País:
Coréia do Sul
Gênero:
Thriller
Duração:
118 min.
Direção:
Yeon Sang-ho
Roteiro:
Park Joo-seok, Yeon Sang-ho
Elenco:
Gong Yoo, Jeong Yu-min, Ma Dong-seok, Kim Soo-an, Choi Woo-sik, Kim Ee-seong,
Ahn So-hee, Jeong Seok-young, Ye Soo-jeong.
Resumo
Uma
viagem no trem expresso para Busan transforma-se em pesadelo para os
passageiros, confrontados com uma horda de zumbis famintos.
Comentário
(sem spoilers)
Uma
das maiores bilheterias do ano em seu país, Train
to Busan chamou a atenção, igualmente, em festivais de cinema ao redor do
mundo. E, obviamente, já há negociações para refilmagens em outros países. No
entanto, para que mexer no que já está bom, não é mesmo? Mesmo quem não esteja
familiarizado com o cinema coreano irá se divertir com este thriller claramente
inspirado nos filmes ocidentais do gênero. Por outro lado, os fãs da TV e do
cinema coreanos terão o privilégio extra de ver um elenco bem conhecido (embora
enxuto), com destaque para os atores Gong Yoo e Ma Dong-seok.
Os
filmes coreanos tem a boa fama de trazer elementos originais a gêneros
clássicos do cinema ocidental, especialmente ação e suspense. Não é o caso de Train to Busan, que tem uma estória
muito convencional, sem a ousadia, por exemplo, de outro filme famoso do gênero,
The Host (2006) de Bong Joon-ho. A
falta de originalidade da estória é compensada pela direção elegante e
econômica (sem a horrorosa câmera trêmula) e, especialmente, pela edição ágil, que
evita sabiamente a armadilha dos cortes exagerados. A princípio achei que os
quase 120 minutos de projeção seriam um excesso para um filme de ação, mas,
felizmente, o diretor Yeon Sang-ho consegue manter o ritmo do thriller até seus
segundos finais. Os poucos minutos de ‘descanso’ dos personagens em fuga são o
bastante para que os mesmos formem alianças emocionais que levam a uma maior
chance de sobreviver ao caos.
Yeon
Sang-ho é roteirista e diretor de filmes de animação, tendo participado de
vários festivais internacionais de cinema, com filmes como The King of Pigs (2011), The Fake
(2013) e Seoul Station (2016). Train to Busan é seu primeiro projeto “live action”.
Train to Busan foge do
estilo ‘gore’ tão associado ao que já pode ser definido como um gênero no cinema,
o dos zumbis. E talvez esta visão mais ‘light’ e bem humorada do tema tenha
sido responsável pelo sucesso do filme. Portanto, quem (como eu) não curte
terror trash, Train to Busan é uma película para assistir sem medo. É provável
que o espectador, como eu, sinta mais medo e frustração com o comportamento dos
passageiros ainda não infectados, do que com os irracionais mortos vivos. É na
hora do aperto que descobrimos como o ser humano pode ter um comportamento
vicioso.
O
ator Gong Yoo tem se esforçado para fugir do estereótipo de galã de comédias
românticas, investindo em papeis mais ‘soturnos’ no cinema. Para quem viu Gong
Yoo (Coffe Prince, BIG) encarnando por mais de uma década o
eterno playboy nos dramas coreanos é estranho não vislumbrar seu famoso sorriso
brilhante, o ar despreocupado, e o corpo escultural e bronzeado. Mas Gong Yoo é
um ótimo ator e merece o mesmo sucesso no cinema que já desfrutou na TV. Seu
co-protagonista, Ma Dong-seok (Marriage Blues), por outro lado, é um veterano do cinema, que tem seguido o caminho
inverso, conquistando aos poucos seu espaço na TV, em dramas como Bad Boys, ou o mais recente 38 Task Force. Ma Dong-seok é um norte-americano
de família coreana, que começou a carreira como personal trainer de lutadores do MMA.
O
destaque feminino do mini-elenco central vai para Jeong Yu-min (Discovery of Romance), como a esposa
‘super’ grávida de Ma Dong-seok. Yu-min e Dong-seok formam um casal inusitado,
mas muito divertido, e por fim, totalmente convincente. Também impressiona a atuação
da pequena Kim Soo-an (Sprout), como
a filha de Gong Yoo.
Train to Busan não é uma
obra-prima, mas talvez seja a melhor aventura que o espectador verá nesta
temporada.
Oi, Sam :)
ResponderExcluirEntão, vou tentar imprimir um tom omais animador possível no meu comentário, pra que se algm me ler, não perder a vontade de ver o filme - que, já digo, vale a pena, sim!
O que acontece é o seguinte: fui com MUITA expectativa assistir ao filme. E, ao contrário de você, sou fã de carteirinha do gênero 'zumbi'. Único ~terror que topo e encaro. E esperava mais não só dos zumbis, mas dos passageiros, nas suas reações. Mas depois que terminou, até entendi que essa pegada mais "calma" tenha sido proposital, porque o destaque mesmo ficou mesmo no comportamento humano.
E foi mesmo o ponto alto do filme, observarmos como nós, humanos, somos uma caixinha de surpresas. E gosto muito dessas abordagens, de como podemos ser egoístas ao extremo, de como estamos suscetíveis a termos nossos princípios e nossa ética moral testados - e, pra alguns, corrompidos - a qualquer momento. Claro, aqui não falo de um momento "qualquer", afinal, crua e cruelmente falando, é um momento de "salve-se quem puder". Acho difícil apontar dedos e julgar ações que você, TALVEZ, não teria. Até você se encontrar em uma situação igual (para aqueles que acreditem no apocalipse zumbi haha!) ou tão desesperadora quanto...
Resumindo, filme bom, um pouco "morno" para os amantes do gênero, mas bem interessante e inteligente. E, ah, corajoso também! Não é todo dia que vemos um final ~heróico como aquele, e sem aquele patriotismo todo exagerado, com a bandeira nacional ao fundo e blabla
:)
Oi Regina,
Excluirpois é, como eu comentei, o filme não é inovador, e para quem curte um terror mais "sangrento", deve ser meio decepcionante. Como não é o meu caso, consegui assistir sem ter de esconder a cara na almofada a cada susto :)
E foi este tom mais humano que me agradou, mandou bem na mensagem, sem ser piegas. Enfim, é divertido, tem o Gong Yoo, o que mais posso desejar?
bjs,
Sam.