado que pode roubar a cena, em meio a outras estrelas mais celebradas (Lee Min-ho e Park Shin-hye, e o próprio Kang Ha-neul), e assim o fez, no drama The Heirs. Mas Woo-bin conseguiu dar um passo muito maior com o irreverente e às vezes destrutivo Chi-ho. Um personagem que provoca tantos sentimentos no espectador, que vão da perplexidade ao desprezo, da simpatia à pena. Gostando ou não, é impossível ignorar este trem desgovernado que é Chi-ho, tão perfeitamente encarnado pelo talentosíssimo (e corajoso) Kim Woo-bin.

Se Twenty é uma comédia dramática que pode ser mais atraente para o público masculino, serve ao menos de estudo sociológico para nós mulheres, sempre interessadas em entender a mente não tão complexa quanto intrigante dos homens. Aos estudos, meninas!

março 14, 2016

Siren (drama, 2015)


País: Japão
Gênero: Thriller, Policial
Duração: 9 episódios
Produção: Fuji TV

Direção: Motohashi Keita, Shiraki Keiichiro
Roteiro: Sato Shimako, baseado no mangá de Yamazaki Sayaka

Elenco: Matsuzaka Tori, Kimura Fumino, Nanao, Kitayama Hiromitsu, Kaname Jun, Osugi Ren, Funakoshi Eiichiro , Iriyama Anna.

Resumo

Satomi Shinobu e Inokuma Yuki formam uma dupla afinada como policiais, e um casal apaixonado na vida privada. Juntos eles investigam crimes violentos, quando conhecem a misteriosa e sedutora Tachibana Kara.

Comentário

Siren foi um dos melhores dramas policiais de 2015 e, ao contrário do decepcionante Subete ga F ni Naru (2014), soube unir romance e thriller com sabedoria. Matsuzaka Tori e Kimura Fumino formam um casal adorável, e o que é melhor, que se comporta como um casal qualquer da vida real. Deixando de lado um falso pudor, característico de muitos dramas japoneses, o drama mostra o casal de colegas policiais Shinobu e Yuki vivendo uma rotina natural, ou seja, dormindo juntos, se divertindo, trabalhando, brigando, etc.


Eles fazem parte de uma unidade especial da polícia metropolitana de Tóquio, responsável por conduzir a investigação inicial das cenas criminais. A Unidade Móvel de Investigação é sempre a primeira a chegar na cena do crime, para registrar e proteger o local, até a vinda dos investigadores de polícia.


Acontece que Satomi Shinobu (Matsuzaka Tori) é um grande fã de romances policiais, e seu sonho é ser promovido a investigador, para assim poder solucionar grandes crimes. Sua namorada, Inokuma Yuki (Kimura Fumino), também aguarda uma possível promoção, e o casal sabe que só quando estiverem em delegacias diferentes eles poderão tornar público seu relacionamento pessoal. Shinobu inclusive propõe à Yuki que, assim que um dos dois for promovido, eles devem se casar... Só que as coisas se complicam quando uma série de assassinatos de mulheres envolve o casal numa trama pra lá de complexa! Apesar de não ter autorização para investigar crimes, Shinobu, nas horas vagas, analisa as pistas do suposto assassino em série, e acaba cruzando com a bela e misteriosa Tachibana Kara. Shinobu fica intrigado e começa a suspeitar das coincidências que cercam a constante presença da mulher nas cenas dos crimes...



Enquanto isso, Tachibana Kara fica estranhamente obcecada com a detetive Yuki, que parece alheia ao perigo que esta mulher representa em sua vida, e de seu noivo Shinobu.


Confesso que só conhecia Matsuzaka Tori do drama Asuko March!, mas fiquei mais do que impressionada com a bela figura e a desenvoltura deste ator. Apesar do rosto delicado e juvenil, Matsuzaka Tori tem uma vibração masculina, e um talento camaleônico notável! E todas estas características são muito bem aproveitadas em Siren, onde ele usa divertidas estratégias “sherloquianas” de disfarce para seguir os suspeitos. Se fosse para citar um único motivo para ver Siren, seria a presença encantadora deste ator.


Mas, felizmente, Siren tem outros atores interessantes, especialmente a bela Nanao, simplesmente perfeita no papel da sedutora Tachibana Kara. Não me lembro de ter visto antes, ao menos na TV, uma personagem feminina de personalidade tão complexa e perturbadora como a de Tachibana Kara. E a atriz Nanao (protagonista do divertidíssimo Omo ni Naitemasu) consegue sustentar o mistério e a sedução de seu personagem até a última cena.



E a lindinha Kimura Fumino (It All Began When I Met You) tem uma química maravilhosa com seu colega Matsuzaka Tori... Garota de sorte!


Siren é um suspense inteligente, com personagens interessantes e com reviravoltas o bastante para satisfazer os fãs mais ardorosos de um bom romance policial. Um belo trabalho de adaptação da diretora e roteirista de cinema e TV Sato Shimako. Imperdível!

março 08, 2016

One More Happy Ending (drama, 2016)


País: Coréia do Sul
Gênero: Comédia Romântica
Duração: 16 episódios
Produção: MBC TV

Direção: Kwan Seong-chang
Roteiro: Heo Seong-hee

Elenco: Jang Na-ra, Jeong Kyeong-ho, Kwon Yul, Yoo In-na, Seo In-young, Yoo Da-in, Kim Tae-hoon, Kwang Seon-hee, Kim As-kwon, Kwak Si-yang
Resumo

Quatro amigas, ex-integrantes de um grupo de música pop, compartilham as alegrias e tristezas no amor e no trabalho, na busca eterna por um final feliz...


Comentário

Se 2015 foi um tanto decepcionante para os fãs das comédias românticas, este ano começa muito bem, com a deliciosa One More Happy Ending.

A atriz Jang Na-ra (I Remember You, Fated to Love You), cuja atuação vem se aprimorando a cada novo papel, se encontrou de vez na comédia. E combinando seu timing e carisma com o de Jeong Kyeong-ho, temos o par romântico mais perfeito dos últimos tempos. 


Desde o drama The City Hall que eu não via um casal tão afinado, que sabe se comunicar de forma harmônica, apenas com uma troca de olhares. 



É claro que Jeong Kyeong-ho (Heartless City, Falling for Innocence), costuma ser receptivo com todas as atrizes com as quais compartilha a telinha, mas, com a adorável Jang Na-ra ele deixa aflorar todo o seu romantismo, sem perder sua irreverência e bom humor característicos. É um dos poucos atores que eu realmente gostaria de conhecer pessoalmente, pois sua simpatia e bom caráter são inegáveis!


Os dramas que enfocam a amizade feminina não são tão comuns, mas estão entre os meus favoritos. One More Happy Ending me fez lembrar títulos como Still, Marry Me, ou o drama japonês Watashi ga Renai Dekinai Riyuu.


Com vinte e poucos anos, Han Mi-mo (Jang Na-ra), Baek Da-jung (You Da-in), Go Dong-mi (Yoo In-na), Hong Ae-ran (Seo In-young) e Goo Seul-a (Sandara Park) fizeram parte do grupo pop “Angels”. A brusca ruptura veio com o afastamento de Goo Seul-a, a única do grupo a alcançar o patamar de celebridade nacional.


As demais garotas seguiram suas vidas fora da mídia, sem deixar de serem boas amigas. Han Mi-mo e Baek Da-jung são sócias de uma agência de consultoria focada em pessoas divorciadas à procura de um novo par. Han Mi-mo é separada, mas sempre aberta a um novo amor.


Já a amiga Da-jung (Yoo Da-in, de Plus Nine Boys), casou-se na juventude com um empresário bem sucedido e tem um filho de sete anos. No entanto, o marido, Kim Geon-hak (Kim Tae-hoon, de Hidden) quer o divórcio, pois o casamento esfriou há muitos anos.


Go Dong-mi (Yoo In-na, de My Secret Hotel) sempre foi uma garota desajeitada, mesmo durante os tempos das Angels, e agora é uma professora frustrada de escola fundamental. Dong-mi quer muito se casar, mas afugenta os pretendentes com sua aparência estranha.


Por fim, temos Hong Ae-ran (Seo In-young, cantora do grupo Jewelry), representante de vendas de roupas e acessórios de um shopping virtual. Ela está noiva de um jovem e rico empresário, Bang Dong-bae (Park Eun-seok), mas está hesitante em casar com ele, pois não se sente apaixonada.


As personagens de Yoo In-na e Seo In-young são as menos interessantes, tanto pelo enredo quanto pelas atuações menores das atrizes. Mas isto não chega a prejudicar a trama geral, pois a estória de vida de Jang Na-ra e Jeong Kyeong-ho é suficiente para cativar o espectador.


Song Soo-hyuk (Jeong Kyeong-ho) é repórter de um tabloide, e pai solteiro de um adolescente, Min-woo (Kim Dan-yool, Wonderful Days). O melhor amigo de Soo-hyuk, desde os tempos de faculdade, é o médico neurologista Goo Hae-joon (Kwon Yul, de Let´s Eat 2).



Goo Hae-joon é divorciado, mas convive civilizadamente com a ex-mulher, a doutora Woo Yeon-soo (Kwang Seon-hee, de Sign, The Man in the Mask).




É uma tortura deliciosa para Jang Na-ra ver-se dividida entre estes dois homens maravilhosos, Jeong Kyeong-ho e Kwon Yul... E suas escolhas amorosas são tão surpreendentes quanto admiráveis! One More Happy Ending é um drama engraçadíssimo, mas que não deixa de discutir seriamente sobre os relacionamentos entre homens e mulheres, e, ainda mais importante, sobre as responsabilidades inevitáveis que vem com a maturidade.

 
Apesar da carreira pouco expressiva de seu diretor (Kwan Seong-chang, de Late Night Hospital) e de uma roteirista desconhecida (Heo Seong-hee), One More Happy Ending resulta numa comédia romântica das mais agradáveis, muito superior a outras recentes, de elenco e produção mais badalados. Para quem gosta de dramas de temática adulta, mas com uma leitura mais leve e otimista, One More Happy Ending é uma ótima pedida!

março 04, 2016

Marry Me or Not (drama, 2015)


País: Taiwan
Gênero: Comédia Romântica
Duração: 15 episódios
Produção: Eastern Television, para CTV

Direção: Yuan Zhong Zhong
Roteiro: Jian Qi Feng, Lin Xin Hui

Elenco: Roy Qiu, Alice Ke, Harry Zhang, Joanne Tseng.

Resumo

O romance tumultuado entre um advogado de divórcios e uma agente de viagens, que fingem se odiar, mas que não conseguem esconder por muito tempo o chamado do coração...

Comentário

Apesar de assistir ocasionalmente alguns dramas taiwaneses, não costuma haver interesse o bastante de minha parte em escrever a respeito destes, seja pela superficialidade de seus roteiros, ou por atuações pouco brilhantes – é claro que estou generalizando bastante, e sem a intenção de melindrar os fãs, pois é apenas uma questão de gosto pessoal. E a razão para abrir uma exceção e destacar um drama taiwanês recente é, mais do que uma boa estória, um par romântico fora de série: Roy Qiu e Alice Ke. Marry Me or Not é uma comédia romântica pouco original e repleta de clichês (ao menos as constantes referências aos dramas coreanos são uma admissão bem humorada da roteirista da influência que os mesmos exercem sobre o gênero em toda a Ásia), mas o casal central faz toda a diferença na hora de conquistar o espectador. Ao menos a roteirista segue ao pé da letra os princípios essenciais de uma boa comédia romântica: um casal de caráter forte, diálogos afiados e atração física explosiva. E felizmente Alice Ke e Roy Qiu não se intimidam ao retratar o casal apaixonado e divertido de Marry Me or Not.



Cai Huan Zhen (Alice Ke), 28 anos, é uma profissional ambiciosa e muito bem sucedida, que trabalha como gerente de vendas de uma grande agência de viagens.

Hao Sheng Nan (Joanne Tseng), gerente de vendas da agência Wu Fu Travels, foi a melhor amiga de Cai Huan Zhen durante muitos anos, até que um desentendimento não só as separou como as tornou rivais profissionais.

O reencontro das ex-amigas se dá em maus termos, pois Huan Huan vence Hao Sheng Nan na concorrência sobre um contrato turístico importante. E para piorar as coisas, ela anuncia seu noivado com Lin Shu Hong (Danny Liang), o jovem tio de Sheng Nan. Humilhada, Sheng Nan apresenta seu próprio irmão Justin (Roy Qiu) como seu noivo, o que só faz aumentar o espírito competitivo de Huan Huan.

Quando Sheng Nan arma um esquema para sabotar o casamento de Huan Huan e Shu Hong, não imagina o vespeiro que agitou. Huan Huan jura vingança eterna à ex-amiga, tanto profissional como emocional. E seu objetivo principal é roubar o noivo de Sheng Nan, o que obviamente gera uma série de situações engraçadas, já que ela nem desconfia que Justin é o irmão e não namorado da amiga, e o coitado acaba enredado na disputa louca entre as duas.

Há algo muito peculiar e estranho que acontece neste drama: os monólogos de abertura de cada episódio, intercalados entre o casal principal, e os diálogos de ambos, são inteligentes, divertidos, até mesmo cativantes... Por outro lado, as falas e o perfil em geral dos demais personagens parecem ter sido criados por um escrito diferente, e muito pior. É até usual que nos dramas taiwaneses os personagens secundários oscilem entre o medíocre o explicitamente irritante. Mas no caso de Marry Me or Not o fato chama mais a atenção, pois a personalidade do casal central é muito bem construída, ao contrário de seus confusos coadjuvantes. 


O casal secundário, Hao Sheng Nan e Jiang Qian Yue não convence e não gera interesse especial do espectador em momento algum, e não é por culpa dos atores, mas totalmente da roteirista. Os familiares dos personagens também geram mais constrangimento que diversão a cada aparição, mas não chegam a comprometer o brilho da estória.

Quanto à produção do drama, direção e fotografia são impecáveis, e a trilha sonora é correta, embora convencional (com as baladas românticas de sempre).


Acho que Marry Me or Not pode ser mais indicado para quem costuma torcer o nariz para os dramas taiwaneses, ou para os que tenham receio de assisti-los pela primeira vez e decepcionar-se. Marry Me or Not é simplesmente uma ótima pedida para qualquer fã de boas e clássicas comédias românticas, e que queira desfrutar de momentos de alegria na companhia de um dos casais mais charmosos e apaixonantes dos últimos tempos.

março 02, 2016

Resurrection/Revenge (drama, 2005)


País: Coréia do Sul
Gênero: Drama
Duração: 24 episódios
Produção: KBS TV

Direção: Park Chan-hong, Jeon Chang-geun
Roteiro: Kim Jee-woo

Elenco: Eom Tae-woong, Han Ji-min, So Yi-hyeon, Ko Joo-won, Lee Yeon-hee, Kim Yoon-seok.

Resumo

Resurrection é a estória de irmãos gêmeos separados na infância. Yoo Gang-hyeok é adotado por uma família pobre, passa a chamar-se Seo Ha-eun e torna-se detetive de polícia. Yoo Sin-hyeok, um empresário bem sucedido, acha que o irmão morreu no acidente de carro que vitimou seu pai. Quando Ha-eun resolve investigar as circunstâncias suspeitas da morte do pai, acaba reencontrando o irmão Sin-hyeok.

Comentário

A parceria entre a roteirista Kim Jee-woo e o diretor Park Chan-hong é uma das mais longas e bem sucedidas no mundo dos dramas, tendo iniciado com o drama Resurrection, e seguindo com The Devil (2007), Kimchi Family (2012) e Shark (2013). A escritora Kim Jee-woo gosta de criar seus protagonistas sempre como bad boys, de policiais durões a gangsters rebeldes, mas todos no fundo, de bom coração... A vingança, as tragédias familiares e romances impossíveis são temas recorrentes desta roteirista que não tem medo de levar seus personagens a cometer atos extremos em nome da justiça pessoal. Depois da experiência satisfatória, embora traumática, de assistir o drama The Devil, foi com cautela e temeridade que acompanhei os passos do anti-herói Seo Ha-eun, em sua busca inexorável por vingança. E realmente, as escolhas morais de Seo Ha-eun nem sempre são as mais acertadas, mas, por outro lado, em momento algum ele deixa de ter consciência da gravidade de seus atos. Em Resurrection Eom Tae-woong interpreta um detetive de polícia dedicado e admirado pelos colegas, como voltaria a acontecer no drama The Devil. Mas as semelhanças entre os personagens param por aqui, pois se em The Devil ele era o alvo da trama de vingança de Joo Jin-hoon, em Resurrection é Eom Tae-woong que assume o papel de justiceiro implacável.


Por tratar-se de um suspense, quanto menos o espectador souber sobre a estória, mais agradavelmente surpreendente será acompanhar a trama. Apesar de o drama contar com 24 episódios, os personagens centrais são fixos, e a estória gira toda em torno do protagonista Eom Tae-woong (Valid Love), em sua dupla interpretação, como os gêmeos Yoo. É um verdadeiro tour de force do ator, já que no final das contas, as reviravoltas loucas da trama o fazem interpretar quatro ‘personalidades’ diferentes (só vendo para entender!). Aliás, é o carisma e o apelo masculino do ator que sustentam firmemente a trama de Resurrection até o fim. Sem contar que a veia cômica de Eom Tae-woong traz um alívio muito bem vindo ao clima trágico do drama.

Aos sete anos de idade, os gêmeos Gang-hyeok e Sin-hyeok levam uma vida tranquila com o pai, policial, e a mãe, dona de casa. Até o dia em que Gang-hyeok e o pai morrem em um acidente de carro. Ao menos é o que conclui a polícia e a família, mas na verdade, o pequeno Gang-hyeok é resgatado por um estranho e entregue para adoção. É assim que Gang-hyeok passa a chamar-se Ha-eun, e é criado pelo Sr. Seo (Kang Shin-il), na companhia da filha Eun-ha (Han Ji-min, de Rooftop Prince). 


O casal de irmãos postiços cresce, e o amor que sentem um pelo outro torna-se cada vez mais evidente. Ha-eun é um detetive de polícia muito encarnado no trabalho, igual ao pai do qual não guarda lembrança alguma. Eun-ha é uma jovem bonita e meiga, que infelizmente não teve condições de ir à universidade, e luta para conseguir um emprego fixo. Apesar da vida simples que levam, os dois são muito felizes na companhia um do outro.

A rotina da família Seo é abalada quando Ha-eun descobre ter um irmão gêmeo, e que o acidente de carro que sofreu na companhia do pai no passado pode ter sido na verdade um assassinato. Sem contar nada à Eun-ha, ele resolve encontrar-se com o irmão gêmeo, para tentar desvendar o mistério que os separou por tantos anos. A partir daí Ha-eun terá de enfrentar figuras poderosas da sociedade, entre políticos e empresários, envoltos numa trama de corrupção e assassinatos, e que foram responsáveis pelo trágico destino de sua família. Ha-eun, com seu senso agudo de justiça, jura vingança contra todos os homens que destruíram sua família, mesmo que para isso tenha de matar ou morrer...


So Yi-hyeon (Who Are You), em início de carreira, é a repórter Lee Kang-joo, filha do poderoso deputado Lee Tae-joon (Kim Kap-soo). As famílias de Yi-hyeon e Yoo Sin-hyeok sonham em unir o casal num casamento arranjado, mas nenhum dos dois parece muito inclinado em seguir a vontade dos pais. 


Ko Joo-won (The Legendary Witch) é Jeong Jin-woo, rival nos negócios de Sin-hyeok, e que acaba curtindo uma paixão não correspondida por Ha-eun. 


Lee Yeon-hee (Miss Korea) muito jovenzinha, faz uma pequena ponta como a irmã caçula de Sin Hyeok. 


Mas participação de luxo mesmo é a de Kim Yoon-seok, hoje um ator celebrado no cinema, com filmes premiados como The Chaser, The Yellow Sea, The Thieves, e os mais recentes, The Priests (2015), e Will You Be There (2016).


Resurrection certamente entra na lista de clássicos a serem conferidos pelos fãs dos dramas coreanos. E não deixem de ver os demais dramas da escritora Kim, especialmente The Devil e Kimchi Family, uma estória belíssima de união familiar através das delícias da culinária tradicional coreana.
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