País:
Coréia do Sul
Gênero:
comédia românticaDuração: 20 episódios
Produção: MBC TV
Direção:
Kwon Seok-jang
Roteiro:
Seo Sook-hyang
Elenco:
Lee Seon-gyoon, Lee Yeon-hee, Lee Ki-woo, Lee Mi-sook, Lee Sung-min, Song Seon-mi,
Oh Jung-se, Choi Jae-hwan, Hong Ji-min, Go Sung-hee.
Resumo
O
ano é 1997, quando o país enfrenta uma grave crise financeira, e Kim Hyung-joon,
presidente de uma pequena fábrica de cosméticos, luta para livrar o negócio da
falência. É assim que ele e sua equipe decidem preparar a jovem Oh Ji-young
para concorrer a Miss Coréia, e promover seus cosméticos. Ji-young foi muito
popular nos tempos de escola, mas, apesar de não ter perdido a beleza, agora
trabalha como uma modesta ascensorista. Ji-young e seu “oppa” Hyung-joon serão
aliados no sonho de ter um futuro melhor e, de quebra, superar as mágoas do
passado.
Comentário
(spoilers!)
Uma
fórmula que inclui boa parte do elenco do drama médico Golden Time (Lee Seon-gyoon, Lee Sung-min, Song Seon-mi, Hong Ji-min
e Jung Seok-yong), seu diretor, Kwon Seok-jang (My Princess), e a roteirista Seo Sook-hyang (The Lawyers of The Great Republic Korea), só podia ter como
resultado um espetáculo inesquecível! A primeira parceria entre o PD Kwon Seok-jang
e a roteirista Seo Sook-hyang foi no drama Pasta
(2010), estrelado por Lee Sun-kyun. Pasta
não é nem de longe um de meus dramas favoritos, mas Lee Seon-gyoon brilhou no
papel do chef temperamental e misógino, Choi Hyeon-wook. Seo Sook-hyang já
havia provado seu talento como escritora com o fantástico The Lawyers of The Great Republic Korea (2008), muito superior aos seus
trabalhos seguintes, Pasta e Romance Town. Por isso mesmo, foi uma
sorte esta equipe ter se reunido novamente para criar esta pequena obra prima
televisiva.
Para
começar, meu coração já bateu mais forte ao ver juntos mais uma vez Lee Seon-gyoon
e Lee Sung-min, que já viveram duas parcerias inesquecíveis e divertidíssimas,
tanto no drama Golden Time, como no
filme Officer of the Year. Só que
desta vez Lee Sung-min não é amigo nem mentor de Lee Seon-gyoon (ao menos no início
da estória), mas seu pior inimigo... Lee Sung-min é Jeong Seon-saeng, um
capanga que vive da intimidação dos clientes devedores de uma empresa de
agiotagem. E nos primeiros minutos do drama vemos Jeong Seon-saeng quebrando a
cara do pobre Kim Hyung-joon (Lee Seon-gyoon) quando este admite não ter como
pagar o valor integral da dívida de sua empresa, a ViVi cosméticos. Desesperado
com a iminência de perder o negócio, Hyung-joon decide arriscar uma última cartada
com um golpe publicitário que envolve encontrar uma candidata ao concurso de
beleza mais disputado do país, o Miss Coréia, conseguir que ela seja eleita e,
finalmente, usar sua fama para promover a ViVi cosméticos. Um sonho maluco no
qual embarcam seus parceiros de empresa, Go Hwa-jung (Song Seon Mi), Kim Hong-sam
(Oh Jung-se), Kim Kang-woo (Choi Jae-hwan) e o próprio Jeong Seon-saeng, que
acaba se revelando um mafioso de bom coração.
Mas
quem terá o potencial para ser coroada Miss Coréia 1997? Hyung-joon não precisa
parar um segundo para responder a esta pergunta... Porque para ele a mulher
mais bonita do país é, e sempre foi, Oh Ji-young, seu primeiro amor. Nos tempos
de escola, Oh Ji Young era a garota mais popular do bairro, e os rapazes se
penduravam nas janelas do colégio para vê-la passar. No entanto, o tempo
passou, Hyung-joon foi para a universidade e perdeu contato com Ji-young. Oh Ji-young
parecia não ter grandes ambições profissionais, e acabou presa a um emprego de
ascensorista em um grande centro comercial. Um destino triste para uma jovem
tão bonita, confinada por sete anos dentro de um elevador... Quando Ji-young
está a ponto de jogar tudo para cima e pedir demissão, surge Hyung-joon com a
proposta de transformá-la na mulher mais admirada do país. A jovem hesita,
surpresa e ainda magoada com sentimentos mal resolvidos de seu passado
misterioso com Hyung-joon.
Apesar
da aparente simplicidade de seu enredo, Miss
Korea é um drama sólido, um verdadeiro drama de caráter. E embora
encontremos muitos dos elementos de um drama coreano clássico, a roteirista
procura desconstruir certas características deste tipo de obra, especialmente
no que se refere aos personagens. Neste ponto, o drama se aproxima muito mais
da linguagem cinematográfica, do que da televisiva... Várias vezes (enquanto
assistia o drama) me peguei pensando que Miss
Korea teria sido um grande filme... Mas, por outro lado, se fosse um filme
não teríamos a oportunidade de desfrutar de mais tempo na presença de
personagens tão encantadores, e tão humanos.
Ji-young
e “oppa” Hyung-joon são, sem dúvida alguma, um dos casais mais adoráveis já
vistos nos dramas coreanos. Mas seu romance, ao contrário da maioria dos casais
da ficção, é dolorosamente real... Mas nem por isso menos interessante ou
impactante. Lee Seon-gyoon mais uma vez consegue incorporar com naturalidade e
graça um personagem que, é verdade, lhe caiu como uma luva. Quem admira e
conhece a carreira deste ator há de concordar que ele poderia ser Hyung-joon na
vida real. E quanto a Lee Yeon-hee, o papel de Ji-young foi a melhor
oportunidade que ela poderia ter para desabrochar como atriz. Quem a viu no
drama Ghost não acredita que se trate
da mesma pessoa. Não sei se de lá para cá ela fez um curso intensivo de
atuação, ou simplesmente encontrou o papel certo para mostrar seu verdadeiro
potencial. Oh Ji-young é um personagem cuja complexidade vai se revelando ao
longo da estória, de um mero rostinho bonito, a uma mulher que resolve tomar o
destino em suas próprias mãos.
Assistir um drama que nos presenteie com um casal tão carismático, já seria o bastante, mas, felizmente, Miss Korea tem muito mais a nos oferecer. Se há uma coisa que detesto é um drama que use os personagens secundários como mera escada para os principais, ou mero passatempo para o enredo. Este é mais um ponto a favor, ou talvez a maior qualidade deste drama: os personagens não são secundários, eles são coadjuvantes da estória. O romance/embate entre Lee Sung Min e Song Seon Mi, por exemplo, é engraçado, e ao mesmo tempo tão repleto de emoção, que eles mereciam ter um drama particular só para eles. Mas o desfecho deste romance certamente satisfez aqueles que ficaram frustrados com o destino de Lee Sung Min e Song Seon Mi no drama Golden Time.
Outra
que brilha no drama é Lee Mi-sook (A Thousand Days´Promise), como Ma Ae Ri, dona do Salão de Beleza Queen,
ex-miss Coréia e missóloga. A presença marcante desta atriz é algo fora de
série, não só por sua beleza clássica, mas por sua atuação madura e seu
surpreendente dom para a comédia. Se fosse para escolher o personagem mais
interessante da trama, ficaria com Ma Ae Ri, por representar todas as qualidades
que uma mulher de caráter deveria possuir.
O
ator mais prejudicado neste drama acabou sendo Lee Ki-woo, já que seu
personagem, o empresário Lee Yoon, que era para ser o principal rival de Hyung-joon,
acabou sendo apenas uma presença pálida e no máximo irritante na estória. É
claro que não foi culpa de Lee Ki-woo ter sido deixado de escanteio com tantos
outros personagens divertidos que passaram por Miss Korea. Mas cada vez que o via, me lembrava de papéis tão
maravilhosos que ele já interpretou, como no drama Flower Boy Ramyun Shop, por exemplo, e ficava com peninha dele.
Pontos
extras para a direção (especialmente de atores) e para ambientação impecável –
já que o drama se passa nos - nem tão longínquos - anos noventa, mas muita
coisa mudou de lá para cá. E é muito divertido ver que o mundo mudou mesmo,
especialmente na área tecnológica – do pager
para o telefone celular digital, do videocassete para o Blue-ray... E parece
que o mundo também ficou um pouco menos ingênuo e romântico... Mas talvez seja
apenas impressão minha.