fevereiro 21, 2015

Kang Koo´s Story (drama, 2014)




País: Coréia do Sul
Gênero: Romance, Drama
Duração: 2 episódios
Produção: SBS TV

Direção: Hong Sung-chang
Roteiro: Baek Mi-kyeing

Elenco: Lee Dong-wook, Park Joo-mi, Shin Dong-woo, Jo Yeong-jin, Kim Byung-ok.

Resumo

Esta é a estória de amor entre um mafioso e uma jovem viúva, que cria seu filho adolescente em uma pacífica cidade litorânea chamada Kang Koo.

Comentário

Kang Koo´s Story é um melodrama romântico bem convencional, mas que encanta graças à presença marcante de Lee Dong-wook, e a uma fotografia deslumbrante (filmada em 3D), em meio a belas paisagens do litoral coreano.


Kyung-tae (Lee Dong-wook) é um mafioso que resolve ajudar a irmã e o sobrinho de um amigo que foi assassinado em um confronto com uma gangue rival. Ao completar um ano da morte do colega, Kyung-tae usa como desculpa a busca de terrenos para um novo empreendimento imobiliário no litoral, para se aproximar da família deste. Moon-sook (Park Joo-mi) é uma jovem viúva, que administra um pequeno restaurante de frutos do mar, com o qual sustenta a si e ao filho adolescente. Lee Kang-koo (Shin Dong-woo, de Flames of Desire) adora jogar futebol no time da escola, e sua personalidade é alegre, e ao mesmo tempo muito determinada.


A viúva parece não saber sobre a morte do irmão, e Kyung-tae não revela seu passado com ele. Quando chega à cidade, tudo que ele quer é ajudar secretamente Moon-sook, mas não pode evitar apaixonar-se por ela. A viúva, além de muito bonita, tem um grande coração, e conquista o tímido gangster. Ele também se apega a Kang-koo, um garoto cheio de energia, e de caráter forte, mas bondoso como a mãe, e fiel como o tio falecido.

As coisas se complicam quando um chefe mafioso rival (Kim Byung-ok) reivindica a posse das terras, nas quais está incluído o restaurante de Moon-sook. Kyung-tae se vê dividido entre salvar a vida da amada, que sofre de um diabetes gravíssimo, e bloquear o ataque da gangue rival.


O drama é dividido em dois episódios: a primeira parte é mais leve e romântica; o melodrama se instala com a sequência dos eventos, mas o desfecho é surpreendente e agradavelmente apresentado.

Lee Dong-wook está como gosto de vê-lo, forte, elegante, e com seu sorriso de moleque estampado no rosto. Este mini-drama me fez lembrar os melhores momentos de Lee Dong-wook em Scent of a Woman, e me deixou com saudades de seu incrível par romântico com Kim Sun-ah. Infelizmente, em TKKS o clima romântico nem chega aos pés de Scent of a Woman (ou mesmo de Hotel King), tudo por culpa da atuação morna de Park Joo-mi (A Gentleman´s Dignity, Blood). Em compensação, para quem é fã de Lee Dong-wook, sua presença é o que basta para desfrutar de duas horas em sua bela companhia.

fevereiro 20, 2015

Antique (filme, 2008)



País: Coréia do Sul
Gênero: Drama, Suspense, Comédia
Duração: 109 min.

Direção: Min Gyoo-dong
Roteiro: Kim Da-young, Lee Kyeong-ee, Min Gyoo-dong

Elenco: Joo Ji-hoon, Kim Jae-wook, Yoo Ah-in, Choi Ji-ho

Resumo

Jin-hyuk é um jovem que parece ter tudo na vida: dinheiro, beleza e inteligência. Mas, sua aparente alegria despreocupada esconde a triste lembrança de um trauma de infância... Até o dia em que Jin-hyuk resolve abrir uma confeitaria, com a ajuda do chef Sun-woo, do ex-boxeador Gi-beom e do guarda-costas Su-young. Juntos, os quatro rapazes atraem a atenção da vizinhança, tanto por sua beleza, quanto pelos doces deliciosos servidos na confeitaria Antique.



Comentário

Antique (ou Antique Bakery) é um filme que chamou muito a atenção do público à época de seu lançamento, tanto pela estética mangá (o roteiro é baseado nos quadrinhos do japonês Yoshinaga Fumi, “Seiyo Kotto Yogashiten”) quanto pelo elenco de jovens atores que despontava no cinema coreano em 2008. Joo Ji-hoon, Kim Jae-wook e Yoo Ah-in são, hoje em dia, atores bem conhecidos dos fãs do cinema e dos dramas coreanos.

O que torna Antique um filme único é sua estética altamente influenciada pelos mangás e animes japoneses, trazendo ainda uma inspiração nos antigos musicais de Hollywood. E apesar desta combinação um tanto bizarra, o resultado é dos mais agradáveis, e o filme consegue preservar seu encanto ao longo dos anos. Ao menos dois fatores podem explicar o grau de interesse que Antique provoca no espectador. Um deles é o elenco que une quatro rapazes, extremamente atraentes, e todos perfeitos em seus respectivos papeis. O outro é a subversão da temática gay, tão recorrente na cultura pop japonesa.


Para começar, Joo Ji-hoon e Kim Jae-wook têm um dos bromances mais sensuais da estória do cinema coreano. Joo Ji-hoon chegou rapidamente ao estrelato, graças ao sucesso do drama Princess Hours (2006), no qual formou um par romântico inesquecível com a atriz Yoon Eun-hye. Depois desta estreia na TV, ele partiu para uma carreira no cinema, a qual ia muito bem, até se envolver em um escândalo com drogas. Passados os anos de serviço militar e mais um tempo de ostracismo, felizmente, Joo Ji-hoon tem reconstruído sua carreira, passo a passo, mas com trabalhos muito sólidos. Apesar de Joo Ji-hoon não ter mudado muito de 2008 para cá, acho que ele nunca esteve tão bonito quanto neste filme, com seus cabelos longos, barba por fazer, e um sorriso sensual no rosto... Uma imagem de alegria juvenil que nunca mais se repetiu, é verdade, já que em seguida o ator optou por interpretar personagens mais soturnos, como em The Devil, ou no drama médico Medical Top Team. Já o ator Kim Jae-wook tem melhorado muito ao longo do tempo, não apenas em termos físicos, mas principalmente como ator. O rapaz de feições delicadas surpreendeu o público com uma atuação emocionante no recente drama Who Are You. Mas em Antique Kim Jae-wook já dava uma pista sobre sua capacidade como ator, ao interpretar, corajosamente, o confeiteiro gay Sun-woo. Mas, muito além das cenas ousadas, está o dom para comédia do ator, que consegue, com humor, suavizar os aspectos mais polêmicos, por assim dizer, de seu personagem.


A verdade é que a grande sacada do filme é ressaltar a temática homoerótica de forma por vezes irônica, e acho que até crítica com a obsessão nipônica sobre o mundo gay. Os japoneses, notadamente na cultura pop, tratam a homossexualidade (e outros temas tabu) com grande interesse, mas sempre com um preconceito pouco disfarçado. E a impressão que tive com esta adaptação coreana foi que houve uma intenção bem clara de ironizar esta obsessão, ao mesmo tempo criticando o preconceito da sociedade com os gays. Por isso, penso que o mais interessante de Antique é a bela mensagem que nos deixa, de tolerância e amor entre um grupo de jovens desajustados... Um filme tão delicioso quanto os doces servidos na charmosa confeitaria Antique.

fevereiro 06, 2015

Mister Baek (drama, 2014)


País: Coréia do Sul
Gênero: drama, comédia, fantasia, romance
Duração: 16 episódios
Produção: MBC

Direção: Lee Sang-yeob
Roteiro: Choi Yoon-jung

Elenco: Shin Ha-kyoon, Jang Na Ra, Lee Joon, Park Ye-jin.

Resumo

Choi Go-bong é um legítimo sovina, interessado apenas em aumentar seu império de negócios. O empresário setentão, viúvo, nunca deu atenção ao único filho, Dae-han, que, por sua vez, leva uma vida despreocupada de playboy. Mas tudo muda quando Choi Go-bong sofre um acidente de carro bizarro e, no dia seguinte, acorda rejuvenescido, com 35 anos de idade.

Comentário

Mister Baek (ou Mr Back) é uma releitura moderna do romance clássico Um conto de Natal, de Charles Dickens. Como na estória do avarento de Dickens, o empresário Choi Go-bong (Shin Ha-kyoon ) é um homem ganancioso, egoísta, que se importa apenas com o sucesso de seus negócios. Viúvo, Choi Go-bong tem um único filho, o jovem Dae-han (Lee Joon), que não dá a mínima para o império hoteleiro do pai, e vive como um típico playboy. Dae-han não é uma má pessoa, só é um jovem sem objetivos na vida, que se comporta como um adolescente rebelde, na tentativa chamar a atenção do pai ausente. Se o filho não se interessa pelos negócios da família, os irmãos de Choi Go-bong, Choi Mi-hye (Jo Mi-ryung) e Choi Young-dal (Jun Gook-hwan), e a cunhada Lee In-ja (Hwang Young-hee) têm interesse até demais na fortuna do empresário. O desprezo com que Choi Go-bong trata os parentes só os torna ainda mais ambiciosos e sorrateiros. Apesar de Choi Go-bong ter construído sua fortuna sozinho, do nada, os parentes tramam um golpe para tentar usurpar seu posto de CEO da rede de hotéis.

Esta é a vida de Choi Go-bong, alienado do filho e único herdeiro, odiado pelos irmãos e temido por seus funcionários. O destino do velho avarento começa a mudar no dia em que ele vai visitar um de seus hotéis, onde está ocorrendo um evento beneficente para idosos. Choi Go-bong é confundido com um dos velhinhos carentes por Eun Ha-soo (Jang Na Ra), uma jovem inteligente e esforçada, mas que não tem sorte de conseguir um emprego estável. Depois do trabalho temporário neste evento, ela finalmente é contratada pelo hotel principal da rede de Choi Ga-bong, em Seul.

Mas o encontro crucial entre Choi Ga-bong e Eun Ha-soo será em um acidente bizarro, no qual seus respectivos carros são engolidos por uma grande cratera formada pela queda de um meteorito. Ambos sobrevivem, mas, no dia seguinte, o empresário acorda em sua cama, sentindo-se estranho, e, ao mirar-se no espelho, percebe que sua aparência mudou drasticamente. Magicamente, Choi Ga-bong voltou a ter um corpo de trinta e poucos anos (embora sua mente continue a ter setenta anos). Apavorado com a situação, mas ao mesmo tempo contemplando a oportunidade de vingar-se dos parentes traidores, ele simula a própria morte e ressurge como Choi Shin-hyung.

Tanto o diretor, Lee Sang Yeob (King's Daughter, Soo Baek Hyang) como a roteirista, Choi Yoon-jung (Emergency Couple, The Empress, Lie to Me) não são conhecidos por grandes trabalhos na TV. Na verdade a direção é razoavelmente competente, e os atores estão confortáveis em seus papéis – sinceramente, a energia de Shin Ha-kyoon parece contagiar os demais atores, especialmente Jang Na Ra e Lee Joon. O roteiro de Mister Baek é baseado no romance Oldeumaen de Lee Jo-Young, e, como não conheço o original, não há como saber até que ponto o material foi alterado, para melhor ou pior. A premissa, embora pouco original, é interessante e, nas mãos de um roteirista mais experiente e ousado, poderia ter resultado num grande drama.

Apesar das fraquezas do roteiro, Mister Baek merece a atenção dos fãs de Shin Ha-kyoon e Jang Na Ra. Shin Ha-kyoon, ator experiente de cinema, teatro e, nos últimos anos, de TV (Brain, All About My Romance), não perde a oportunidade de explorar todas as possibilidades como ator, interpretando, primeiro, o velho rabugento Choi Go-bong, e em seguida, o mesmo velho, na pele do jovem Shin-hyung. Não pense ser uma tarefa fácil, encarnar um personagem dentro do próprio corpo mais jovem. É com surpresa e encantamento que o espectador acompanha a transformação emocional deste personagem, de velho sovina, a um homem maduro e apaixonado. É o amor puro e terno de Eun Ha-soo que irá desencadear todas as mudanças na vida de Shin-hyung, inclusive sua reaproximação com o filho, Dae-han. Aliás, o relacionamento pai-filho entre Shin-hyung (ou Go-bong) e Dae-han é comovente e ao mesmo tempo divertido, e poderia ter sido muito melhor explorado. Foi um alívio ver que Lee Joon pôde se descolar do papel marcante do psicopata de Gap Dong. Ele provou ter um ótimo timing para comédia, só lhe falta um pouco mais de experiência na profissão.

O grande problema do roteiro foi exatamente perder muito tempo com as tramoias dos parentes de Choi Go-bong, e de outros personagens pouco interessantes, como a secretária Hong Ji-yoon ( a insossa Park Ye-jin) e o suposto homem de confiança de Go-bong, Jung Yi-gun (Jung Suk-won, ator simpático, mas muito apagado neste papel).

Apesar de Jang Na Ra ter formado um par romântico divertido e muito elogiado com Jang Hyuk, recentemente, em Fated to Love You, me surpreendi agradavelmente com a naturalidade e intimidade com que interagiu com Shin Ha-kyoon. Pela primeira vez vi a atriz, que deixa transparecer sua personalidade tímida e introvertida na maioria dos papéis, muito mais confortável e espontânea no contato físico com seu par romântico. Acho que Jang Na Ra encontrou o tipo de homem que pode despertar nela um lado pessoal e profissional mais espontâneo. Até mesmo sua voz como cantora está mais suave (e menos infantil) na faixa que gravou para a trilha sonora do drama.

Uma estória de amor bem contada sempre vale a pena ser apreciada, e, ao menos neste ponto, Mister Baek foi um drama muito bem sucedido.
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