País: Coréia do Sul
Duração: 109 min.
Direção: Min Gyoo-dong
Roteiro: Kim Da-young, Lee Kyeong-ee, Min Gyoo-dong
Elenco:
Joo Ji-hoon, Kim Jae-wook, Yoo Ah-in, Choi Ji-ho
Resumo
Jin-hyuk é um jovem que parece ter tudo na vida: dinheiro, beleza e inteligência. Mas, sua aparente alegria despreocupada esconde a triste lembrança de um trauma de infância... Até o dia em que Jin-hyuk resolve abrir uma confeitaria, com a ajuda do chef Sun-woo, do ex-boxeador Gi-beom e do guarda-costas Su-young. Juntos, os quatro rapazes atraem a atenção da vizinhança, tanto por sua beleza, quanto pelos doces deliciosos servidos na confeitaria Antique.
Comentário
Antique (ou Antique Bakery) é um filme que chamou muito a atenção do público à
época de seu lançamento, tanto pela estética mangá (o roteiro é baseado nos
quadrinhos do japonês Yoshinaga Fumi, “Seiyo Kotto Yogashiten”) quanto pelo
elenco de jovens atores que despontava no cinema coreano em 2008. Joo Ji-hoon, Kim Jae-wook e Yoo Ah-in são, hoje em dia, atores bem conhecidos dos
fãs do cinema e dos dramas coreanos.
O
que torna Antique um filme único é
sua estética altamente influenciada pelos mangás e animes japoneses, trazendo
ainda uma inspiração nos antigos musicais de Hollywood. E apesar desta
combinação um tanto bizarra, o resultado é dos mais agradáveis, e o filme
consegue preservar seu encanto ao longo dos anos. Ao menos dois fatores podem
explicar o grau de interesse que Antique
provoca no espectador. Um deles é o elenco que une quatro rapazes, extremamente
atraentes, e todos perfeitos em seus respectivos papeis. O outro é a subversão
da temática gay, tão recorrente na cultura pop japonesa.
Para
começar, Joo Ji-hoon e Kim Jae-wook têm um dos bromances mais sensuais da estória do
cinema coreano. Joo Ji-hoon chegou rapidamente ao estrelato, graças ao sucesso
do drama Princess Hours (2006), no qual formou um par
romântico inesquecível com a atriz Yoon Eun-hye. Depois desta
estreia na TV, ele partiu para uma carreira no cinema, a qual ia muito bem, até
se envolver em um escândalo com drogas. Passados os anos de serviço militar e
mais um tempo de ostracismo, felizmente, Joo Ji-hoon tem reconstruído sua
carreira, passo a passo, mas com trabalhos muito sólidos. Apesar de Joo Ji-hoon
não ter mudado muito de 2008 para cá, acho que ele nunca esteve tão bonito
quanto neste filme, com seus cabelos longos, barba por fazer, e um sorriso sensual
no rosto... Uma imagem de alegria juvenil que nunca mais se repetiu, é verdade,
já que em seguida o ator optou por interpretar personagens mais soturnos, como
em The Devil, ou no drama médico Medical Top Team. Já o ator Kim Jae-wook tem melhorado muito ao longo do tempo, não apenas em
termos físicos, mas principalmente como ator. O rapaz de feições delicadas
surpreendeu o público com uma atuação emocionante no recente drama Who Are You. Mas em Antique Kim Jae-wook já dava uma pista sobre sua capacidade como
ator, ao interpretar, corajosamente, o confeiteiro gay Sun-woo. Mas, muito além
das cenas ousadas, está o dom para comédia do ator, que consegue, com humor,
suavizar os aspectos mais polêmicos, por assim dizer, de seu personagem.
A
verdade é que a grande sacada do filme é ressaltar a temática homoerótica de
forma por vezes irônica, e acho que até crítica com a obsessão nipônica sobre o
mundo gay. Os japoneses, notadamente na cultura pop, tratam a homossexualidade
(e outros temas tabu) com grande interesse, mas sempre com um preconceito pouco
disfarçado. E a impressão que tive com esta adaptação coreana foi que houve uma
intenção bem clara de ironizar esta obsessão, ao mesmo tempo criticando o
preconceito da sociedade com os gays. Por isso, penso que o mais interessante
de Antique é a bela mensagem que nos
deixa, de tolerância e amor entre um grupo de jovens desajustados... Um filme
tão delicioso quanto os doces servidos na charmosa confeitaria Antique.
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